MALERO JEQUE

MALERO JEQUE Escritor | Contador de histórias 📖🎙️
Transformo palavras em emoção. Acompanha-me!"

12/08/2025

Boa tarde, Malerianos!

Estão preparados!?

08/08/2025

Gostaria de agradecer aos meus mais novos seguidores! Estou muito feliz por ter vocês a bordo! Farida Amade, Ratnabale Santos, Maninho Pipas, Gilda Sousa Do Rosário, Neusa Mazeze, Sulve Maria, Makhandry Madale Nyassengo, Julieta Pereira, Nikssa Feliciano Da Chic, Alvina Cavel, Sayonara Gaspar, Sureya Jose Duarte, Teresa Coxi Coxi, Decia Marly, Arnelia Jose, Maria De Lurdes Lurdes, Morphy Matola, Helder Pedro Faela, Weira Weira Chambule, Jay Millass, Isoldinha da Soz, Docla Michaque Michaque, Paulina Kapunda, Benilde Fernando Rangeiro, Elliot Fernando Chauque, Zacarias André Samiasso Samiasso, Karina Jesus, Alda Mulhanga, Amélia Pungo Da Silva, Gercio O Moreno King, Waquelina Nhabomba, Bia Daniel, Cheiron Alfândega Soares Soares, Celia Freitas Damiao, Sarifa Jamal, Elton Massingue, Julieta Jose Cossa, Eunice Khondo Americo Khondo, Eva Manuel, Madalena Alexandre Cossa, Erica Landinho, Amélia Francisco Uamusse, Stela Da Stela Ferreira, Cristinalda Manuela Dos Santos, Sônia Langa, Tíí Molwen, Regina Manhique, Ana Cossa, Eduardo da Conceição, Adolfo Valente

06/08/2025

Uma menção especial aos mais novos superfãs! Nelia Mugabe, Lúciä Muēndanë, Helena Gabriel Obadias Obadias, Inês Mazive, Ell Magrito Negrito, Ivone Fernandes, Anúaria Chichongue, Ana Muhate, Valdo Luís Jr., Vöü Të Ässümïr Märändzä, Lohhana Tamele, Celia Massingue, Nanda Chamma, Sérgio Fortunato Baptista, Inocencia Anibal Quive, DInis Jose Somar Somar, Hélia Sérgio Tamele, Felizarda Fernando, Admira Gomes, Cassula'h Macaringue, Viviany Kapassura, Sabina Jonas, Isa Mate, Läzärøh Däh Jøänä, Xularie Remes Saute, Fátima Estela, Ana Maria Luis, Rita Faz-bem, Manuela Pecado, ʆʬ Mina Barcelona ʆʬ, Ambicioso Da Quitéria Magenge, Palmira Tomás Cossa, Herquitilia Xavier Malangute, Maria Josine, Marcela Paula Paulo Paulo, Francisco Steezy Júnior, Carlos Pereira Bande, Florência Nguenha, Ancha Mande, Márcia Alfredo, Claudina Tivane, Ana Lúcia, FielBadaga Badaguinha, Tina PM, Adérito Porto, Celeste Ndlalane, Isabel Tete, Aissa Zulficar, Jose Orlando Guilamba, Sofia Yacubo

MICAELA, A AMANTE...Saudações, Malerianos!Peço desculpas por cortar-vos o ritmo, pensei que terminaria com duas temporad...
05/08/2025

MICAELA, A AMANTE...

Saudações, Malerianos!
Peço desculpas por cortar-vos o ritmo, pensei que terminaria com duas temporadas a tempo. Mas tenho andado tão sobrecarregado...😔😔

E peço desculpas pelos atrasados, tenho usado a publicação automática, ou seja, faço as publicações e marco o dia e a hora e o Facebook faz tudo automaticamente. Mas percebi que a ferramenta não tem funcionado tal como promete, e vimos episódios a saírem fora da hora combinada, com atrasos, o que me obriga a estar on e fazer as publicações manualmente.

Contudo, vou terminar a segunda temporada o mais rápido possível, como der, e trazer para vocês sem que sintam o atraso [vou tentar].

Mais uma coisa: estou "zangado" com alguns de vós que lêem mas não põe o like e nem fazem partilhas. Melhorem lá!

Já agora, estão a aprender alguma coisa com esta narrativa? Por favor, me digam!

MICAELA, A AMANTE - 10Desde que expulsara Neto e Mauro de casa, Lurdes sentia-se mais leve, mas não em paz. A ausência d...
04/08/2025

MICAELA, A AMANTE - 10

Desde que expulsara Neto e Mauro de casa, Lurdes sentia-se mais leve, mas não em paz. A ausência dos dois homens que amara – um como marido, o outro como filho – era um vazio barulhento. O silêncio deixado por eles gritava pelas paredes da casa. Mas mais do que a traição deles, o que a corroía era o rosto por trás daquela catástrofe. Quem era a mulher? Como ousara entrar na sua vida? Não podia aceitar aquilo calada. Ela, que sempre respeitara os limites dos outros, agora tinha o seu próprio mundo virado do avesso.

