18/12/2025
Guiné-Bissau
"A Guiné-Bissau não está sob tutela da União Europeia nem de Portugal"
O Governo de Transição lançou, esta quinta-feira (18.12), duras críticas à eurodeputada socialista Marta Temido, avisando que a Guiné-Bissau não está sob a tutela da União Europeia (UE) nem de Portugal, país de origem daquela parlamentar.
Na sessão do Parlamento europeu, desta quarta-feira, Marta Temido criticou o golpe de Estado de 26 de novembro na Guiné-Bissau, denunciando ainda um conjunto de "atrocidades" cometidos no país, desde a subida dos militares ao poder.
Em reação, o Governo de Transição, através de um comunicado lido pelo ministro da Comunicação Social, Abdurahamane Turé, lançou ataques.
"A senhora [Marta] Temido ofendeu a dignidade do povo guineense com as suas declarações patéticas, esquecendo-se das relações históricas de amizade e cooperação entre o povo guineense e o povo português", disse Abdurahamane Turé, que voltou a visar a ex-ministra da Saúde de Portugal, agora eurodeputada.
"Como é que esta senhora, eurodeputada Marta Temido, ainda não percebeu que era preferível calar-se do que pedir sanções para a Guiné-Bissau, país amigo de Portugal?", questionou o também porta-voz do Governo de Transição.
Quem também não escapou aos ataques do Governo de Transição é José Ramos Horta, Presidente de Timor-Leste e Presidente interino da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que também criticou a tomada de poder pelos militares na Guiné-Bissau.
"Como é que este senhor, [José] Ramos Horta não aprendeu a melhor forma de se relacionar com a Guiné-Bissau e em particular com as suas forças armadas? Tratar de forma leviana e desrespeitosa os militares guineenses e, por extensão, o próprio povo guineense, revela um claro afastamento da verdade objetiva dos factos. Ramos Horta traiu a responsabilidade moral que lhe é exigida enquanto figura pública que foi um símbolo da paz", concluiu sobre críticas ao líder timorense.
Por CFM