24/09/2025
Discurso completo do Presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, por ocasião de 24 de Setembro, 52 anos da independência do país.
A 24 de Setembro de 1973, a Assembleia Nacional Popular, exprimindo a vontade soberana do povo guineense, proclama solenemente o Estado da Guiné- Bissau. Faz hoje 52 anos passados sobre esse dia histórico.
Hoje, dia 24 de Setembro de 2025, voltamos a saudar, em nome do Povo Guineense os Combatentes da Liberdade da Pátria que, das mais diversas formas, muitas vezes com o sacrifício da própria vida, deram tudo de si para a conquista da nossa Independência.
O “24 de Setembro” é Dia da nossa Independência, é Dia de Unidade Nacional.
Dirijo-me, mais uma vez, a todos vós. Aos guineenses - homens, mulheres e jovens-, residentes no País. Mas também dirijo-me aos que vivem e trabalham no estrangeiro – que constituem a nossa diáspora espalhada pelo mundo.
A todos vós, vai o abraço do Presidente da República. Um abraço de solidariedade, inspirado por sentimentos enraizados numa pertença comum, nos valores que juntos comungamos e que fazem de nós, um só povo, uma nação.
Celebrar o ‘Dia 24 de Setembro’ é, também, um momento de reflexão. Um momento em que somos interpelados a perguntar-nos: o que é que nós estamos a fazer para construir a Guiné-Bissau que queremos ser?
Talvez ainda mais pertinente, é fazer a seguinte pergunta: o que era a Guiné-Bissau, no mundo, até o ano de 2020? A resposta é muito simples.
Até 2020 a Guiné-Bissau ainda era considerada um País em crise política permanente. Que só era notícia por maus motivos. Um País sem rumo.
A tarefa de romper com esse legado negativo, passava necessariamente pela redefinição das nossas relações internacionais, para servir um projeto político que, eu próprio, como Chefe de Estado, decidi encarnar.
Foi essa a missão que nós assumimos: reposicionar a Guiné-Bissau no contexto internacional. Nesta senda, a Guiné-Bissau conseguiu fazer um percurso inédito e histórico.
Cinco anos depois, o balanço não deixa nenhumas dúvidas. Vencemos essa aposta. A nossa presença internacional é hoje, mais do nunca, reconhecida e valorizada.
De 2020 a 2025 consolidamos as nossas relações com países amigos e instituições internacionais parceiras.
Tivemos ocasão de presidir a CEDEAO. O nosso País acolheu a Décima Quinta Cimeira da CPLP, organização que estamos a presidir até 2027.
Presidimos a Aliança dos Líderes Africanos Contra a Málaria (ALMA).
A Guiné-Bissau é vice-presidente do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD).
Estamos a presidir a OMVG, uma autoridade regional responsável pela produção e electrificação de quatro países da nossa sub-região: a Guiné Conacri, a Guiné-Bissau, o Senegal e a Gâmbia.
Nha ermôns!
Como era previsível, os resultados dos sucessos diplomáticos que foram alcançados, impactaram positivamente largos setores da governação do país, da economia e da sociedade. Destaco algumas realizações:
A construção de estradas estende-se pelas regiões. É um empreendimento muito importante, e que vai continuar. Esses eixos rodoviários melhoraram muito as condições de mobilidade e segurança dos cidadãos.
Também melhorou-se bastante o transporte marítimo nomeadamente com a entrada em atividade de mais um navio – o “Centenário de Amílcar Cabral”.
Os impactos positivos – dessa maior mobilidade terrestre e marítima – estão produzindo os efeitos esperados: quer na unificação do mercado nacional, quer no reforço da coesão territorial e também na coesão social do nosso país.
Estão a terminar as obras de renovação do Aeroporto, uma infraestrutura que vai valorizar ainda mais a nossa cidade-capital, prestar serviços de qualidade aos passageiros nacionais e estrangeiros.
Um novo grande Hospital está em construção no espaço, outrora, do antigo Hospital Militar. Um outro grande edificio, já em fase de acabamento, foi construído no centro da cidade, para servir de nova sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Com a instalação do novo sistema eléctrico nacional e a consequente eletrificação do país, é toda a vida económica, social e cultural nas cidades e nas comunidades periféricas, que vai beneficiar dos efeitos de poder aceder à eletricidade permanente e mais barata.
De 2020 a 2025, a Guiné-Bissau realmente mudou para muito melhor. Para isso, inicialmente, contou muito a alavanca das relações internacionais.
Guineenses,
No que diz respeito à situação em que se encontra o ‘poder local ‘na Guiné-Bissau, a falência dos sucessivos governos centrais das últimas décadas, parece ser uma evidência. Com a falta de um poder local legitimado por eleições diretas, as nossas cidades degradaram-se muito.
Bissau, por exemplo, já tinha perdido muito da sua identidade como cidade-capital. Com as obras de requalificação da cidade, Bissau voltou a constituir um motivo de orgulho para todos os guineenses.
Outras duas importantes cidades do interior – Bafatá e Gabú – beneficiaram de obras de requalificação urbana. É um processo que não vai parar.
Nha ermôns, 2025, como sabemos, vai ser um ano eleitoral. Vamos realizar, já no próximo mês de novembro, dois atos eleitorais muito importantes – as eleições presidenciais e as eleições legislativas.
O desfecho destas duas eleições vai ser determinante para podermos continuar, alargar e intensificar toda uma dinâmica de sucesso, já desencadeada desde o ano de 2020.
Vamos consolidar o nosso Estado de Direito Democrático.
Vamos a investir mais na Saúde, na Educação, na Justiça, combater o crime organizado e a corrupção.
Vamos apostar na Juventude, na realização do seu potencial, e promover mais a cultura e o desporto.
Vamos investir mais nas pessoas, na mulher, na juventude e nas crianças Nha ermôns, a Guiné-Bissau não vai parar!
Viva a Guiné-Bissau.