25/11/2025
NOTA DE REPÚDIO VEEMENTE E PROVIDÊNCIAS CONTRA AS AGRESSÕES E CRIMES DE SACERDOTE EM VIAMÃO/RS: VIOLÊNCIA PREMEDITADA E ATAQUES À DIGNIDADE HUMANA NAS TRADIÇÕES AFRO-BRASILEIRAS.
A Asidrab - Associação Independente em Defesa das Religiões Afro Brasileiras, vem a público manifestar seu repúdio e providências diante dos acontecimentos ocorridos na cidade de Viamão no dia 23 de novembro de 2025, quando um "sacerdote", alegando motivos escusos e estando no papel de "incorporado" durante uma suposta cerimônia religiosa (no qual o mesmo admitiu que foi divulgada com o intuito de atrair a vítima), cometeu agressões físicas graves contra um de seus adeptos, juntamente com outros participantes.
A vítima, que até o momento ainda não pôde entrar em contato com a instituição, devido aos motivos já mencionados — encontrando-se extremamente machucada e realizando exame de corpo de delito — foi submetida a uma série de agressões covardes e extremamente violentas. As imagens são claras e chocantes, mostrando sangue correndo pela face da vítima, que foi atacada com socos e chutes em mais de uma ocasião por todo o grupo, sem ter qualquer meio de defesa. Ademais, há registro em vídeo de que, ao tentar se afastar do local, a vítima foi forçada a retornar para continuar sofrendo as agressões, configurando também, cárcere privado.
Em um dos vídeos recebidos, também é possível observar que uma participante foi covardemente atacada com tapas, socos e puxões de cabelo. Ela aparenta ter partido em defesa do principal ofendido, o que torna ainda mais grave a demonstração de violência e desprezo à dignidade humana presente neste lamentável episódio.
As cenas recebidas pela ASIDRAB são estarrecedoras e retratam uma grave violação dos princípios das verdadeiras Tradições de Matriz Africana, Umbanda e Quimbanda, que também violam todo e qualquer princípio da dignidade humana, do respeito, da convivência pacífica e dos direitos fundamentais de qualquer indivíduo.
Importante destacar que não há como caracterizar que o "sacerdote" agressor e todos os demais envolvidos estariam agindo dentro dos parâmetros de uma cerimônia religiosa legítima ou mesmo estivessem "verdadeiramente incorporados". Tal conduta não representa, nem de longe, a prática religiosa autêntica ou o comportamento esperado das entidades espirituais. O que se vê nas imagens e relatos é um ato de violência premeditada, covarde e criminosa, distante de qualquer manifestação de fé ou ritual sagrado.
Recebemos três vídeos que comprovam a gravidade dos atos. No último registro, o "sacerdote" envolvido declara claramente a premeditação da agressão, configurando associação criminosa, uma vez que várias pessoas participaram do ataque.
E o mais estarrecedor é que o próprio "sacerdote", em um vídeo seu no TikTok, claramente confessa a premeditação do crime e age naturalmente como se estivesse, com toda razão, isento de culpa. Esse fato só fortalece ainda mais a acusação que será apresentada ao Ministério Público. A ASIDRAB reafirma que, como instituição, irá até as últimas consequências para a punição cível e criminal desses atos bárbaros.
Ressaltamos ainda que não se trata de um episódio isolado. O dito "sacerdote" possui histórico de envolvimento em situações polêmicas, evidenciado por outros vídeos que circulam na internet, nos quais ele demonstra comportamento recorrente de desrespeito e intolerância.
Além disso, identificamos indícios claros dos seguintes crimes, conforme previsto no Código Penal brasileiro:
Cárcere privado: a vítima foi forçosamente coagida a permanecer no local, sendo utilizados meios físicos e de coação;
Lesão corporal: pelo dano físico grave causado à vítima;
Tentativa de homicídio: em razão da intenção e do risco comum à vida da vítima;
Ameaça: devido à conduta concomitante às agressões;
Associação criminosa: pelo grupo organizado na prática dos crimes;
Lesão corporal qualificada: em vista da gravidade dos ferimentos, uso de meios cruéis e premeditação.
Destacamos que a ação, configurando emboscada, possui agravantes que tornam os crimes ainda mais graves e passíveis de severa punição.
Após interlocução com pessoas que mantém relações próximas ao agredido, e após reunião da Presidência da ASIDRAB com seu corpo jurídico, disponibilizamos por meio da instituição a representação cível e criminal contra TODOS os ofensores, tomando o posicionamento necessário para que situações deploráveis como esta jamais se repitam.
F**a claro que naquele momento não se praticou qualquer manifestação religiosa legítima, mas sim uma agressão premeditada e covarde. Caso houvesse qualquer tipo de divergência, como alegado pelo ofensor em vídeo, esta deveria ser solucionada no âmbito judicial, e não por meio de brutalidades planejadas para atrair e violentar as vítimas.
A ASIDRAB informa que já está em contato com o Ministério Público do Rio Grande do Sul para que sejam tomadas todas as providências cabíveis, e reafirma seu compromisso de ir até as últimas consequências contra todos os envolvidos. Ressaltamos que se trata de um crime grave, que requer não apenas responsabilização cível e criminal, mas também a PRISÃO dos culpados, como forma de garantir justiça e prevenir novas ocorrências.
Como agravante gravíssimo, estas imagens e vídeos estão circulando nas mídias em nível nacional, o que fortalece ainda mais aqueles que perseguem e atacam as tradições de matriz africana, Umbanda e Quimbanda. Tal exposição se torna um gatilho que deslegitima os nossos ritos sagrados, alimentando preconceitos e dando margem para novas formas de perseguição e discriminação aos nossos praticantes.
A ASIDRAB reafirma seu compromisso com a defesa e valorização das religiões afro-brasileiras legítimas e denuncia veementemente quaisquer atos de violência e desrespeito contra a integridade física, espiritual e moral de seus praticantes.
Exigimos a apuração rigorosa dos fatos e a responsabilização judicial dos envolvidos para assegurar justiça e proteção aos membros de nossas religiões.
Por questão de privacidade e preservação da dignidade das pessoas envolvidas, a ASIDRAB não estará divulgando as imagens em público. Contudo, ressaltamos que todo o material será devidamente disponibilizado às autoridades competentes, em especial ao Ministério Público, para que possam proceder com a investigação e responsabilização dos autores.
Reiteramos: iremos até as ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS PARA A PUNIÇÃO DE TODOS OS ENVOLVIDOS!
Direção Asidrab