
08/10/2025
🕵️Rapto em Maputo reacende debate sobre segurança urbana
O rapto de um empresário português, ocorrido na manhã de terça-feira (07/10), na avenida Zedequias Manganhela, no coração comercial de Maputo, voltou a lançar luz sobre um fenómeno que, embora em aparente declínio estatístico, continua a gerar medo e indignação entre cidadãos e investidores.
Detalhes do incidente
- A vítima, de 69 anos, com dupla nacionalidade (portuguesa e moçambicana), foi abordada por quatro a seis indivíduos armados, quando estacionava à porta do seu estabelecimento comercial.
- Os raptores, que se faziam transportar numa viatura branca sem matrícula, dispararam quatro vezes para dispersar transeuntes que tentaram intervir.
- Imagens de videovigilância mostram o empresário a tentar fugir, tropeçar e ser arrastado à força para o veículo dos sequestradores.
- A polícia despachou equipas multissetoriais para localizar a vítima e neutralizar os autores, mas até o momento não há confirmação sobre o paradeiro do empresário.
Reação do Governo
Durante a reunião semanal do Conselho de Ministros, o porta-voz Inocêncio Impissa lamentou o ocorrido e garantiu que as forças de segurança estão “empenhadas na clarificação das circunstâncias”. No entanto, aproveitou para destacar que os índices de rapto têm diminuído nos últimos meses:
> “Há um esforço grande que tem estado a ser feito, quer para o esclarecimento, quer para o resgate, quer também para a redução de casos de rapto a cidadãos nacionais e estrangeiros.”
Panorama dos raptos em Moçambique
- Segundo dados da Polícia da República de Moçambique (PRM), o número de raptos em Maputo caiu para metade nos primeiros cinco meses de 2025: foram quatro casos, contra oito no mesmo período de 2024.
- Desde 2011, foram registados mais de 185 raptos no país, com cerca de 288 detenções.
- A maioria das vítimas são empresários, sobretudo de ascendência asiática, e muitos casos têm ligações com redes transnacionais, incluindo operações preparadas na África do Sul.
- A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estima que cerca de 150 empresários foram raptados nos últimos 12 anos, e uma centena deixou o país por receio.