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Shopping único do setor com sistema hídrico autossuficiente, agora investe também em eficiência energética e prevê econo...
27/10/2025

Shopping único do setor com sistema hídrico autossuficiente, agora investe também em eficiência energética e prevê economia de 25%

Empreendimento já conta com iluminação sustentável, arquitetura com luz natural e instalações de led. Além disso, já contabiliza economia de 2 milhões de litros de água potável, trata 2,5 milhões de litros de esgoto mensalmente para reúso em sanitários e jardins.

No ano em que o Brasil sediará a Confederação de Mudanças Climáticas da ONU (COP30), a iniciativa privada terá consigo a responsabilidade ainda maior de transformar demandas não atendidas em possibilidades tangíveis. Posicionamento fundamental que deve abranger todos os segmentos de negócios.

No mercado de shopping centers, o compromisso ambiental revela números expressivos. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), dos mais de 640 empreendimentos no país, 87% utilizam algum tipo de fonte limpa de energia e cerca de 82% realizam coleta seletiva, além de outras práticas que contribuem signif**ativamente com a sustentabilidade.

Em São Paulo, o Cantareira Norte Shopping -que f**a na região de Pirituba- reforça seu cunho socioambiental ampliando suas iniciativas sustentáveis de energia e se destacando com a autossuficiência em água. O empreendimento está implementando um inovador sistema fotovoltaico conhecido como “Zero Grid”, que deve entrar em operação entre outubro e novembro de 2025. O Zero Grid consiste na captação de energia diretamente nos telhados do shopping por meio de placas solares, utilizando a energia absorvida de forma online e autônoma, sem conexão à rede pública de energia.

Claudio Sallum, Diretor-Executivo da Lumine, empresa que administra o Cantareira Norte Shopping, revela que o investimento no projeto gira em torno de R$ 2 MM e a expectativa é que esse sistema ofereça uma economia de aproximadamente 25% na energia consumida pelo shopping, além de uma garantia contínua de fornecimento dessa parcela da energia que será produzida internamente.

Para Sallum, o balanço entre impacto ambiental e retorno é fundamental: “Nosso primeiro pensamento é a responsabilidade e a ética com o meio ambiente e as futuras gerações. Embora os investimentos em sustentabilidade demandem um aporte inicial importante, eles se pagam no longo prazo, não apenas em retorno financeiro, mas também em termos de fortalecimento do nosso compromisso com a sustentabilidade. É um conjunto de ativos que viabiliza e justif**a esses investimentos, tornando o shopping mais eficiente do ponto de vista de energia e água”.

Somente em 2024, no período de Janeiro a Dezembro, o Cantareira Norte Shopping consumiu 7.005,861 MWh de energia renovável incentivada, tendo reduzido a emissão de 376,70tCO2 equivalente de gases de efeito estufa pela utilização de fontes renováveis. As emissões evitadas voluntariamente são correspondentes a mais de 2 mil árvores em 30 anos em um projeto de reflorestamento, segundo Certif**ado de Energia Renovável Comerc-Sinerconsult.

O empreendimento também possui uma arquitetura estrategicamente pensada para obter luz natural em áreas comuns, conta com iluminação LED e sistema de gestão energética, envolvendo lojistas e visitantes.

Somando-se à nova iniciativa energética, o empreendimento é o único no setor com sistema hídrico autossuficiente que gera economia mensal de 2 milhões de litros de água potável, além de tratar cerca de 2,5 milhões de litros de esgoto, trazendo benefícios ambientais e sociais para a capital paulista.

Inaugurado há nove anos, desde a concepção do projeto, o Cantareira Norte Shopping investiu na implantação de um sistema hídrico inovador no setor, que garante a total independência do sistema público de fornecimento. “A gestão eficiente da água é essencial para o futuro das grandes cidades. Nosso modelo é um exemplo de como o setor varejista pode contribuir para a preservação dos recursos naturais. Além do impacto ambiental positivo, a estrutura sustentável do shopping gera benefícios para toda a comunidade, impulsionando o crescimento e a valorização da região”, comenta Humberto Moreira, superintendente do Cantareira Norte Shopping.

O abastecimento do empreendimento é realizado através de poços artesianos e captação de água de chuva, que, após os devidos tratamentos, armazenam a água em dois tanques separados com capacidade total de 500 mil litros. Além disso, o shopping conta com uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que capta toda a água utilizada nos sanitários e praça de alimentação, submetendo-a a um processo de purif**ação químico e biológico. O resultado é a geração de água de reuso, utilizada para irrigação de jardins e descargas, aumentando signif**ativamente a eficiência do sistema.