Determinada, começou as suas investigações. Um dia, na esplanada de um pequeno café no Bairro da Manga, aproximou-se de um jovem franzino, com boné e auriculares sempre no ouvido. Era conhecido por conseguir informações em troca de algum dinheiro. Chamava-se Dinis. Não parecia perigoso, mas era discreto e observador. Era exactamente o que Lurdes precisava. E era a recomendação de uma amiga.

- Preciso que sigas o meu marido... e o meu filho - disse ela, com voz fria, firme.
- Os dois? - perguntou ele, curioso.
- Sim.
- Isso vai sair caro, porque duas pessoas não é fácil...
- Eu pago bem, consegues?
- O que fala é dinheiro...
- Não tem problemas, apenas faz o teu trabalho e não quero perguntas. Quero saber onde vão, com quem falam... tudo. Cada passo, cada desvio. E... sobretudo... se voltarem a ver alguma mulher.
- Uma mulher específica?
- Tu verás quando ela aparecer. Ela há-de aparecer.

Durante duas semanas, Dinis enviou-lhe mensagens com detalhes: “Hoje, o homem mais velho almoçou sozinho no centro”; “O jovem passou a noite na casa do amigo no Macurungo”; “O homem seguiu sozinho pela estrada do Estoril...”.
Mas foi numa terça-feira que tudo mudou. A mensagem chegou pelas 18h:
“Adivinha? O homem está parado há 20 minutos em frente a um prédio na Ponta-gea. Tocou à campainha e entrou. Está lá até agora.”
Lurdes gelou. Imaginava que Neto estaria com Micaela. Aquela que destruíra o seu lar.
- Obrigado, continua a me manter informada... - respondeu Lurdes, sem pressa. Não era uma mulher de agir sem um plano elaborado.

Antes da casa Mika…

Neto já não dormia como antes. O peso da vergonha e o vazio deixado por Lurdes corroíam-lhe os ossos. Não conseguia perdoar-se. Mas havia algo que precisava de terminar com as próprias mãos. Foi por isso que voltou ao prédio onde tudo começou, onde o erro se tornara tragédia.

Bateu à porta com os nós dos dedos hesitantes. Micaela abriu. Estava mais magra, o rosto cansado, os olhos fundos. A surpresa tomou-lhe o rosto por um instante, mas depois suspirou como quem já esperava.

- Vieste... O que queres aqui?
- Precisamos de falar - disse Neto, entrando sem que ela o convidasse.

Sentaram-se no pequeno sofá da sala. Um silêncio espesso envolvia-os. Micaela encarava o chão, enquanto Neto tentava manter-se erguido por dentro.

- Eu vim... para acabar com isto - disse ele, enfim.
- Acabar? - ela perguntou, com a voz embargada. - Nós já acabamos, Neto.
- Sim. Já basta. Já destruímos o suficiente. O que aconteceu entre nós… foi... foi uma loucura. Um erro. Não posso continuar.
- Eu também não quero continuar, Neto. - Micaela levantou os olhos, e neles havia mais tristeza do que culpa. - Depois do choque... depois de saber... que andei com pai e filho sem saber... - a voz fraquejou. - Logo na primeira vez que experimentei o que era amor de verdade... o destino pregou-me essa maldição.

Neto percebeu que Mika falava de seu amor com Mauro, o que mexeu com o seu ego, sentia-se substituível, esquecível.

Neto cerrou os olhos. As palavras dela cortavam-lhe a pele.
- Mas tu sabias... e mesmo assim continuaste.
- Eu não sabia de nada, descobri depois. Também sou a vítima, aqui... Mas depois de descobrir tudo da pior forma, nunca mais olhei para o Mauro, meu amor... como antes. Nunca mais.

- Mesmo assim, tu é que destruíste a minha casa, a minha mulher... o meu filho.
- Como assim? Tu é que destruíste-te a ti mesmo, Neto. Não foste tu que te deitaste comigo naquelas noites? Não foste tu que te esqueceste que tinhas uma família? Eu era só uma miúda... tu sabias mais do que eu.

Neto ficou em silêncio. O peito arfava.

- Se pensas que vais sobreviver sem mim... enganas-te - murmurou ele, com uma voz mais fraca, sentindo-se o provedor. Acreditava que o que proporcionava para Micaela, iria fazer falta.
- Mas eu prefiro morrer de fome sem ti, do que continuar a viver nessa mentira. Vai-te embora, Neto. Deixa-me viver em paz. Deixa-me... desaparece.

Ele levantou-se devagar. Olhou para ela como se quisesse guardar o rosto dela na memória. Depois saiu. Sem dizer mais nada. A porta fechou-se atrás dele com um som que parecia selar o fim de um ciclo amaldiçoado.

