16/02/2025
PELO DIREITO de VIVER!
Não há segurança pública para às mulheres.
Adriana Accorsi ,
Silvye Alves
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Supremo Tribunal Federal - STF
dos Direitos Humanos e Cidadania
Lula
Um caso de feminicídio ocorrido na quinta-feira (13), no Mato Grosso do Sul, evidenciou as falhas do sistema de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. Vanessa Ricarte, jornalista de 32 anos, foi brutalmente assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, dentro de sua casa, em Campo Grande.
O crime ocorreu horas após Vanessa registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da capital sul-mato-grossense, onde denunciou as agressões sofridas.
Em um áudio enviado a um amigo horas antes de ser morta, Vanessa descreveu o atendimento recebido como “frio” e ineficaz. Ela relatou ter sido tratada de forma que a fez sentir-se culpada por buscar ajuda. “Estou muito impactada com o atendimento da Casa da Mulher Brasileira. Eu, que tenho toda a instrução e escolaridade, fui tratada dessa maneira. Imagine uma mulher vulnerável. Essas são as que vão para a estatística do feminicídio”, disse a jornalista no áudio, divulgado nas redes sociais após o crime.
O relato de Vanessa vai de encontro a versão apresentada pelas delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz, da Deam de Campo Grande. Em coletiva à imprensa, elas afirmaram que a vítima teria recebido todo o suporte necessário, mas optou por voltar para casa por vontade própria. A divulgação do áudio, no entanto, expôs a realidade enfrentada por muitas mulheres que buscam ajuda em casos de violência doméstica no país.
Diante da repercussão do caso, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota reconhecendo as falhas no atendimento prestado a Vanessa Ricarte.
Caio Nascimento foi preso em flagrante pelo crime e já estava envolvido em 14 processos de violência doméstica contra diversas mulheres, incluindo a mãe e a irmã. Em 2021, ele chegou a ser preso por ameaças, mas foi liberado três dias depois.