“O compromisso do shopping com a gestão responsável da água e energia reforça a importância de iniciativas sustentáveis no setor varejista, com impacto global”, enfatiza o superintendente Moreira.

O Cantareira Norte Shopping se consolidou como um importante polo econômico e social da zona norte de São Paulo, impulsionando o crescimento local, atraindo grandes marcas e novos empreendimentos. Além do impacto ambiental positivo, sua presença tem incentivado a valorização imobiliária da região, com o surgimento de milhares de novas unidades residenciais em construção.

Foto: divulgação

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Pavimentação sustentável: tecnologia pode reduzir em 50% o uso de matérias-primas na manutenção de viasPor Camilo Alvara...
25/10/2025

Pavimentação sustentável: tecnologia pode reduzir em 50% o uso de matérias-primas na manutenção de vias

Por Camilo Alvarado e Lucas Seraphim*

A manutenção de ruas, estradas e demais tipos de vias – inclusive as de aeroportos – é uma tarefa constante e um dos maiores desafios para a gestão pública e privada. Um estudo feito pela BASF em parceria com a empresa de pavimentação Vance Brothers revela que é possível realizar a manutenção de uma via utilizando metade dos recursos naturais, reduzindo o consumo de energia em 40% e cortando as emissões de gases de efeito estufa em 45%. Não se trata de uma projeção futura, mas do resultado comprovado de tecnologias de pavimentação já disponíveis, que estão redefinindo os padrões de eficiência e sustentabilidade na infraestrutura.

Os dados vêm de uma rigorosa Análise de Ciclo de Vida (ACV) que comparou duas abordagens de manutenção: o tradicional método de fresagem e recapeamento (Mill & Fill) e a aplicação de micropavimento. O objetivo é quantif**ar a relação entre os impactos ambientais e os custos de cada tecnologia. O estudo, validado por entidades independentes de renome como a TÜV Rheinland® e a NSF International, analisou cada etapa dos processos — desde a extração da matéria-prima até a aplicação e o descarte final, em conformidade com as normas ISO 14040, 14044 e 14045.

Os resultados apontam para a superioridade do micropavimento em praticamente todas as frentes:

Consumo de matérias-primas: Uma redução superior a 50%. Enquanto o micropavimento otimiza o uso de materiais, o método Mill & Fill chega a consumir 250% a mais matéria-prima.

Consumo de energia: Uma economia de mais de 40%, graças às temperaturas mais baixas de fabricação e aplicação, o que também diminui os impactos logísticos.

Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE): O micropavimento gera 45% menos emissões. Em contraste, o processo de Mill & Fill produz o dobro de emissões de metano e outros compostos voláteis.

Custos do Ciclo de Vida: O micropavimento apresenta custos de material, mão de obra e descarte signif**ativamente mais baixos, tornando-se a alternativa mais ecoeficiente e econômica a longo prazo. Essa análise comprova que a escolha da tecnologia correta tem um impacto direto e mensurável tanto nos custos do projeto quanto na sua pegada ambiental.

Recentemente, o método foi aplicado em um cenário de alta exigência: a manutenção da pista do Aeroporto Los Garzones, em Montería, Colômbia. Em parceria com a MPI Asphalt Consultants, o desafio era intervir em uma pista de 2.300 metros de comprimento, com intenso tráfego aéreo, com uma janela de trabalho noturna de apenas 5 horas – e durante a temporada de chuvas.

A solução foi a aplicação de um microrrevestimento asfáltico a frio (Slurry Seal) utilizando emulsao asfaltica modif**ada con Butonal®, que permitiu uma logística otimizada, execução rápida e segura, com aplicação seguida por compactação pneumática, e com a liberação da pista a tempo para a primeira operação da manhã. O resultado foi uma recuperação funcional, eficiente e econômica da superfície da pista, garantindo a segurança das operações e demonstrando que é possível realizar manutenções complexas com mínimo impacto e máxima eficiência.

Ao optar por soluções avançadas como o micropavimento, estamos investindo em um futuro com infraestrutura mais resiliente, segura e em harmonia com o meio ambiente. Resultados como esses são fruto de um investimento contínuo em Pesquisa & Desenvolvimento. Nosso objetivo com as soluções para asfalto é assegurar maior durabilidade, menor necessidade de manutenção e uma signif**ativa redução no consumo de energia, recursos e emissões. Isso se traduz em ganhos econômicos e de sustentabilidade de longo prazo para nossos clientes e para a sociedade.