De volta a Lurdes…

O dia seguinte trouxera-lhe novas informações. Dinis mostrou-lhe fotos do mesmo prédio onde Neto fora. E confirmou: era ali que vivia a tal Micaela.

- Sabes o nome dela?
- Acho que é... Micaela.
Lurdes sentiu o chão desaparecer por baixo dos pés. Micaela. Conhecia o nome..

Na manhã seguinte, bateu à porta da rapariga. Micaela abriu, ainda em pijama, o rosto pálido.

- Dona Lurdes...?!
- Então és tu... - murmurou Lurdes, empurrando a porta. - Tu é que és a rapariguinha que destruiu o meu lar?

O que se seguiu foi uma tempestade. Lurdes empurrou Micaela contra a parede, desferiu-lhe bofetadas, atirou-a ao chão, cuspiu-lhe palavras afiadas.

- Tu tinhas idade para seres minha filha! Como é que te atreves?!
- Eu... eu juro que não sabia! - gritava Micaela entre soluços.
- E mesmo depois de saberes, continuaste? Tinhas duas escolhas e escolheste a pior!

Micaela, caída, com os braços a proteger o rosto enquanto Lurdes desferia-lhe bofetada, gritou, aos berrou, desesperadamente:

- Estou grávida!

A sala pareceu congelar. Lurdes parou. Os olhos dela arregalaram-se. O tempo suspendeu-se.

- O quê...?
- Estou grávida... - repetiu Micaela, entre lágrimas. - E eu nem sei... nem sei de quem é...

Lurdes recuou um passo. O coração batia tão forte que parecia querer romper o peito. As palavras pairavam no ar como espectros.

Grávida...? Mas de quem...? De Mauro...? Ou de Neto...?

E assim termina esta temporada. Não com respostas. Mas com a dúvida mais cruel de todas.

Até breve!
Autor: MALERO JEQUE

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MICAELA, A AMANTE - 9O relógio da parede marcava vinte horas. A noite envolvia o bairro num silêncio tenso, apenas corta...
03/08/2025

MICAELA, A AMANTE - 9

O relógio da parede marcava vinte horas. A noite envolvia o bairro num silêncio tenso, apenas cortado pelo latido ocasional de um cão ao longe. Mas dentro daquela casa, a tempestade já se anunciava. A porta do quarto de Lurdes e Neto estava encostada, e mesmo assim, dali saíam vozes em crescendo, como se uma represa estivesse prestes a rebentar.

Mauro caminhava pelo corredor como um animal encurralado. Cada passo era uma explosão contida. Já não era apenas raiva - era a urgência de quem sabia que os escombros viriam abaixo, com ou sem aviso prévio. E ele queria estar lá, para ver. Para participar. Para garantir que ninguém sairia ileso.

Do outro lado da porta, a discussão ganhava corpo.

- Neto, eu não sou cega! Alguma coisa está errada há muito tempo. Primeiro o dinheiro, depois o teu silêncio, depois o teu cheiro a perfume de mulher! Achas que sou burra? - gritava Lurdes, a voz embargada pela dor.

- Queres provas de quê, Lurdes? De um crime que não existiu? Estás paranoica, como sempre! - rebateu Neto, num tom cansado, mas defensivo.

Lurdes lançou-lhe um olhar que o atravessou como uma lâmina.

- Paranoica? Tu nunca negaste com convicção. Porque no fundo, sabes que eu sei. Só não quero admitir, porque reconhecer que me trocaste por uma miúda... isso mata-me, Neto, isso mata-me... - Lurdes chorava. - E essa Micaela, quem é?

Naquele instante Mauro empurrou a porta com força. Ela bateu contra a parede, ecoando como um trovão. Os pais voltaram-se em sobressalto. Neto empalideceu imediatamente.

- O espectáculo está bom? Ou querem que eu convide os vizinhos para assistirem também? - disse Mauro, com um sorriso frio nos lábios. - As minhas irmãs não param de chorar, o que se passa convosco?

Lurdes levantou-se, confusa e ofendida.

- Mauro, o que estás aqui a fazer aqui, no nosso quarto? Isto é entre mim e o teu pai.

- É entre todos nós, mãe. Tu só não sabes ainda. Ou melhor... vais saber agora.

Neto avançou para o filho, nervoso.

- Não te atrevas, Mauro. Não aqui. Não agora.

- Porquê? Porque aqui tens de manter a imagem do pai exemplar? Do marido fiel? Do advogado respeitável? Estás com medo que a máscara caia? - atirou Mauro, de braços abertos.

Lurdes recuou um passo.

- Máscara...? O que está a acontecer aqui, pelo amor de Deus? Mauro, é melhor contar tudo o que sabes, agora!

Mauro aproximou-se da mãe, com uma voz cortante.

