03/10/2025
Guiné-Bissau
Opinião: Religião e Política: Um Caminho Perigoso para a Guiné-Bissau
Em tempos de incerteza política e fragilidade institucional, o País precisa mais do que nunca de vozes que unam, não que dividam o Povo. Nesse contexto, os líderes religiosos e tradicionais desempenham um papel essencial como últimas reservas morais e sociais do país. Justamente por isso, devem manter-se à distância da política partidária.
O envolvimento crescente de figuras religiosas na arena política representa um risco real para a coesão nacional. Ao apoiar publicamente candidatos, partidos ou ideologias políticas, esses líderes que deveriam ser referências de neutralidade, justiça e reconciliação, passam a alimentar divisões, favorecendo a polarização da sociedade em linhas religiosas.
A nossa história recente já mostra sinais preocupantes: aumento de discursos intolerantes, ataques a locais de culto e tentativas de manipulação da fé para ganhos políticos. Esse caminho é perigoso sobretudo num sistema Democrático fragil como o nosso. Basta olhar para o que aconteceu na Nigéria ou na República Centro-Africana, onde o uso político da religião contribuiu diretamente para a eclosão de conflitos violentos entre comunidades de fé, resultando em perdas de vidas humanas.
A Guiné-Bissau é um mosaico religioso admirável, onde muçulmanos, cristãos e praticantes de religiões tradicionais sempre conviveram em paz, ou seja, entre eles, sem intervenção da nossa autoridade política, estabeleceram uma Relação mais que harmoniosa. Esse equilíbrio é precioso e frágil. Manter essa harmonia exige responsabilidade, sobretudo de quem tem o poder da palavra e a confiança do povo.
Os líderes religiosos devem recusar firmemente qualquer tentativa de instrumentalização política. O seu verdadeiro papel está na mediação, no apaziguamento, na promoção do diálogo e da reconciliação na transmissão de valores, eticos e morais, hoje, em estado mais que avançado de degração na nossa sociedade. Devem ser também,guardiões da paz, não soldados de partidos, muito menos, de culto da personalidade .
É urgente que reafirmemos a separação entre religião e a política. Que o púlpito e o altar não se tornem palanques eleitorais. Que os guias espirituais não se transformem em cabos eleitorais. A paz da Guiné-Bissau depende, em grande parte, dessa lucidez. "Permitam-me recordar- vos de uma amizade histórica entre dois lideres religiosos : Dom Pedro Carlos Zilli ( Bispo de Bafáta) e Ustas Aladji Bubacar Djaló ( Imame de Mansoa), hoje já no mundo dos mortos."
Porque quando os líderes que deviam unir se tornam agentes de divisão, o tecido social rasga-se e reconstruí-lo pode levar gerações.
A política passa. A fé f**a. E com ela, a esperança de um POVO UNIDO,E PAZ E COM FUTURO.
Padres, Pastores, Imames, Régulos, Cumités de Tabancas, bó facilitano pano continua acredita na bós, inspira na bós suma tesouro di moralidade, no último esperança. PA KILA BÓ SAI NA FASI POLITICA....
Por: Tchudaabel
Cidadão Atento