Além da solução para micropavimento, evoluímos nosso portfólio de produtos para asfalto, com foco em atender o uso crescente de asfalto reciclado (RAP). Para isso, incorporamos o Rheofalt® HP AM, um rejuvenecedor de asfalto 100% derivado de fontes renováveis, que permite a reutilização de até 100% do RAP na mistura asfáltica — uma solução que alia sustentabilidade e alta performance.

Deste modo, contamos com tecnologias para aplicação em asfalto quente, morno e frio, todas desenvolvidas para atender aos mais exigentes critérios de durabilidade, manutenção, segurança ocupacional e proteção ambiental. Além disso, essas soluções contribuem diretamente para a redução do consumo de energia e das emissões de CO₂, alinhando-se às metas globais de descarbonização.

Nosso objetivo é claro: prolongar a vida útil do pavimento, reduzir a frequência de intervenções e minimizar o impacto ambiental. Ao mesmo tempo, buscamos contribuir para uma indústria mais eficiente e responsável, promovendo o fechamento do ciclo de materiais e acelerando a transição para uma economia verdadeiramente circular.

* Camilo Alvarado, do Marketing de Dispersões, Resinas e Aditivos para Construção; Lucas Seraphim, coordenador técnico de Dispersões para Construção

Foto 1: Camilo Alvarado, BASF (divulgação)
Foto 2: Lucas Seraphim, BASF (divulgação)

Israel apresenta tecnologias para energia, água e agricultura sustentável em webinar da Câmara Brasil-Israel (BRIL Chamb...
24/10/2025

Israel apresenta tecnologias para energia, água e agricultura sustentável em webinar da Câmara Brasil-Israel (BRIL Chamber)

Startups israelenses mostram como tecnologia pode transformar os desafios climáticos em oportunidades.

Reconhecido mundialmente como um dos maiores polos de inovação, Israel vem se consolidando também como potência em tecnologia climática — desenvolvendo soluções capazes de enfrentar desafios globais nas áreas de energia, água e agricultura sustentável. Parte dessas inovações foi apresentada no webinar “Desafios do Clima – Tecnologias de Israel Moldando o Amanhã”, promovido pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria (BRIL Chamber), em parceria com a PlaneTech – uma joint venture entre o Israel Innovation Institute e o Consensus Business Group, dedicada a conectar startups israelenses de tecnologia climática com investidores e empresas de todo o mundo e apoio da KPMG Brasil.

Realizado às vésperas da COP 30, o evento reuniu especialistas e executivos brasileiros e israelenses para discutir como a inovação pode transformar a resposta global à crise climática e acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.

“Israel tem um histórico único de transformar escassez em oportunidade. Essa mentalidade inovadora é essencial para inspirar soluções concretas aos desafios ambientais que enfrentamos”, afirmou Márcio Lewensztajn, presidente da BRIL Chamber.

Entre os destaques do encontro, Dan Bakola, cofundador da PlaneTech, apresentou o trabalho da organização em mapear e impulsionar startups que desenvolvem soluções com impacto positivo no clima. Segundo ele, Israel hoje conta com mais de 850 empresas ativas na área de tecnologia climática, atuando em setores que vão desde gestão hídrica e eficiência energética até mobilidade sustentável e agricultura regenerativa.“Nosso papel é aproximar a inovação israelense das necessidades locais e globais, promovendo colaborações que tragam resultados reais para o planeta”, explicou Bakola.

Felipe Salgado, sócio da KPMG Brasil e especialista em ESG e transição energética, com mais de 15 anos de experiência em sustentabilidade corporativa destacou que a inovação aberta e as parcerias internacionais são fundamentais para transformar compromissos ambientais em resultados concretos, acelerando a adoção de tecnologias limpas e modelos de negócio de baixo carbono. “A colaboração entre diferentes ecossistemas é o que permite escalar soluções sustentáveis. Iniciativas como essa aproximam empresas, investidores e governos, criando um ambiente favorável à inovação e à descarbonização da economia”, afirmou.