- Queres saber com quem o teu querido marido se envolveu? Esse homem de terno e gravata? Queres saber quem é a Micaela? É a mesma mulher que eu andava a namorar. A mesma. O teu marido se envolveu com a minha namorada! Com quem eu partilhava a cama. A mesma que eu pensava em trazê-la aqui e apresentá-la a família. E ele... já a conhecia de trás para a frente. Literalmente.

Lurdes soltou um som que parecia mais um soluço seco. Cambaleou. Procurou apoio na parede, mas não encontrou. Sentou-se na cama, desorientada.

- Isso não pode ser verdade... isso... isso é doentio...

Neto avançou, furioso, tentando calar o filho com a força da autoridade.

- Tu és um ingrato, um canalha! Como ousas usar isso contra mim?! Depois de tudo o que te dei? Depois de tudo o que sacrifiquei por ti?!

Mauro não recuou. Encarou o pai como se olhasse para um espelho partido.

- Tu nunca me deste nada. Só vergonha, pressão e cobranças. Achaste que por me pagares a universidade, tinhas direito à minha vida. Mas eu não sou tua extensão. Eu sou a tua consequência. E tu é que me ensinaste a manipular. A esconder. A mentir. Aprendi contigo, pai.

Lurdes ergueu-se de novo. Estava lívida.

- Vocês estão-me a dizer que... que se envolveram com a mesma mulher? E tu, Mauro, sabias disso esse tempo todo e continuaste a manipular o teu pai?

O filho hesitou por um segundo. Apenas um segundo. E foi o suficiente.

- Não foi bem assim, há muita coisa para deixar clara, ainda. Eu também soube depois, quando ele nos surpreendeu na casa dela, onde ele é quem paga as contas. E mesmo depois de saber continuei a esconder porque queria ver até onde ele iria. E porque já estava dentro demais. Mas no fundo... também queria que isto explodisse. Que tu soubesses. Que todos soubessem. Porque estou farto desta mentira que é a nossa família.

O silêncio que se seguiu foi brutal.

Lurdes olhou para os dois - marido e filho - como quem contempla um cenário de guerra. Via destroços onde antes existia amor. Sentia-se uma mulher ferida, traída por dentro e por fora. Um nojo profundo começava a crescer-lhe no peito, uma dor visceral que não podia ser contida.

- vocês... são dois monstros. O meu marido, um traidor. O meu filho, um manipulador. Como é que chegaram aqui?! Como é que permitiram que isto acontecesse?!

Neto tentou tocar-lhe no braço.

- Lurdes... escuta, eu posso explicar. Foi um erro. Um deslize. Nada disso foi planeado.

- Erro?! Um erro é esquecer o leite no supermercado. Isto é podre, Neto! Tu és podre!

Ela ergueu o braço e apontou para a porta.

- Saiam. Os dois. Da minha casa. Agora.

- Lurdes... não faças isso. Por favor. - pediu ele, num fio de voz.

- SAIAM! Já! Antes que eu perca a cabeça de vez! Vocês destruíram tudo!

Mauro foi o primeiro a sair. Sem pressa. Como quem já previa aquele desfecho. Olhou uma última vez para a mãe, e, por um instante, algo no seu rosto pareceu vacilar. Mas não voltou atrás.

Neto hesitou. Tentou ainda argumentar. Mas Lurdes virou-lhe as costas. E naquele gesto estava tudo. Tudo o que havia para dizer.

Lá fora, o céu ameaçava chuva.

A casa estava finalmente silenciosa - mas não em paz. Era o silêncio de depois da explosão. O silêncio onde só sobram ruínas.

E, nas sombras da noite, Lurdes começava a rabiscar um plano. A mulher que chamava de destruidora da sua família - Micaela - pagaria por tudo.

E pagaria caro.

Continua...
Autor: MALERO JEQUE

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03/08/2025

Boa tarde, Malerianos!
Estão todos vivos?

Olha, vocês não perdem por esperar o capítulo 9. Saí hoje, às 17h

MICAELA, A AMANTE - 8Com o corrola, Mauro foi ao encontro do Madeira, e juntos discutiam alguns aspectos do seu projecto...
02/08/2025

MICAELA, A AMANTE - 8

Com o corrola, Mauro foi ao encontro do Madeira, e juntos discutiam alguns aspectos do seu projecto musical. Tencionavam gravar um EP. Mas antes, não faltou espanto: "Mauro, conduzindo um dos carros do pai?"

- O que aconteceu? Pegaste o carro às escondidas?

- Não, o velho deu-me as chaves... Não vais acreditar no que aconteceu.

E assim, Mauro contou tudo ao seu companheiro.

- Melhor não contar a verdade à tua mãe, pelo contrário, tira proveito da situação - aconselhou o Madeira. - Podes faturar muito com isso!

Algumas horas depois, Mauro entrou em casa a cantarolar uma melodia que ainda não tinha nome. Na mochila, escondido entre cadernos de letras e cabos, trazia o orçamento dos novos instrumentos: uma guitarra eléctrica, um sintetizador e dois microfones condensadores. Tudo novo. Tudo profissional.

