
17/09/2025
Quando se fere uma mulher de axé, não se toca apenas em sua carne, mas no templo vivo do sagrado.
Ela é o sopro das Yabás, a dança da natureza, o ventre que carrega os mistérios.
Ferir uma mulher de axé é profanar a força ancestral que habita nela.
Oxum adoça, mas também envenena;
Oyá sopra ventos de justiça e arrasta com tempestades o que não tem raiz;
Obá ergue espada de guerreira, defendendo o feminino com lealdade e fúria;
Nanã, senhora do barro e da lama, ensina que quem desrespeita a filha dela se afunda na própria colheita;
Iemanjá, mãe de todos os rios e mares, acalenta no colo, mas revolta-se em ondas que engolem;
Ewá, guardiã dos segredos, desfaz a mentira e expõe o oculto;
Egbé lembra: ferir uma, é ferir todas e o castigo é a solidão.
A mulher de axé não caminha só.
Carrega consigo o coro das ancestrais, o tambor que ecoa no invisível, a mão invisível das deusas que regem destino.
Quem ousa maltratá-la ou enganá-la aprenderá que a cobrança não vem no tempo dos homens, mas no tempo dos Orixás.
Respeitar uma mulher de axé é reverenciar a própria natureza.
Desrespeitá-la é se perder no vento, no rio, no mar, na terra e no segredo porque o sagrado que habita nela sempre cobra.
Eli