30/08/2025
32º Festival Ronco do Bugio
O ritmo Bugio e o Festival Musical Ronco do Bugio são patrimônio cultural imaterial de São Francisco através de dois projetos lei enviados pelo Executivo ao Legislativo Municipal, que visam proteger a história e a cultura desses elementos tão tradicionais em São Francisco de Paula. No último dia 12 de agosto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do RS (IPHAE), órgão ligado à Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC), em cerimônia, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, declarou o ritmo como patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul.
As leis 3733 e 3734 de 03 de agosto de 2022 foram aprovadas por unanimidade pelos Vereadores.
A originalidade tanto do Ritmo quando do Festival foi resguardada através deste reconhecimento patrimonial como um bem tipicamente serrano, sendo ambos elementos potencializadores que fazem com que a comunidade sinta-se orgulhosa ao alimentar e fortalecer a própria identidade do nosso povo.
O Ritmo do Bugio é um ritmo musical específico que surgiu através do acordeom. Os gaiteiros serranos usavam o jogo de fole, recurso peculiar do acordeom, para destacar e caracterizar o ritmo, que muito se referencia no som marcado que os animais, bugios, produzem nas matas nativas da região dos Campos de Cima da Serra e das Matas dos Pinhais.
O gênero musical caracteriza São Chico como “Terra do Bugio e dos grandes gaiteiros” e o reconhecimento popular e a memória social formalizam esse sentimento. O registro histórico aponta que o primeiro Bugio registrado musicalmente, aconteceu em 1956, com “O Casamento da Doralice” com partitura e letra com composição de Os Irmãos Bertussi, músicos de renome da cultura gaúcha e nascidos no território de São Francisco de Paula.
Origem do Festival Ronco do Bugio
O músico, poeta e historiador nascido em São Francisco de Paula, Léo de Souza Ribeiro é quem contextualiza a importância do Festival Ronco do Bugio.“O Festival acontece desde o ano de 1986 quando, sob uma lona de circo, em uma noite gélida no campo do Atlético, o evento aconteceu pela primeira vez. O Festival Ronco do Bugio possui características próprias em sua forma e conteúdo, pois é o único do Brasil onde apenas um ritmo é permitido, ou seja, o Bugio, numa maneira de preservação do compasso oriundo de nossa querência. Na América do Sul algo similar acontece somente na Argentina, em Corrientes, berço do ritmo Chamamé".
Nesta 32ª edição do Festival, realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Desporto, ao todo, foram 136 músicas inéditas inscritas nas três fases do concurso: distribuídas em 16 na fase local, 8 na fase instrumental e 112 na fase geral. Foram classificadas 23 composições: divididas em 10 na fase local, 10 na fase geral e 3 na fase instrumental, além de 5 obras que ficaram na suplência.
Premiação
A melhor composição local receberá o prêmio “Ronco da Terra”, com troféu e R$ 3.000. Já na fase geral, as dez composições classificadas e outras quatro vindas da fase local disputam as premiações principais, com destaque para os três primeiros colocados, que receberão prêmios em dinheiro de até R$ 8.000, além de troféus. Também serão reconhecidos o melhor instrumentista, melhor intérprete e a música mais popular do evento. A grande novidade de 2025 é a criação da categoria “Instrumental de Gaita”, que premiará a melhor execução individual no ritmo bugio, reforçando a valorização do instrumento símbolo da música regional. O vencedor levará troféu e R$ 1.000.
Além das composições inéditas característica do festival, a 32ª edição do Ronco do Bugio ainda vai receber no palco artistas consagrados do Rio Grande do Sul.
Programação deste sábado, 30 de Agosto:
19:30 horas – Início das apresentações das finalistas
22 horas – Show com Luiz Marenco
23:30 horas – Baile com Os Tiranos