11/07/2025
O apartheid foi um sistema político de separação racial que existiu na África do Sul entre 1948 e 1994. Durante esse período, as pessoas eram tratadas de maneira diferente com base na sua cor de pele. Os brancos tinham todos os privilégios, enquanto os negros, mesmo sendo a maioria da população, viviam com poucos ou quase nenhum direito.
O apartheid dividiu o país legalmente em raças. Cada grupo era separado no transporte, nos bairros, nas escolas, nos hospitais e até nas praias. Era uma forma de racismo transformado em lei.
Após anos de colonização britânica e domínio dos africâneres (descendentes de holandeses), a elite branca assumiu o controle do país. Em 1948, o Partido Nacional venceu as eleições e começou a aplicar um conjunto de leis para manter os negros longe do poder e dos espaços ocupados pelos brancos. Nascia, oficialmente, o apartheid.
As principais leis do apartheid foram criadas para separar os espaços e limitar a vida dos negros. Aqui estão alguns exemplos:
• Lei das Áreas de Grupo: dividia o país em zonas para diferentes raças. Os brancos ficavam com os melhores bairros e os negros eram forçados a viver em zonas distantes e pobres. Milhares de famílias foram expulsas de suas casas.
• Lei da Educação Bantu: proibia os negr0s de receberem o mesmo tipo de ensino dado aos branc0s. O objetivo era formar negros apenas para trabalhos simples, sem direito à formação superior.
• Lei da Pro¡bição de Casamentos Mistos: impedia casamentos ou relacionamentos amorosos entre pessoas de raças diferentes. Casar com alguém de outra cor era considerado crime.
• Transporte e espaços públicos: havia autocarros, bancos, escolas, hospitais e até praias exclusivamente para brancos. Os negros só podiam usar instalações separadas e quase sempre em piores condições.
• Documentos de identificação: os negros eram obrigados a andar com passes especiais para circular nas cidades. Se fossem apanhados sem esse documento, eram presos imediatamente.
A maioria da população sul-africana vivia sem direitos políticos, não podia votar e não tinha voz nas decisões do país. Eram frequentemente presos por razões banais, espancados e tratados como criminosos por apenas existir. As oportunidades de trabalho, saúde e educação eram mínimas. A polícia usava força extrema para manter a ordem do regime.
Mesmo diante da vi0lência, houve uma grande resistência ao apartheid.
Entre os nomes que marcaram essa luta estão:
• Nelson Mandela, que passou 27 anos pr€so por lutar contra o regime. Após sua libertação, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994.
• Steve Biko, um jovem ativista que pregava o orgulho negro e foi morto pela polícia em 1977.
• Desmond Tutu, um bispo que denunciava o racismo com firmeza e ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
• Winnie Mandela, Chris Hani e muitos outros ativistas também se destacaram pela coragem e firmeza.
Nos anos 1980, a pressão internacional aumentou. Muitos países deixaram de negociar com a África do Sul. Internamente, os protestos ganhavam força. Em 1990, Mandela foi libertado. Em 1994, pela primeira vez, todas as pessoas puderam votar, e Mandela venceu as eleições. O apartheid chegou oficialmente ao fim.
Estudar o apartheid é importante para perceber como o raci$mo pode ser transformado em lei, e como um povo inteiro pode ser silenciado por décadas. Ao lembrar esse passado, conseguimos lutar com mais consciência c0ntra o prec0nceito, a desigualdade e as injust¡ças que ainda existem no presente.
Como dizia Mandela:
“Ninguém nasce od¡ando outra pessoa pela cor da sua pele.”
Se tu vivesses naquela época, o que farias?
Achas que o rac¡smo desapareceu ou só mudou de forma?
A história do apartheid não é apenas da África do Sul. É uma lição para o mundo inteiro. Toda vez que aceitamos injustiças calados, contribuímos para que elas se repitam. A liberdade é uma construção diária, feita com coragem, consciência e respeito.