Na mente, o plano já estava delineado. Tencionavam seguir o plano articulado com o seu amigo.

Foi directo ao escritório - um espaço da casa onde Neto, seu pai, tratava dos assuntos do trabalho. Ali, o pai terminava de revisar um processo.

- Pai, preciso de falar contigo. É importante.

Neto ergueu os olhos devagar, como quem já adivinhava o teor da conversa. Ficou em silêncio.

- A minha banda está a preparar um concerto no Novo Cine. Vai ser grande. Vamos precisar de equipamento novo. E... não tenho como cobrir tudo.

Neto largou a caneta. Estudou o filho, como se medisse o peso das palavras que viriam.

- Estás a pedir dinheiro para as tuas brincadeiras?

- Não estou a pedir. Estou a... lembrar-te do que sabes.

Silêncio. Frio.

Mauro aproximou-se, retirou o papel da mochila e colocou-o sobre a secretária.

- Está tudo aí. Os preços, as lojas. Dá para pagar com cartão. Ou em dinheiro. Como preferires.

Neto cerrou os punhos. Não queria ceder. Nunca quis aquele caminho para o filho. Sempre achou que arte era fuga, era fraqueza, era desvio.

Mas agora, calar Mauro era questão de sobrevivência.

- Isso não é carreira, Mauro. É passatempo de meninos mimados. Mas...

Fez uma pausa. Depois levantou-se, abriu o cofre embutido na parede e tirou um envelope recheado.

- Que seja a última vez - disse, entregando-o. - Se voltares a chatear-me com mais pedidos desses, eu mesmo conto à tua mãe o que aconteceu. E se eu contar, estará tudo destruído. É isso que queres? Já pensaste nas tuas irmãs? E na figura de filho chantagista que estás a fazer?

Mauro fingiu que tremeu, mas sorriu por dentro. Sabia que tinha o pai preso pela culpa.

Lurdes, do outro lado da porta, não ouviu quase nada porque conversavam aos sussurros. Mas viu, viu tudo, porque a porta estava entreaberta: o envelope, o olhar abatido de Neto, a expressão vitoriosa de Mauro.

À noite, quando todos dormiam, Lurdes desceu até à garagem. Espreitou dentro do carro do marido, como quem procura rastos. Nada de estranho - à primeira vista. Mas alguma coisa não encaixava. Neto tinha pr*********os numa das gavetas do carro. Então, vasculhou o telemóvel do marido à procura de alguma informação e viu notificações (mensagens) das movimentações da conta bancária - o dinheiro saía fácil demais, com gastos em lojas femininas, compra de bebidas e comida em diferentes estabelecimentos. Procurou mensagens comprometedoras e não viu nada. Mas suspeitou de um número gravado como “Secretária”. Apenas. O número não tinha mensagens partilhadas, mas tinha vários registos de chamadas no histórico. E Lurdes conhecia bem a secretária de Neto - era uma senhora bem mais velha, sua velha conhecida - e aquele não era o seu número. Era mais um motivo para suspeitar.

E outra questão era: por que estaria a ser tão generoso com Mauro agora? Por que dar ao miúdo tudo o que ele pede, mesmo este não estando a trilhar os seus passos? Ela deixou isso de lado, por enquanto.

No dia seguinte, Lurdes ligou para a verdadeira secretária de Neto e perguntou se ela havia trocado de número e se Neto tinha outra secretária. A resposta foi a esperada: “Não.” Lurdes não adiantou mais nenhuma informação, apenas agradeceu e decidiu, então, não parar com as suas investigações...

- Preciso que alguém siga o meu marido - disse ela para si mesma. - Mas vou segui-lo eu mesma.

No trabalho, a secretária de Neto questionou o patrão se havia algum problema com ela, visto que a esposa ligou a falar de uma nova secretária. Com isto, Neto pôs-se a desconfiar.

Ao sair do trabalho, tentou ir ver Micaela, mas apercebeu-se de que estava a ser seguido. Com isto, desviou-se da rota e foi parar a um bar. A esposa estava num táxi e seguia o carro do marido para descobrir alguma coisa. E foi assim naquele dia e no dia seguinte.

Dois dias depois, Neto apercebeu-se de que um táxi rondava o seu serviço. Era o mesmo táxi, da mesma empresa. Era Lurdes, atrás de informações.

Quando voltou para casa nessa noite, Lurdes não estava na cozinha, como era habitual. Acabara de chegar. A comida era agora preparada pela empregada.

- Está boa, a investigação? - atirou ele, seco.

Lurdes largou a sua bolsa, assustada.

- De que estás a falar? Disse ela, direcionando-se para o quarto do casal

E Neto seguiu-a.

- Pensas que sou b***o? Julgas que não notei a sombra atrás de mim? O táxi? Os olhares? As entrevistas que andas a fazer aos guardas do meu escritório sobre os meus horários de saída?