Na sequência, três startups israelenses apresentaram suas soluções:

Smart Flow – Apresentada por Snir Nissim, a startup atua na área de gestão inteligente de água, desenvolvendo sistemas que detectam vazamentos e desperdícios em tempo real em redes hidráulicas. Suas soluções já vêm sendo adotadas em cidades e indústrias para prevenir enchentes e otimizar o aproveitamento da água em áreas urbanas, aumentando a eficiência hídrica e reduzindo custos operacionais.

Dor Motors – Representada por Michael Dankner, a empresa desenvolveu um sistema dual-fuel inteligente para motores a diesel, que permite misturar combustíveis alternativos (etanol, metanol, gás natural), reduzindo em até 60% o uso de diesel e 50% as emissões de CO₂. Suas soluções de monitoramento ambiental e gestão de energia são baseadas em sensores e análise de dados, permitindo que empresas reduzam emissões e otimizem o consumo energético em tempo real.

SeeTree –– Representada por Denis Silveira, a startup combina inteligência artificial, análise de dados e imagens captadas por drones, satélites e sensores de campo para monitorar em tempo real a saúde de árvores e plantações. A tecnologia oferece aos produtores uma visão completa do pomar, permitindo aumentar a produtividade, otimizar o uso de água e insumos agrícolas e reduzir desperdícios por meio de decisões mais precisas e sustentáveis.

“O Webinar reforçou o compromisso da BRIL Chamber em promover conexões estratégicas entre empresas e ecossistemas de inovação, mostrando que a colaboração entre Brasil e Israel pode ser decisiva para impulsionar a economia verde e o desenvolvimento sustentável. Antecipar esse debate à COP 30 foi essencial para conectar inovação e ação prática em prol do planeta”, concluiu Márcio Lewensztajn, presidente da Câmara Brasil-Israel.

Foto: divulgação

24/10/2025
Impactos das mudanças climáticas nas demandas da Engenharia Civil* Profa. Dra. Milena Guedes Maniero Ferreira**As mudanç...
24/10/2025

Impactos das mudanças climáticas nas demandas da Engenharia Civil*

Profa. Dra. Milena Guedes Maniero Ferreira**

As mudanças climáticas têm provocado transformações profundas na engenharia civil, impondo desafios. O aumento das temperaturas médias, a elevação do nível do mar e a intensif**ação de eventos climáticos extremos, como enchentes e ondas de calor, exigem que os projetos de engenharia adotem soluções mais resilientes e sustentáveis. Entre os principais impactos identif**ados estão o comprometimento da integridade estrutural das edif**ações e obras públicas, a pressão sobre sistemas de drenagem urbanos e rurais e a vulnerabilidade das regiões costeiras frente ao avanço do mar.

Muitas das infraestruturas existentes foram projetadas para padrões climáticos históricos, que não correspondem à realidade atual. Isso torna urgente a modernização de obras, a adoção de sistemas de drenagem mais eficientes e o redesenho de barreiras e estruturas de contenção para garantir segurança. Nesse cenário, práticas tradicionais já não são suficientes, sendo necessária a incorporação de novas tecnologias e materiais que resistam às condições adversas, além de estratégias que priorizem a durabilidade e a eficiência energética das construções.

As mudanças climáticas deixaram de ser previsões distantes e passaram a fazer parte da realidade cotidiana. Ondas de calor cada vez mais intensas, chuvas torrenciais que em poucas horas superam médias históricas mensais, intensidades crescentes de ciclones tropicais, como furacões e tufões, estiagens prolongadas que comprometem mananciais e lavouras, incêndios florestais de grandes proporções, tempestades tropicais mais frequentes e uma elevação constante do nível do mar já impactam diretamente a vida humana e a infraestrutura construída. Esses fenômenos afetam tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, exigindo respostas rápidas e integradas.

Nesse cenário, a Engenharia Civil assume papel de destaque, pois é responsável por projetar, adaptar e manter as obras e sistemas que sustentam a vida em sociedade, envolvendo desde edif**ações e rodovias até sistemas de drenagem, saneamento e contenção de encostas. Compreender os impactos das mudanças climáticas é essencial para redefinir as práticas de engenharia diante desse novo cenário.

