Historiando Tamandaré

Historiando Tamandaré Tamandaré acolhe um importante legado histórico, e esse canal foi criado para resgatar e divulgar,

TAMANDARÉ – PIONEIRA EM TRANSFORMAR ENERGIA EÓLICA EM ENERGIA ELÉTRICA     Maria do Carmo Ferrão Santos​Iniciou a década...
27/07/2025

TAMANDARÉ – PIONEIRA EM TRANSFORMAR ENERGIA EÓLICA EM ENERGIA ELÉTRICA
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Iniciou a década de 1940 e as noites em Tamandaré permaneciam numa imensa escuridão, clareadas apenas pela lua e pelo farol do Forte. Os tamandareenses testemunharam a energia elétrica gerada por motor a diesel iluminando o Hospital Lazareto (1900 a 1915) e o Patronato João Coimbra (1924 a 1941). As pessoas dormiam cedo e o lazer noturno era iluminado por candeeiros, lampiões e fogueiras, mas mesmo assim, participavam ativamente dos festejos religiosos, além, do carnaval e do período junino.
A construção do campo de aviação ocorreu entre 1941 e 1943, tendo duas pistas: a norte-sul e a leste-oeste. A casa do campo era o único imóvel existente entre a rua 5 de julho e a rua Pouso da Águia – por trás do escritório da COMPESA. Nela residia o tamandareense Amaro Ferreira de Miranda (1891-1960) com a sua família, sendo ele o responsável pelo controle das chegadas e saídas dos aviões. Nessa época, Tamandaré continuava sem energia elétrica, portanto, Amaro Ferreira de Miranda estudou bastante sobre a produção de energia elétrica através do vento, mas também se orientou pelo moinho de ventos utilizado para bombeamento d’água do Lazareto, tendo em vista que as autoridades não acharam viável manter um motor a diesel na casa. Para tanto, em frente da sua casa ele construiu uma torre de metal com 12 metros de altura e fixou um catavento de porte médio, na sua parte superior. A força do vento ao girar as pás do catavento realizava um movimento de rotação que era transmitido a um eixo central e este acionava um gerador de corrente, convertendo energia mecânica em energia elétrica. A iluminação de sua residência e os postes no seu entorno, serviam de admiração aos moradores locais. Essa comunidade praieira permaneceu na mais completa escuridão até o final da década de 1940, quando a prefeitura de Rio Formoso utilizou um motor a diesel para fornecer energia aos imóveis e ruas. Pelo exposto, Tamandaré é pioneira no litoral sul de Pernambuco, na transformação de energia eólica em energia elétrica.

ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA LAGO, LAGOA E VALE     Maria do Carmo Ferrão Santos​Para evitar alagamento no campo de...
19/07/2025

ESCOAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA LAGO, LAGOA E VALE
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Para evitar alagamento no campo de aviação, no início da década de 1940 o topógrafo Antônio Angelim construiu levadas (canais) a céu aberto com cinco macroreceptores, sendo três maceiós desaguando no mar (do Lira, de Tamandaré e das Campas) e dois nos rios Ariquindá e Mamucabas. Na década de 2010, as levadas foram substituídas por canaletas e manilhas de concreto.
​Mesmo com a construção das levadas, parte do escoamento da água pluvial corria naturalmente sobre o solo e se concentrava em algumas áreas com afundamento do terreno. Tal fenômeno foi proveniente da retirada de terra para aterros e, do afloramento do lençol freático que ocasionou o transporte da areia para outras áreas e, consequentemente, rebaixou o solo. O declive topográfico no seu entorno também contribuía para a água fluir para essas áreas estimadas em torno de 10.000 m2 (1 ha), porém, no verão era absorvida pelo solo ou evaporava, assim, sem contato com o mar ou rio, secavam totalmente.
As depressões do solo possuíam margens inclinadas até a água alcançar profundidade máxima em torno de 3 metros, que os tamandareense os nominou de vale, lago e lagoa. Assim, existia o VALE DAS CAMPAS – localizado por trás da igreja de São Pedro na praia das Campas, onde as pessoas tomavam banho na sua água marrom-amarelada; LAGO DO CAMPO DE AVIAÇÃO – localizado entre as atuais ruas da Levada (Gonçalo Meira) e 5 de julho - por trás do Fênix, e sua água era rosa-avermelhado; LAGOA DE TAMANDARÉ - localizada por trás da casa dos arcos na praia de Tamandaré, cuja água era muito escura, quase preta; LAGOA DA FORTALEZA – localizada entre a muralha sul do Forte de Tamandaré e a área atualmente ocupada pelo CEPENE (não era no terreno em frente da carpintaria náutica onde a UFRPE realizou escavações para criação de peixes, no final da década de 1970), possuía água com tonalidade marrom-amarelado, e a comunidade pescava bastante camarão de água doce. Posteriormente, tais áreas foram aterradas, portanto, deixaram de existir.
Fotos: Internet e Historiando Tamandaré.