- E por que estás a esconder coisas de mim? A quem tens enviado dinheiro? E quem é Micaela, que gravaste como “Secretária”? É a p**a com que andas a trair-me?

Era o princípio de uma briga.
As duas irmãs de Mauro ficaram pasmas, na sala, assustadas. Nunca viram os pais em conflito, daquele jeito.

- Vais dar uma de detective agora? Agora espiamos os telemóveis um do outro? Agora há segredos em casa? Se estás desconfiada de algo, por que não perguntas directamente?

- Quem é Micaela? - questionou Lurdes, aos gritos. Como quem estivesse farta.

- O que se passa contigo? Eu nunca te vi assim.

Neto enrolava-se, mas nada dizia. Tentava desviar, fazer jogo de sentimentos e lançar culpa sobre Lurdes por ela estar a fazer coisas às escondidas. Típico de chantagistas.

Naquele momento, as duas filhas estavam em choque. Não era comum ouvir os pais a discutirem em tons tão altos altos. O casal estava no quarto, mas dava para ouvir, em alto e bom som, tudo sobre a discussão.

- Sabes o que me magoa, Lurdes? Não é achares que eu sou capaz de te trair. É achares que mereço ser seguido como um criminoso.

- Então prova que não és!

O silêncio que se seguiu foi mais violento do que qualquer grito.

Enquanto isso, Mauro experimentava a nova guitarra num estúdio improvisado lá fora, na garagem. A casa começava a ruir pelas fundações. O cheiro a guerra estava por todo o lado.

Lurdes não parava de juntar peças: as contas do banco, as ausências, o olhar envergonhado de Mauro, o súbito silêncio de Neto. Algo existia ali, entre os dois. Algo partilhado. Algo sujo.

E ela prometeu a si mesma: não ia parar até saber o quê.

E foi quando, de repente, Mauro entrou em casa e apercebeu-se das discussões. A briga estava tão feia que se ouviam as coisas a partir-se. Na tentativa de intervir, Mauro foi em direção ao quarto dos pais.

Era o início da decadência familiar.

Continua...
Autor: MALERO JEQUE

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01/08/2025

Um agradecimento especial aos meus novos fãs em ascensão! Cidália Nunes Nhamoneque, Beatriz Meque

Obrigado por se juntarem a mim nesta aventura.
Bem-vindas, Malerianas!🫂❤️

MICAELA, A AMANTE - 7Desde aquela noite do confronto na sala, Micaela sumiu. Como se tivesse evaporado. Deixou de atende...
01/08/2025

MICAELA, A AMANTE - 7

Desde aquela noite do confronto na sala, Micaela sumiu. Como se tivesse evaporado. Deixou de atender chamadas, de responder mensagens. Nenhum sinal nas redes, nenhuma pista na rua. Desapareceu do mapa — talvez para respirar, talvez para esquecer — ou apenas para não explodir. Mas a sua ausência não apagava o incêndio. Pelo contrário, espalhava as brasas.

Na casa de Neto, o ambiente era um campo minado. Cada palavra, cada gesto, cada olhar entre pai e filho era uma ameaça silenciosa. Lurdes, a esposa, começava a perceber que havia algo por trás daquelas tensões. Algo sujo. Algo que ela ainda não podia nomear, mas que o seu instinto gritava em silêncio.

Era de noite.

A mesa estava posta com o esmero habitual de Lurdes: guardanapos bem dobrados, copos alinhados como soldados em parada, arroz de coco fumegante, salada de alface e frango grelhado. A sala de jantar, com lustre de vidro tingindo a luz em tons âmbar, oferecia um ar de paz que contrastava com o clima que, invisivelmente, escurecia por dentro.

Neto chegou mais tarde do que o habitual, com a gravata torta e um cansaço estranho no olhar. Sentou-se sem beijar a esposa — coisa que fazia religiosamente havia anos. Mauro já estava lá, quieto, a brincar com o garfo como se cada dente do utensílio representasse um insulto por dizer.

As duas irmãs mais novas, Lídia e Clara, conversavam animadas sobre trivialidades escolares, rindo de piadas que só adolescentes compreendem. Lurdes, sempre a mediadora da harmonia familiar, tentou puxar assunto.

— Como foi o trabalho hoje, amor? — perguntou, servindo-lhe o frango com um sorriso morno.

— Igual a todos os dias, Lurdes. Cansativo. Mas nada que valha a pena contar — respondeu ele, sem emoção, os olhos cravados no prato como se fugisse ao mundo.

Mauro soltou um riso abafado. Rápido, seco, sem humor. Lurdes olhou-o de lado.

— Algum problema, Mauro?

— Nada, mãe. Só achei curioso como o pai trabalha tanto… e ainda assim consegue ter tempo para tantas outras… actividades.

Neto parou de mastigar. Lurdes ergueu as sobrancelhas. As irmãs, distraídas, continuaram a comer, sem notar a faísca.