Durante muito tempo, os parâmetros utilizados para orientar o dimensionamento dessas obras baseavam-se em séries históricas de dados relativamente estáveis. Ao calcular o volume de água de chuva para uma galeria pluvial, o engenheiro recorria a registros de décadas anteriores que apresentavam certa previsibilidade. O mesmo valia para cálculos de enchentes em rios, vento sobre edif**ações ou comportamento térmico em pavimentos. Hoje esse cenário mudou. As séries históricas não oferecem o mesmo grau de confiabilidade, pois a frequência e a intensidade de eventos extremos superam o que era considerado provável. Dessa forma, a Engenharia Civil precisa se reinventar, revisando metodologias de cálculo, ampliando margens de segurança, incorporando novas tecnologias e dialogando com outras áreas do conhecimento.

Um dos exemplos mais claros são as chuvas torrenciais, que em algumas cidades concentram em poucas horas o volume esperado para um mês inteiro, provocando inundações devastadoras em regiões urbanas que sofrem com a impermeabilização excessiva do solo e com sistemas de drenagem insuficientes. Ao mesmo tempo, estiagens prolongadas comprometem mananciais e reservatórios de abastecimento, afetando tanto o consumo humano quanto a produção agrícola e a geração de energia elétrica.

Nas cidades brasileiras, a urbanização acelerada e desordenada levou à ocupação de áreas ambientalmente frágeis: encostas íngremes, várzeas de rios, terrenos de baixa cota em relação ao nível do mar. Nessas áreas, a exposição ao risco é máxima. Basta uma chuva mais intensa para que deslizamentos ocorram, soterrando casas e causando tragédias. Rodovias em serras f**am interrompidas por deslizamentos de terra. Redes de energia e telecomunicações são danif**adas, provocando apagões e isolamento de comunidades inteiras. A Engenharia Civil precisa adotar novas abordagens, como áreas verdes que absorvam parte do escoamento da água pluvial, telhados verdes que contribuam para a regulação térmica e a infiltração e pavimentos permeáveis. Uma solução para esse problema seriam as cidades-esponja, aumentando a resiliência urbana contra inundações, mostrando que é possível combinar urbanismo, paisagismo e engenharia para reduzir riscos.

No extremo oposto, a escassez hídrica se coloca como ameaça cada vez mais concreta. A engenharia civil deve pensar em sistemas de abastecimento com maior diversif**ação de fontes. Alternativas cada vez mais viáveis envolvem a dessalinização de águas do mar e o reuso de águas residuárias tratadas, além do aproveitamento de águas pluviais e a irrigação eficiente.

Outro fenômeno que merece destaque é a elevação do nível médio do mar devido ao derretimento de geleiras e calotas polares. Segundo previsões, esse acréscimo terá impactos gigantescos em cidades costeiras. O avanço do mar compromete estradas costeiras, saliniza aquíferos subterrâneos, invade zonas urbanizadas. A Engenharia Civil precisa adotar estratégias variadas para contornar esse problema, envolvendo desde a construção de diques e barreiras, até o planejamento de realocação ordenada de comunidades.

A infraestrutura energética também é fortemente impactada pelas mudanças climáticas. A variabilidade hídrica compromete a geração de energia pelas usinas hidrelétricas, que são a base da matriz energética brasileira. Cresce a necessidade de expandir fontes renováveis, como a solar e a eólica, o que exige novos projetos que precisam ser planejados considerando não apenas o desempenho técnico, mas também os riscos climáticos associados.

Na área de mobilidade e transporte, as demandas também se multiplicam. Ondas de calor afetam pavimentos asfálticos, provocando deformações e buracos. Chuvas intensas comprometem pontes, derrubam encostas. Estruturas aeroportuárias enfrentam desafios adicionais com ventos e chuvas extremas. Portos precisam ser adaptados para operar em condições de maré e tempestade mais severas. Os novos projetos deverão revisar normas de dimensionamento, reforçar práticas de manutenção preventiva e investir em monitoramento contínuo das estruturas, para evitar falhas e reduzir prejuízos e acidentes.

A construção civil também precisa se adequar às mudanças climáticas. A indústria da construção é uma das maiores consumidoras de recursos naturais não renováveis e de energia. A expansão do setor da construção civil não só aumenta a demanda por materiais de construção, mas também contribui signif**ativamente para as emissões de CO2, um dos principais agentes do aquecimento global. A produção de cimento consome grande quantidade de energia e libera grande quantidade de gás carbônico na atmosfera. A busca por materiais mais sustentáveis e com menor pegada de carbono torna-se, assim, fundamental. Concretos de baixo impacto, que utilizam escórias siderúrgicas, cinzas, lodo de estação de tratamento de água são uma realidade em muitos projetos. O uso de tijolos ecológicos e sistemas modulares e pré-fabricados vem crescendo. Destacam-se inovações como blocos intertravados que facilitam a infiltração da água no solo, materiais isolantes térmicos que aumentam a eficiência energética predial, coberturas verdes que reduzam as ilhas de calor urbano e sistemas de captação de águas pluviais.