O MUNDO POR TRÁS DA TENDA            Maria do Carmo Ferrão Santos A oficina de teatro O MUNDO POR TRÁS DA TENDA, foi rea...
15/07/2025

O MUNDO POR TRÁS DA TENDA
Maria do Carmo Ferrão Santos

A oficina de teatro O MUNDO POR TRÁS DA TENDA, foi realizada entre 31 de maio e 09 de julho de 2025, totalizando em 32 horas de curso com a participação de 15 alunos das escolas públicas de Tamandaré, que foram orientados pelos competentes profissionais: Pedro Cardoso, Priscila Mesquita, Fabíola Valença, Edonias Moura e Ivaldo Júnior. Nesse período foram confeccionados bonecos de luva para serem usados nas apresentações teatrais, entretanto, os alunos também participaram ativamente de todas as etapas do processo de montagem teatral, inclusive com oportunidade para discutirem teatralmente algumas situações de opressão vivenciadas. O grupo BONECOS DO MAR está de parabéns por esta grande realização cultural, ao oferecer a oficina teatral de bonecos de luva, inspirada no universo do mamulengo, com o apoio financeiro da Lei Paulo Gustavo no âmbito estadual. O curso foi realizado na biblioteca municipal Rivalda Nercy do Nascimento e na ETI Rinaldo Silva de Oliveira, sendo nesta última a culminância com a apresentação dos belíssimos trabalhos, no dia 09 de julho de 2025.
Até a década de 1970, em Tamandaré era comum a apresentação de mamulengo (teatro de bonecos) nas escolas, nos terraços das residências e nos eventos festivos. Os bonecos eram manipulados por pessoas da comunidade que davam voz a eles, os quais interagiam entre si e com o público. Eram apresentações que divertiam a comunidade com variados temas e muito humor. Essa tradição foi importante no fortalecimento da identidade cultural e na história dessa cidade. Para resgatar tal costume praieiro, foi de fundamental importância a realização da oficina de teatro O MUNDO POR TRÁS DA TENDA, portanto, todos os participantes estão de parabéns.

A ORIGEM DO NOME SALTINHO     Maria do Carmo Ferrão SantosOs caetés foram os povos originários que habitaram Tamandaré. ...
09/07/2025

A ORIGEM DO NOME SALTINHO
Maria do Carmo Ferrão Santos
Os caetés foram os povos originários que habitaram Tamandaré. Quando os portugueses aqui chegaram, muitas coisas já possuíam nomes em tupi, porém, alguns foram aportuguesados (tamoindaré para Tamandaré) e outros traduzidos, como por exemplo ponga í (ponga = salto + í = pequeno) nome dado à cachoeira, que passou a se chamar Saltinho. Os indígenas levaram em consideração que nos seus 10 metros de altura existem alguns trechos com saliência na rocha, e nesses locais a água dá pequenos saltos (ponga í: salto pequeno = saltinho). Ao construir o engenho próximo da cachoeira, o primeiro proprietário o nominou de Saltinho, considerando o nome indígena ponga í, portanto, a cachoeira de Saltinho foi quem deu nome ao engenho.
O engenho Saltinho foi construído no mesmo século da chegada dos portugueses à Pernambuco. Após vários donos, na segunda metade de 1800 essa propriedade foi comprada por João Antônio Alves da Silva. Ao falecer por volta de 1900, deixou o engenho para a viúva Rita Bemvinda Guimarães. Em 1903, para abastecer de água o Hospital Lazareto, o governo federal passou a pagar à proprietária o direito de uso da água do rio Mamucabas que passa nesse engenho. Em 1905, Rita Bemvinda vendeu seu engenho ao governo federal.
A construção do asfalto da PE - 076 foi concluída em 1987. Então fixaram uma placa com o nome “bulha d’água” ao invés de cachoeira de Saltinho. Bulha signif**a zuada, enquanto cachoeira é queda d’água, portanto, o correto é a segunda opção. Em 2022 foi fixada uma placa com o verdadeiro nome CACHOEIRA DE SALTINHO, portanto, é errado falar bulha d’água ou buia.
Existe um equívoco ao se afirmar que a cachoeira de Saltinho faz parte da REBIO de Saltinho, se fosse verdade ninguém teria acesso à mesma. Na realidade, ela faz parte da fazenda Bulha D’água, portanto, é uma propriedade particular e por essa razão as pessoas têm acesso enquanto o seu proprietário permitir, caso contrário só se oficializar como sendo para uso público.

