19/07/2025
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NOTA DE ESCLARECIMENTO:
Diante da imensa quantidade de registros de pedidos de averiguações que chegaram a nossa secretaria, nas últimas horas, acerca de um vídeo postado em redes sociais, onde jovens sacerdotes quimbandeiros dissertam sobre “ANTIGOS FUNDAMENTOS DA QUIMBANDA, QUE NÃO PODEM SEREM ESQUECIDOS”, inclusive com a amostragem de fotos expondo pessoas sendo ritualizadas dentro de sepulturas em um cemitério (que não foi identificado no vídeo), A Federação das Religiões Afro Brasileiras – AFROBRAS vem a público esclarecer aos nossos filiados, amigos e seguidores, que desaconselha tais práticas e alerta sobre a gravidade do uso desses espaços públicos ou privados para a realização de rituais, mesmo que COM INTENÇÕES ESPIRITUAIS LEGÍTIMAS.
Os cemitérios são considerados, por muitas religiões, locais sagrados, pontos de força espiritual e conexão com diversas hierarquias de espíritos de pessoas mortas. No entanto, é importante compreender que esses espaços estão sujeitos a normas legais e administrativas que regulam seu uso e preservação.
A utilização não autorizada de cemitérios para fins ritualísticos pode ser interpretada como crime ambiental, vilipêndio de cadáver ou violação de sepultura, conforme os artigos 209 e 210 do Código Penal Brasileiro.
Além disso, leis municipais e estaduais podem proibir expressamente quaisquer atividades que não sejam vinculadas à visitação ou sepultamento, inclusive com previsão de multas, apreensão de objetos e responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Também, é Importante lembrarmos que cemitérios são locais de repouso dos corpos físicos, onde ocorrem processos naturais de decomposição que, por mais controlados que estejam, geram a presença de micro-organismos, fungos, bactérias e agentes patológicos. O contato humano direto com esses ambientes, sobretudo em áreas fechadas como catacumbas, pode expor os praticantes a infecções respiratórias, doenças transmissíveis e outras complicações sérias, principalmente quando há manipulação de elementos ritualísticos em ambientes sem ventilação ou em condições precárias de higiene.
Há leis sanitárias e normativas municipais que regulam o uso dos espaços públicos e a segurança dos cemitérios. A entrada não autorizada, bem como a realização de atividades rituais desautorizadas e insalubres, e fora dos horários permitidos ou em áreas restritas, atentam contra a saúde pública, o que pode trazer consequências legais graves para os envolvidos.
Ritos quimbandeiros devem caminhar lado a lado com a responsabilidade, o respeito à vida e o cuidado com os espaços que utilizamos. Existem alternativas ritualísticas que respeitam os fundamentos religiosos e preservam a integridade física dos praticantes.
Sabemos que a Quimbanda é uma religião de respeito e conexão espiritual. Por isso, orientamos:
1 - Evitar realizar rituais em cemitérios sem autorização prévia dos órgãos responsáveis;
2 - Busquem espaços alternativos autorizados ou privados que possam abrigar práticas espirituais com segurança e dignidade, observando primeiramente a saúde dos médiuns;
3 - Preservem o meio ambiente e o patrimônio público, deixando sempre os locais utilizados limpos e sem resíduos que possam gerar interpretações equivocadas.
O compromisso é com a fé, mas também com a responsabilidade social e legal.
A preservação da imagem da religião da Quimbanda depende de atitudes conscientes, que respeitem tanto o sagrado quanto o direito coletivo.
Fé, tradição e saúde precisam andar juntas. Que os caminhos sejam iluminados com sabedoria e consciência.
Muito Axé !