Além disso, devido às mudanças (temperaturas mais elevadas e eventos extremos), cresce a demanda por materiais mais resistentes, que suportem calor, umidade e ventos fortes. Outra preocupação também está na preservação e manutenção de estruturas de concreto armado existentes. Estudos mostram que o aumento na concentração de CO2 na atmosfera e o aumento de temperatura tem como consequência uma maior probabilidade de corrosão da armadura em estruturas de concreto armado.

Portanto, torna-se evidente que a engenharia civil precisa se reinventar. A sustentabilidade, a resiliência, o planejamento baseado em cenários climáticos e a análise de ciclo de vida das obras precisam estar presentes em todos os projetos. As mudanças climáticas já estão em curso e presentes na vida cotidiana. A Engenharia Civil não pode f**ar indiferente a este cenário. Esta mudança na forma de se projetar e manter estruturas se mostra urgente para atender à missão de trabalhar para manter e garantir o bem-estar da sociedade hoje e das gerações futuras.

*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie.
** Profa. Dra. Milena Guedes Maniero Ferreira, docente do curso de Engenharia Civil no Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas (UPM)

24/10/2025

Braskem aprova investimento para ampliar produção de eteno e polietileno na unidade do Rio de Janeiro

Com previsão de R$ 4,2 bilhões em investimentos, o projeto reforça a transformação industrial da companhia e consolida parceria estratégica com a Petrobras, fortalecendo a competitividade da Braskem.

São Paulo, 24 de outubro de 2025 – A Braskem anuncia que seu Conselho de Administração aprovou um investimento estimado de R$ 4,2 bilhões, destinado para aumento da capacidade da sua central petroquímica do Rio de Janeiro em 220 mil toneladas de eteno por ano e de volumes equivalentes de polietileno. A fase inicial de engenharia básica com um orçamento de R$ 233 milhões já havia sido aprovada em fevereiro deste ano.

O projeto, que representa mais um passo na estratégia de transformação industrial e competitividade da companhia, faz parte do seu Programa de Transformação. Com previsão de conclusão para o final de 2028, ele está condicionado à obtenção de financiamentos adicionais aos recursos já aprovados no REIQ Investimentos - Regime Especial da Indústria Química - para os anos de 2025 e 2026. Tal estratégia está inserida nas atuais análises e discussões da estrutura de capital ideal para a Companhia.

“Apesar do atual cenário global desafiador, temos que garantir que a Braskem terá competitividade no novo cenário petroquímico mundial, garantindo sua sobrevivência e perpetuidade. O investimento na central petroquímica do Rio de Janeiro demonstra nossa confiança no potencial do Brasil e o compromisso da companhia em contribuir com uma reindustrialização sustentável do setor, pautada em inovação e geração de valor”, afirma o vice-presidente de Negócios América do Sul da Braskem, Stefan Lepecki.

Para viabilizar o projeto, o Conselho também aprovou a contratação de volume adicional de etano, mediante acordo de fornecimento de longo prazo com a Petrobras, que ainda está em fase final de negociação. A medida garante segurança de suprimento e competitividade à operação, fortalecendo a parceria estratégica entre as duas companhias.

O projeto busca aumentar a utilização de gás na matriz de insumos da Braskem, reduzindo custos e emissões, e tornando o parque industrial da companhia mais moderno, sustentável e competitivo. “Estamos dando um passo importante na transição energética da Braskem e da própria indústria química no país. Esse é um investimento que olha para o futuro - com eficiência, sustentabilidade e foco na geração de valor”, conclui o executivo.

ABB apresenta o AMR mais compacto do mercado, com inteligência artificial, para cargas de até 1.500 kgABB amplia sua lid...
24/10/2025

ABB apresenta o AMR mais compacto do mercado, com inteligência artificial, para cargas de até 1.500 kg
ABB amplia sua liderança em robôs móveis autônomos (AMRs) com inteligência artificial com a plataforma Flexley Mover® P603, modelo ultracompacto para cargas pesadas.Navegação autônoma com Visual SLAM impulsionado por IA e sensores de carga integrados garantem estabilidade, mesmo em condições desafiadoras.AMR Studio® 4.0 simplif**a a implantação com programação no-code e gestão de frotas em tempo real.

