30/04/2025
Quando cheguei à França, só sabia que queria viver algo novo. Tinha uma bagagem em marketing, uma cabeça inquieta e um coração que batia mais forte diante de experiências autênticas.
Mas uma conversa com uma amiga virou a chave: ela veio me visitar e, no meio de tantos momentos incríveis, disse que a pior parte da viagem foi o vinho. “Estamos na França, Pry… e só bebemos vinho ruim!” Aquilo me pegou em cheio. No fundo, eu também sentia o mesmo. Não sabia escolher, não entendia as etiquetas, só percebia que algo estava errado.
E como toda boa inquieta, estudei, assisti vídeos, devorei revistas. Mas quanto mais lia, mais percebia o quanto o mundo dos vinhos podia parecer distante. Foi aí que entendi: se eu queria viver daquilo, precisava mergulhar fundo. E mergulhei. Fiz cursos, visitei vinícolas, sentei com produtores. Entendi que vinho não era só técnica, era história, terra, alma. O que me encantava não era o álcool. Era a conexão. Era beber uma garrafa de 1985 e sentir o solo, o clima, o tempo moldando cada gota.
Quando comecei a conduzir visitas pelas regiões vinícolas da França, percebi que minha missão não era só explicar. Era traduzir. Tornar acessível. Encantar. Mostrar que o vinho francês não é para “entendidos”, é para quem sente. Para quem quer viver um momento, entender uma origem, criar memórias.
Hoje, trabalho diretamente da fonte. Vivo na terra do vinho. Visito, provo, converso. Me formei com diploma internacional, estudei na French Wine School, fiz cursos em Dijon, degustações, WSET nível 3… mas, mais do que isso, me formei ouvindo. Ouvindo quem planta, colhe, transforma uva em poesia engarrafada. Sou sommelière. Mas sou, acima de tudo, uma guia. Uma tradutora de terroirs. Uma ponte entre você e o vinho que vai marcar um momento da sua vida. Porque o vinho, pra mim, não é status. É história. É presença. E, se você me deixar, quero te levar junto nessa jornada.