07/11/2025
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Contra o Conselho de Administração da TCV e o Governo de Cabo Verde
Em Defesa da Liberdade de Imprensa e da Dignidade Jornalística Nacional
A Jovens Força de Mudança vem, por meio desta, manifestar o seu mais absoluto repúdio contra o Conselho de Administração da Televisão de Cabo Verde (TCV) e contra o Governo de Cabo Verde, pelos atos reiterados de censura, intimidação e manipulação política da comunicação social pública, que configuram um verdadeiro ataque à liberdade de imprensa e à própria democracia cabo-verdiana.
1. UM ATAQUE PREMEDITADO À LIBERDADE DE IMPRENSA
O que se tem verificado na TCV não é mera divergência administrativa ou conflito interno.
É um ataque calculado e orquestrado contra o jornalismo independente, uma tentativa de subordinar a informação pública ao poder político, numa clara afronta à Constituição da República e aos princípios que regem o Estado de Direito Democrático.
O Conselho de Administração da TCV tem atuado como braço comunicacional do poder governativo, promovendo a censura seletiva, o silenciamento de vozes críticas e a perseguição de profissionais que insistem em exercer o jornalismo com ética, coragem e compromisso com a verdade.
2. CONIVÊNCIA E RESPONSABILIDADE DO GOVERNO
É inaceitável a cobardia e conivência do Governo de Cabo Verde, que ao invés de defender a autonomia da imprensa pública, fecha os olhos e consente a captura ideológica da TCV.
Esse silêncio cúmplice transforma o Governo num agente ativo do autoritarismo, minando a credibilidade das instituições e corrompendo o princípio da separação entre Estado e partido.
3. O “APITO DE CACHORRO ” E A VIOLÊNCIA DOS MILITANTES
Nos últimos meses, tem-se assistido a ataques covardes e violentos contra jornalistas, ameaças, difamações e campanhas de ódio promovidas por militantes do MpD, nas redes sociais e fora delas.
Essas ações não são atos isolados. São consequência direta de um “apito de cachorro” fascista vindo do topo: um sinal de autorização simbólica, transmitido pelo comportamento do Conselho de Administração e sustentado pelo silêncio do Governo, que encoraja os militantes a atacarem jornalistas sem pudor, sem ética e sem limites.
Trata-se de um padrão fascista clássico, em que o poder instiga a violência de seus seguidores e depois finge neutralidade institucional, uma tática repugnante, indigna de uma democracia.
4. O ELO FASCISTA ENTRE O PODER E A VIOLÊNCIA
O elo entre o Conselho da Administração da TCV, o Governo e os militantes do MpD é hoje evidente e alarmante.
Expressa-se na manipulação da verdade, na tentativa de uniformizar o pensamento, no ódio à crítica e no ataque sistemático à imprensa livre.
É a repetição, com novas roupagens, do autoritarismo fascista que, noutras épocas, tentou subjugar povos inteiros através da censura e do medo.
Em Cabo Verde, cinquenta anos depois da independência, não aceitaremos o retorno dessa mentalidade totalitária, travestida de democracia e revestida de slogans partidários.
5. EXIGÊNCIAS IMEDIATAS
Em nome da liberdade, da ética e da memória democrática de Cabo Verde, exigimos:
• A demissão imediata do Conselho de Administração da TCV, pela sua conduta antidemocrática e atentatória à liberdade de imprensa;
• Um pronunciamento público e inequívoco do Governo de Cabo Verde, repudiando a violência contra jornalistas e reafirmando o compromisso com a autonomia dos órgãos públicos de comunicação;
• A abertura de inquéritos e processos criminais contra os autores de ataques virtuais à profissionais da comunicação social;
• A mobilização urgente da sociedade civil, sindicatos, associações de jornalistas e entidades democráticas para travar esta deriva autoritária antes que se torne irreversível.
6. CONCLUSÃO
A liberdade de imprensa não é uma dádiva do poder, é um direito conquistado.
E nenhum governo, partido ou administrador terá força suficiente para calar a verdade ou intimidar quem a serve.
Cabo Verde não voltará às trevas do medo e da censura de década de 90.
Os que hoje tentam subjugar a comunicação social devem saber: a história é implacável com os cúmplices do silêncio e com os inimigos da liberdade.
A liberdade não se negocia. Defende-se. Sempre.
Praia, 7 de novembro de 2025
Jovens Força de Mudança