A ABB está expandindo sua liderança em robótica móvel autônoma com a introdução do Flexley Mover® P603, o modelo mais compacto de sua categoria para movimentação de cargas de até 1.500 kg. Projetado para aumentar a eficiência da intralogística, o P603 combina design compacto com navegação Visual SLAM baseada em IA e a versão mais recente do software AMR Studio®, que maximiza a flexibilidade ao permitir a integração de diferentes módulos ao AMR.

“Nossos Robôs Móveis Autônomos combinam visão 3D com planejamento autônomo de rotas para oferecer aos clientes algo inédito: robôs que enxergam, percebem e pensam”, disse Marc Segura, Presidente da ABB Robótica. “Esse salto tecnológico traz novos níveis de inteligência, adaptabilidade e facilidade de uso à intralogística. Para fabricantes, montadoras e provedores logísticos, isso signif**a fluxos de trabalho mais seguros e inteligentes, com baixa complexidade e impacto imediato.”

O AMR P603 faz parte da nova era da Robótica Autônoma Versátil da ABB, em que robôs podem alternar entre tarefas em tempo real, com mínimo esforço. Com sua navegação Visual SLAM impulsionada por IA, o P603 é mais inteligente, rápido e seguro (conforme normas ISO 3691-4 e ANSI 56.5), oferecendo agilidade e precisão líderes de mercado (±5 mm), sem necessidade de refletores ou mudanças na infraestrutura.

Seu sistema de tração diferencial bidirecional garante movimentos suaves em layouts apertados de fábricas e armazéns, enquanto a detecção de carga integrada otimiza estabilidade e segurança durante o transporte.

Graças à sua agilidade e design compacto, o P603 é ideal para aplicações de intralogística como: fim de linha, goods-to-robot, abastecimento de linha, conexão entre processos e kitting. Ele suporta diferentes tipos e dimensões de carga – paletes abertos ou fechados, contêineres, racks e carrinhos – todos manuseados por um único AMR com configuração flexível de módulos superiores.

Projetado com modularidade em mente, o AMR P603 pode ser facilmente adaptado com diferentes “módulos superiores” para atender diversos tipos de carga. Combinado à atualização do AMR Studio®, permite configuração rápida e customização intuitiva, usando ferramentas de arrastar e soltar (drag-and-drop). Isso reduz o tempo de comissionamento em até 20%. O software Fleet Manager também está integrado, permitindo coordenar múltiplos AMRs em tempo real em ambientes industriais dinâmicos.

Navegação inteligente e design compacto
Impulsionado por Visual SLAM com IA, o P603 navega de forma autônoma em espaços industriais dinâmicos, sem necessidade de guias físicos. Seu sistema de suspensão inovador reduz requisitos de piso e permite operação em instalações com pisos regulares ou irregulares. A detecção de carga integrada, via monitoramento do centro de gravidade, aumenta ainda mais a estabilidade e produtividade.

Com velocidade máxima de 2 m/s e operação 24/7, o P603 é 10% mais rápido que a média dos AMRs baseados em SLAM.

A ABB seguirá investindo na fusão de hardware de precisão com inteligência artificial e software, rumo a maior autonomia e versatilidade.

O Flexley Mover P603 estará em exibição na feira automatica, em Munique (Alemanha), de 24 a 27 de junho de 2025. A ABB realizará uma coletiva de imprensa em seu estande em 25 de junho, às 9h (CEST), para apresentar o AMR e discutir o futuro da autonomia móvel na manufatura (inscrições disponíveis para participação presencial ou virtual).

Sobre a ABB Robotics & Discrete Automation

Como uma das principais fornecedoras globais de robótica e automação de máquinas, a ABB é a única empresa com um portfólio completo e integrado de robôs, robôs móveis autônomos (AMRs) e soluções de automação, desenhados e orquestrados por software de alto valor agregado.

Apoiamos empresas de todos os portes e setores — de automotivo a eletrônicos e logística — a se tornarem mais resilientes, flexíveis e eficientes. A ABB Robotics & Discrete Automation acelera a transição dos clientes para a fábrica conectada e colaborativa do futuro, operando de forma mais enxuta e sustentável. A unidade de negócios emprega cerca de 11.000 pessoas em mais de 100 localidades em aproximadamente 53 países.
🔗 go.abb/Robotics

Foto: divulgação

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