PRIMEIRO ENCONTRO MAR DE PALAVRAS​Evento realizado pela Academia Tamandareense de Letras e Artes – ATLA, no dia 04 de ju...
06/07/2025

PRIMEIRO ENCONTRO MAR DE PALAVRAS
​Evento realizado pela Academia Tamandareense de Letras e Artes – ATLA, no dia 04 de julho de 2025 no Forte de Tamandaré. Na oportunidade, houve um sarau literário e uma homenagem póstuma a acadêmica efetiva e fundadora Maria José de Lima (Liazinha). Foi um momento inesquecível e histórico, que contou com a presença dos acadêmicos Romero da Silva, Maria do Carmo Ferrão, Ana Cristina Ribeiro (atual presidente da ATLA) e Maria Adelina Cavalcante (Neta - futura presidente da ATLA), dos familiares de Liazinha, dezenas de alunos dos terceiros anos da EREM – Tamandaré, professores e amigos. A ATLA – Casa Gizelda Moura, foi fundada em 17 de setembro de 2016 e funciona no Forte de Tamandaré - sala 4.

AS MINI PRAÇAS NO CENTRO DE TAMANDARÉ     Maria do Carmo Ferrão SantosUma mini praça ou parklet corresponde a um pequeno...
30/06/2025

AS MINI PRAÇAS NO CENTRO DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
Uma mini praça ou parklet corresponde a um pequeno local público transformado numa estrutura que valoriza a convivência, o lazer, o descanso e a recreação. São extensões das calçadas que podem conter bancos, mesas, árvores, iluminação, lixeira, playground, etc., portanto, representam espaços agradáveis que melhoram a qualidade de vida da comunidade. Os parklets são pequenas praças essenciais para a qualif**ação de um ambiente de uso comum, pois incentiva à interação harmoniosa entre as pessoas.
A praça Almirante Tamandaré foi construída em 1968, tendo como destaque o busto do Alm. Tamandaré. Trata-se de alguns canteiros enfileirados que separam as duas faixas de trânsito. Considerada a primeira mini praça de Tamandaré, nos seus canteiros instalaram em torno de 8 luminárias decorativas, cujo modelo motivou às pessoas os chamarem de picolés. Sua base de alvenaria com formato quadrado servia de banco, que era bastante disputado pela comunidade. A segunda mini praça f**a na rua Manoel Miguel Sobrinho (tem o nome do meu pai) – Lei n. 079/1999, que liga a Av. José Bezerra Sobrinho com a Av. Dr. Leopoldo Lins; foi calçada em 30/07/1999 e asfaltada em 09/07/2024. Possui vários bens de uso comum: o Colégio Monteiro Lobato, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a Delegacia de Polícia Civil e o Hospital José Múcio Monteiro. É uma rua bastante movimentada, pois também serve de acesso para a EREM – Tamandaré, a Escola Almirante Tamandaré, o Forte de Tamandaré, às praias, ao Marco Zero, etc. Na rua tem uma meia curva com um pequeno alargamento da calçada, onde foi construída a mini praça, porém, essa pode ser um pouco ampliada para caber mais elementos de uso coletivo. Por serem testemunhas da evolução de Tamandaré e possuírem valores urbanísticos, as duas mini praças precisam ser revitalizadas para tornarem-se espaços mais agradáveis e que acolham a todos.

