13/08/2023
Quando recebemos o diagnóstico da Maria Clara não foi nenhuma surpresa, na verdade já estávamos a um certo tempo investigando sobre o assunto... Alguns médicos... algumas recusas... "não mãe, ela é super saudável, inteligente, não tem nada com o que se preocupar!" Mas coração de mãe sabe, sente!
Eu nunca me contentei com uma consulta de 10 minutos, em não ser ouvida... afinal quem melhor que eu, a mãe, pra falar sobre minha filha!?
O comportamento da Maria era diferente, existiam algumas dificuldades, algumas atitudes sem explicação. Então...
Pesquisas, pesquisas e mais pesquisas...
Horas estudando, assistindo lives, lendo e aprendendo. Até ouvir falar sobre o espectro feminino do Autismo, e a surpresa quando cada caso que eu lia se encaixava perfeitamente no comportamento da minha filha! Eu chorei, fiquei angustiada, caí em um buraco... comecei a falar sobre o assunto com a família e amigos, ouvi muitas recusas e doeu mais ainda. Mas seguimos firmes, cada dia estudando mais, e confesso que tentei achar outras respostas, não encontrei!
Na primeira consulta com a .estefaniortiz eu me senti acolhida, fui ouvida, mostrei tudo o que eu tinha separado, entre fotos, vídeos e anotações sobre os comportamentos dela. Ela não só enxergou uma criança com uma mãe ansiosa, mas olhou pra quem a Maria é de verdade, pras suas necessidades e suas habilidades!
Então, enfim o diagnóstico de autismo chegou! Achei que ia doer, que novamente eu ia cair naquele buraco, mas já tinha doído antes, eu já tinha caído e levantado diante de todas as incertezas e minha ignorância sobre o assunto.
Eu já sabia que minha filha é maravilhosa, um coração gigantesco, amorosa, empática, super inteligente e com um futuro brilhante pela frente independente das suas dificuldades! E foi um alívio, saber por onde caminhar, que caminho seguir pra poder ajudá-la!
Estava eu confiante, cada dia mais aprendendo sobre o assunto...
E descobri que o autismo não é um problema, mas sim a falta de informação!
Porque maior dor do que os pais atípicos sofrem em lutar incansavelmente pelos direitos do seu filho é a dor de enfrentar uma sociedade doente, carente de informações, carente de sequer ter vontade de procurar aprender sobre a condição do próximo e respeitá-la!
Ser Autista não é motivo de vergonha, não é ser uma pessoa rotulada, incapacitada.
Ser autista é uma condição, é uma forma de ver, sentir, entender e aprender diferente, cada um com suas particularidades...
Então quando uma família estiver investigando alguma condição em seu filho, recebendo um diagnóstico e compartilhando suas experiências, não as desacreditem.
Essa família provavelmente já caiu em um buraco, ou está dentro dele, ou quem sabe ainda vai cair... Essa família está estudando dia e noite, enfrentando lutas que só quem sente na pele sabe o que essas lutas significam e as marcas que elas causam... Essa família está sobrevivendo! Não cause mais dor com a sua ignorância, com o seu capacitismo, com o seu preconceito velado.
Ofereça o seu abraço, ouça com carinho, se coloque no lugar, esteja disposto a aprender! 💖🌈