— Cuidado com o que insinuas, rapaz — murmurou Neto, ainda sem o olhar.

— Não insinuei nada, pai. Só admirei a sua... capacidade de gestão de tempo — replicou Mauro com um tom falsamente respeitoso, mas de lâmina.

Lurdes tentou resgatar a harmonia:

— Lídia, e o teste de Matemática?

Mas Neto não deixou a conversa escapar.

— E tu? Já encontraste algo de útil para fazer? Ou continuas a brincar de ser artista?

Mauro apertou o copo de água até os nós dos dedos ficarem brancos.

— Ao menos o que eu faço é verdadeiro. Não é uma fachada de gravata.

— Não voltes a faltar-me ao respeito! — a voz de Neto subiu, dura e cortante.

As irmãs calaram-se. Pela primeira vez, sentiram que havia algo mais do que apenas birras entre pai e filho. Lurdes olhava-os com o coração a pulsar no pescoço.

— Aliás — continuou Neto, desviando o olhar para as filhas, como se precisasse reafirmar autoridade onde ainda a tinha —, a partir de hoje, não quero mais saber de vocês com rapazes. Escola, casa. Ponto final.

— O quê?! — Lídia arregalou os olhos. Clara franziu o sobrolho.

— Já disse! As ruas estão perigosas. E os rapazes só pensam numa coisa.

Mauro levantou-se devagar, como quem carrega um fardo.

— Engraçado… proíbes as tuas filhas de estarem com rapazes, mas tu… andas com as filhas dos outros.

O silêncio foi brutal. Como se o tempo tivesse deixado cair um prato no chão, em câmara lenta.

— O que disseste, Mauro?! — gritou Neto, já de pé, o rosto a ferver de raiva.

— Nada. Só falei de coerência. As tuas colegas de trabalho, a mãe, são todas filhas de alguém. Mas enfim... boa noite — disse, empurrando a cadeira com força.

Lurdes olhava para um, depois para o outro. Sabia que havia algo ali. Algo que não era dito. Algo que não queriam que ela soubesse. Mas ainda não tinha forma. Só sombras, farpas, e aquele frio no peito que aparece quando se percebe que a verdade está a um palmo, mas envolta em nevoeiro.

Mauro saiu da sala sem olhar para trás. Lurdes pegou no guardanapo e limpou os lábios, embora não houvesse comida neles.

Neto sentou-se de novo. Respirava fundo. As mãos tremiam ligeiramente.

— Estás bem? — perguntou Lurdes, num sussurro.

— Estou — respondeu seco. — Só não admito falta de respeito nesta casa.

Lurdes sabia que não era só isso. Mas guardou aquela noite como quem arquiva um enigma, à espera da peça que falta.

Minutos depois, já na porta, Mauro voltou à sala, agora calmo, de roupa trocada.

— Pai… posso levar o Corolla? Vou só à Quarta Rua ver o Madeira. Volto cedo.

A sala voltou a parar. Nem as colheres tilintavam. Neto já declarara, vezes sem conta, que Mauro só andaria de carro se seguisse os seus passos: direito, terno, escritório.

Mas, surpreendentemente, Neto respondeu:

— As chaves estão na minha mesinha de cabeceira. Não estragues nada.

Até as meninas, antes alheias ao turbilhão, pararam de mastigar. Lurdes ficou imóvel. A ordem do universo familiar parecia ter sido subitamente invertida. Aquilo não fazia sentido.

E ali, diante daquele gesto estranho, Lurdes soube. Não sabia o quê, mas soube. Como quem vê o fumo e ainda não encontra o fogo. O seu coração registou: algo está fora do lugar. E ela começaria, ali mesmo, a ligar os pontos e a pensar em fazer alguma coisa.

Continua....
Autor: MALERO JEQUE

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MICAELA, A AMANTE - 6Mauro saiu da casa. A raiva ia-lhe a ferver nos ossos. Micaela ficou sentada, a tremer. Neto, em pé...
31/07/2025

MICAELA, A AMANTE - 6

Mauro saiu da casa. A raiva ia-lhe a ferver nos ossos. Micaela ficou sentada, a tremer. Neto, em pé, já sem autoridade nem discurso.

A sala, por fim, ficou muda. Mas todos sabiam: dali para frente, nada mais seria igual.

O silêncio cortava a sala como faca cega: sem pressa, mas com dor. Nenhum dos dois ousava mover-se. A revelação era como um espelho partido – cada pedaço devolvia uma imagem incompleta, distorcida e cruel. Micaela sentia-se nua, não pelo vestido leve que usava, mas pela exposição repentina da sua alma. Tinha frio nas pernas, nos braços, no coração. O olhar de Mauro havia atravessado-lhe como um feixe de luz sobre um corpo morto. O de Neto, de olhos em brasa, confundia fúria com incredulidade.

Micaela ficou imóvel por segundos longos como a eternidade. O ar parecia mais denso, pesado, difícil de respirar.