A “SOPA” DE TAMANDARÉ     Maria do Carmo Ferrão Santos​​Até a década de 1950, era complicado viajar para o Recife, pois ...
16/06/2025

A “SOPA” DE TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos

​Até a década de 1950, era complicado viajar para o Recife, pois precisava aguardar no barracão do engenho Mamucabas (próximo da cachoeira de Saltinho), a “sopa” – único coletivo vindo de Barreiros, às 4h30, que muitas vezes chegava superlotado. Os tamandareenses se deslocavam por 7 km em estrada de barro, e quando tinha bastante lama os passageiros precisavam lavar os pés e trocarem de calçado para subirem na “sopa”. Se fosse sentado e levasse pouca bagagem, essa podia ser colocada no colo e nos pés, caso contrário ia amarrada externamente no teto da “sopa”; se chovesse cobriam com lona. O percurso era problemático, especialmente no inverno quando atolava e os passageiros precisavam empurrá-la. Para dar partida no motor era preciso força e paciência de Ageu (seu proprietário), que girava uma grande alavanca (manivela). Com paradas em Ipojuca e Pontezinha, chegava na capital durante à tarde e já retornava; passava à noite pelo engenho Mamucabas, onde os moradores de Tamandaré desciam e a “sopa” seguia para Barreiros.
​Em 1953 foi inaugurada a Estação Rodoviária do Recife, e as empresas investiram em ônibus melhores e maiores. Assim, na década seguinte as “sopas” não tiveram como competir, portanto, aos poucos foram extintas. Em Tamandaré começou a circular o ônibus da empresa Cruzeiro, que às 5h seguia para Recife e retornava em torno das 20h. A sua chegada era bastante festiva, pois desde o posto de gasolina o motorista já buzinava sem parar, avisando que o ônibus se aproximava, tendo em vista que muitas pessoas f**avam diariamente esperando na entrada de Tamandaré. Os passageiros f**avam em pé, e das janelas cumprimentavam os pedestres que corriam e gritavam cercando o ônibus. Essa alegria para recebê-los prevaleceu até os anos de 1970.
Fotos: Historiando Tamandaré e Internet.

PALESTRA: O AMBIENTE AQUÁTICO​Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6) e ao Dia Mundial dos Oceanos (8/6), o...
12/06/2025

PALESTRA: O AMBIENTE AQUÁTICO
​Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6) e ao Dia Mundial dos Oceanos (8/6), o Canal Historiando Tamandaré e a Associação Maré Cultural promoveram a palestra O AMBIENTE AQUÁTICO, no dia 11 de junho, com a participação de alguns professores e dos alunos do 2o ano F e G da EREM – Tamandaré. Foi um momento bastante proveitoso, com diversas informações sobre o meio ambiente, especialmente do município de Tamandaré. A palestra foi encerrada com a seguinte pergunta para os participantes: QUAL A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA AJUDAR O AMBIENTE AQUÁTICO DE TAMANDARÉ?

O GUERREIRO – FOLGUEDO POPULAR EM TAMANDARÉMaria do Carmo Ferrão Santos  O Guerreiro iniciou com os alagoanos que vieram...
07/06/2025

