13/12/2025
A Diretoria Nacional de Campanha do Fernando Dias da Costa, candidato à presidência nas eleições gerais de 23 de novembro de 2025, emitiu um comunicado oficial rejeitando as declarações feitas pelo Procurador-Geral da República e pelo Conselho Nacional de Transição. Segundo o comunicado, tais declarações são consideradas inadequadas e contrárias aos direitos e garantias eleitorais, especialmente no contexto de crise política resultante do golpe militar de 26 de novembro.
No comunicado, a campanha afirma acompanhar com “grave preocupação” a sequência de atos ilegais promovidos pelo comando militar golpista, que, segundo o documento, tenta legitimar a usurpação do poder e anular a vontade soberana do povo guineense.
Declarações do PGR consideradas ilegais
A Direção da Campanha contesta a afirmação do PGR, nomeado pelos golpistas, de que as eleições seriam “nulas” por alegada inexistência de elementos para reconstituir os resultados. Segundo o comunicado, a declaração é juridicamente inválida, uma vez que a competência para declarar a nulidade de eleições pertence exclusivamente aos tribunais judiciais.
O documento destaca ainda que as atas de apuramento regionais e das assembleias de voto existem e encontram-se legalmente arquivadas junto às Comissões Regionais Eleitorais, governadores regionais, representantes dos candidatos, observadores internacionais e autoridades judiciais presentes no processo.
Confirmação internacional
A campanha sublinha também a posição da Missão de Observadores da União Africana, cujo chefe, Filipe Nyusi, afirmou publicamente que os resultados existem e que há um vencedor do escrutínio, contrariando a narrativa apresentada pelos golpistas.
Responsabilidade dos golpistas
De acordo com o comunicado, a alegação de danos nos servidores eleitorais apenas confirma o caráter planejado e destrutivo do assalto militar à Comissão Nacional de Eleições (CNE), configurando um crime eleitoral imputável aos próprios autores do golpe.
Conselho Nacional de Transição
Por fim, a Direção Nacional da Campanha condena a criação do chamado Conselho Nacional de Transição, considerando-o uma afronta à Constituição, por atribuir funções legislativas que são da competência exclusiva da Assembleia Nacional Popular (ANP).
TV O PAÍS # Hamadi Candé