Neto aproximou-se, devagar, como um animal ferido. Mas os olhos… os olhos diziam outra coisa. “Brincaste connosco?”, perguntou, a voz embargada pela raiva e pela humilhação. Micaela tentou balbuciar algo, mas antes que as palavras ganhassem forma, a mão de Neto falou mais alto. Uma bofetada seca estourou no rosto dela, empurrando-lhe o corpo contra o sofá. O sabor a sangue misturou-se com as lágrimas e com o sabor amargo da vergonha.

- “És uma cobra” - cuspiu ele, sem perceber que o seu próprio veneno lhe subia pela garganta.

Ela não respondeu. Encolheu-se. Encolheu-se como quem queria caber dentro de si mesma, desaparecer do mundo, dissolver-se no vazio. Neto saiu batendo a porta com um estrondo.

Nos dias que se seguiram, Micaela isolou-se. Não respondia às mensagens de Mauro, nem atendia os telefonemas insistentes de Neto. Andava pela casa como uma alma penada, vestindo camisolas largas, com o rosto marcado por hematomas – não só os visíveis. A ferida maior era interna. Uma ferida que sangrava todos os dias quando olhava para si ao espelho e via um corpo usado, uma mulher rasgada por dentro.

Mauro, por seu lado, deixava o telemóvel em silêncio, evitava os amigos, faltava às sessões de ensaio com a sua nova banda composta por amigos da faculdade. A sua arte parecia-lhe agora inútil, desarmada diante da vida real. Passava horas a recordar os pormenores, a tentar perceber onde falhara. O que o levou até Micaela? O que levou o pai até ela? Como podiam partilhar o mesmo corpo, sem saber?

Mas havia algo mais forte que a dor. Era a raiva. A raiva do pai. Aquele homem que sempre o pressionou a ser aquilo que ele nunca quis: advogado, íntegro, moralista, imagem pública respeitada. O mesmo homem que agora mostrava-se podre por dentro, infiel, manipulador. Pela primeira vez, Mauro sentia-se com armas na mão. Sabia algo que poderia destruir a fachada do pai, e isso dava-lhe um estranho poder.

Neto, por sua vez, não conseguia dormir. O remorso misturava-se com o orgulho ferido. A sua carreira brilhante contrastava com a podridão da sua vida íntima. Sentia-se traído, não apenas por Micaela, mas também pelo próprio destino. Como podia a mesma mulher cruzar-se com pai e filho sem que nenhum dos dois percebesse? Teria sido ela o diabo disfarçado de musa? Ou era ele o culpado por ter atravessado uma linha que nunca devia ter pisado?

O que era certo é que algo se partira naquela noite. Algo que não voltaria a colar-se. A partir dali, pai e filho não seriam mais os mesmos. E no meio deles, como uma bomba-relógio de emoções não resolvidas, estava ela: Micaela, a mulher que amaram, a mulher que odiaram, a mulher que os destruiu.

No sábado seguinte, a casa da família Neto reunia-se para o tradicional jantar em família. A mesa, bem posta, exalava aromas de comida e mal-estar. A mãe de Mauro e esposa de Neto, vestida de esperança, tentou manter a leveza habitual.

- Então, Mauro, o teu estágio de advocacia, como vai? Já começaste a reconsiderar a ideia de seguir os passos do pai?

Mauro respondeu com um riso seco. Olhou de lado para o pai e falou com desdém:
- Prefiro seguir os meus próprios passos. Se for para imitar alguém, não será alguém que ensina ética num tribunal e vive de mentiras em casa.

A colher da sopa tremelicou nas mãos da mãe. Neto ergueu os olhos, sem responder. O ar ficou pesado.

- Estás com algum problema comigo, Mauro?

- Não, pai. Eu é que não consigo fingir tão bem como tu.

O silêncio caiu como uma faca sobre a mesa. Só o tilintar dos talheres hesitantes da mãe ousava interromper aquele duelo de olhares.

- Devias ter mais respeito, rapaz. Eu sou teu pai!

- E devias ter mais vergonha. És marido da minha mãe!

O coração da mulher apertou-se sem entender, mas intuindo que algo profundo e podre se escondia por trás daquele rancor. Tentou intervir, mas Neto levantou-se, empurrou a cadeira com força e saiu da mesa.

Mauro ficou ali, com o olhar preso na parede. Não era só mágoa. Era estratégia. Agora ele tinha o pai nas mãos. E isso, cedo ou tarde, seria útil.

Micaela, sozinha, continuava a arrastar os dias. O rosto inchado ainda lembrava o estalo de Neto. Mas mais do que o corpo, era o espírito que se encontrava dilacerado. Ainda amava Mauro, mesmo sem saber como enfrentá-lo. Sabia que precisava de desaparecer, pelo menos por uns tempos. Mas parte dela, teimosa, queria respostas. E a outra parte… queria vingança.

Continua....
Autor: MALERO JEQUE

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