O GUERREIRO – FOLGUEDO POPULAR EM TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
O Guerreiro iniciou com os alagoanos que vieram residir em Tamandaré. Os trajes bastante coloridos, eram ornamentados com fragmentos de espelhos, enfeites de árvore de natal, fitas de cetim, lantejoulas, missangas, etc.; na cabeça usavam diademas, coroas e chapéu com aba dobrada em forma de igreja. Era composto por instrumentos musicais, parte teatral e danças com pessoas de várias idades, além do Mestre Cantador que organizava o folguedo. Algumas vezes juntava o Guerreiro com o Reisado, num espetáculo encantador!
Entre as décadas de 1930 e 1950, o Guerreiro foi bastante importante em Tamandaré, com destaque para o seu fundador Mestre Cantador Luís Tronchinho, que ocupou um pequeno galpão onde f**a a COMPESA. Este foi substituído pelo Mestre Cantador Messias, que assumiu o folguedo entre 1940 e 1958, quando foi encerrado. Nesse período, a sede do Guerreiro foi num imóvel da rua 4 de outubro e depois na Samuel Hardman - todas no bairro Campinas de Tamandaré. Também merece destaque os Mestres Amaro Lela, Gonçalinho e Cana Verde que participavam das apresentações do Guerreiro e do Samba de Matuto Leão do Norte, cantando versos improvisados (lôas), inclusive com temas solicitados pela plateia. Foi um período de grande animação popular, na época que Tamandaré tinha em torno de 1.000 habitantes.
Na década de 1990, os artistas da dança popular de Tamandaré, coordenados por Elita Nascimento, Sérgio Costa, Marivaldo Costa e Hebert Lopes resgataram o Guerreiro, mas era composto apenas de dança e som mecânico, ou seja, não incluía a parte teatral com os personagens, músicos e o Cantador. Sem apoio e incentivo, logo deixou de existir. Na década seguinte, com o mesmo formato de apresentação, os artistas da Recri-Art fundado por Márcio André Santos Morais restauraram o Guerreiro; depois de algumas apresentações o folguedo deixou de existir em 2014. Tamandaré já teve vários folguedos populares que, infelizmente, foram extintos com o passar do tempo.
Fotos: Internet e Recri-Art.

RESTAURO DA IGREJA DE SÃO JOSÉ DE BOTAS E CASA PAROQUIAL     Maria do Carmo Ferrão Santos No início da década de 1840, o...
01/06/2025

RESTAURO DA IGREJA DE SÃO JOSÉ DE BOTAS E CASA PAROQUIAL
Maria do Carmo Ferrão Santos

No início da década de 1840, os engenheiros franceses Louis Léger Vauthier e Henrique Augusto Millet visitaram Tamandaré e conheceram Zeferino Muniz Salgado, que informou sua pretensão em construir uma casa para residir com a família. Posteriormente, este foi presenteado com a planta da Casa dos Arcos. Segundo alguns antepassados, esses engenheiros também contribuíram com o desenho arquitetônico da igreja de São José de Botas, edif**ada pelo padre José Rufino Gomes, que ao lado da igreja construiu a sua casa. A Lei Provincial n° 842, de 28 de maio de 1868 criou a Freguesia de Tamandaré, e a igreja de São José de Botas serviu como primeira matriz nessa vila, apesar de outras igrejas já existirem; apenas em 17 de maio de 1905 é que Tamandaré alcançou a categoria de distrito do município de Rio Formoso. O sítio São José, ocupado por esse conjunto arquitetônico (tombado pela FUNDARPE - decreto estadual no. 44.064/2017), pertence à família de Nestor de Medeiros Accioly que o comprou em torno de 1902.
Em 2001, a igreja foi parcialmente recuperada pela família Accioly e comunidade local, com o apoio do padre José Marcos Gomes de Luna. Mesmo tombados, a igreja de São José de Botas e a casa paroquial encontram-se em estado avançado de degradação. A FUNDARPE financiou os projetos referentes ao levantamento arquitetônico e a elaboração do mapa de danos que expõe todas as necessidades para o restauro desse conjunto arquitetônico. Com essas duas etapas concluídas, a próxima visa obter recurso financeiro, porém, é necessário buscar parcerias para executar as obras e realizar esse tão sonhado restauro que honrará a nossa ancestralidade.
Fotos: Historiando Tamandaré, Luiz Accioly e Sid Rasta.

A MINI PONTE NO MACEIÓ DAS CAMPAS - TAMANDARÉ      Maria do Carmo Ferrão SantosTamandaré só possuía um único acesso, era...
27/05/2025

A MINI PONTE NO MACEIÓ DAS CAMPAS - TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
Tamandaré só possuía um único acesso, era próximo ao busto do Alm. Tamandaré - no bairro Campinas de Tamandaré. Para chegar à praia das Campas ou dos Carneiros, as opções mais utilizadas eram por caminhos de areia existentes no campo de aviação e pela orla. Nesta última, atravessava uma ponte construída com troncos de árvores e de coqueiros, existente na foz do maceió das Campas - que limita a praia de Tamandaré e das Campas. Devido à dinâmica da elevação pluviométrica e das grandes marés, era comum a ponte f**ar danif**ada. Diante dessa problemática, optou-se por construir uma ponte num local onde a calha fosse mais estreita, ou seja, a cerca de 300 m da foz.
A construção ocorreu na segunda metade do século passado, mas mesmo utilizando bueiros não a consideraram uma passagem molhada, pois divulgaram como sendo a primeira ponte no centro do distrito de Tamandaré. A mini ponte com cerca de 2,7 m de comprimento, possuía corrimão e passadiço – este f**ava mais alto do que a estrada de barro batido, mas desapareceu com o aterro para o calçamento. Nas últimas décadas, ações antrópicas têm interferido negativamente no maceió das Campas, ao despejarem esgotos e lixos que contaminam até o mar, além, dos imóveis construídos nas áreas antes ocupadas pela natureza. Outrora era gratif**ante f**ar nesse espaço de convivência, admirando a vegetação e o Oceano Atlântico – hoje sem visibilidade devido aos vários obstáculos. Dos três maceiós desta cidade: Lira, Tamandaré e Campas, neste último sempre ocorreu maior captura e biodiversidade de peixes.
Por representar parte importante da história dessa cidade, a mini ponte do maceió das Campas merece ser restaurada pelo poder público municipal, porém, deve considerar o mesmo modelo de construção utilizado originalmente.
Fotos: Historiando Tamandaré e Vinícius Fernandes – apoiando essa causa.

ALAGAMENTOS POR ÁGUAS PLUVIAIS EM TAMANDARÉ     Maria do Carmo Ferrão Santos​Foi construído um Campo de Aviação no centr...
21/05/2025

ALAGAMENTOS POR ÁGUAS PLUVIAIS EM TAMANDARÉ
Maria do Carmo Ferrão Santos
​Foi construído um Campo de Aviação no centro de Tamandaré, que funcionou de 1943 a 1979. Para evitar alagamento nessa localidade, o topógrafo Antônio Angelim construiu um sistema de drenagem com canais a céu aberto (levadas). Os canais conduziam a água da chuva para cinco macroreceptores: maceió do Lira; maceió de Tamandaré (da Toca do Joca) e maceió das Campas – todos desaguando no mar, além dos rios Ariquindá e Mamucabas. Antes de desaguar no Mamucabas, a levada se encontra com o riacho de Zé Neco, no sítio Lagoa Quinta - de Lizete. Muito tem se falado no rio Jacaré, este sempre foi o apelido do local do rio Mamucabas onde deságua o riacho de Zé Neco, entretanto, erroneamente estão chamando de rio Jacaré o riacho de Zé Neco.
Até a década de 1980, nos canais e maceiós se executava uma manutenção adequada, portanto, se evitava o assoreamento, acúmulo de lixo, despejo de esgotos domésticos e desvio de percurso, também não permitiam a construção de imóveis nas margens nem instalação de tubos para desaguarem no mar. Com todo esse zelo, a comunidade pescava bastante peixe e camarão nesses ambientes. Daí em diante, com a urbanização desordenada, o sistema de drenagem pluvial tornou-se inadequado e impactado por ações antrópicas: - a vegetação e o solo arenoso da restinga (que absorvem água das chuvas) foram substituídos por construções; - acúmulo de esgoto doméstico e lixo passaram a poluir o mar; - foi implantado o saneamento básico com tubulações de pequeno diâmetro e construíram imóveis sobre as manilhas de concreto; - várias ruas foram calçadas e asfaltadas sem estudo de nível para o escoamento da água; etc. Nenhum rio corta a cidade de Tamandaré, portanto, as águas fluviais não invadem suas ruas como ocorre na zona rural, ou seja, apenas as águas pluviais causam inundação na zona urbana. Diante dos problemas mencionados, providências urgentes devem ser adotadas pelo poder público municipal (executivo e legislativo), com a colaboração dos munícipes, para alcançarmos melhoria na nossa qualidade de vida.

Endereço

Tamandaré, PE

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