
15/08/2025
O Evidências acompanhou o drama real que as vítimas do terrorismo viveram nas matas ou nas mãos dos terroristas. No interior das matas de Cabo Delgado, o inimigo que desafia as Forças de Defesa e Segurança (FDS) não vive apenas da força das armas, trava também a sua própria batalha contra a fome, a doença e a morte. É uma guerra dentro da guerra, invisível a quem olha de fora. Entre os que fogem e os que atacam, a linha entre vítima e vilão desfaz-se num cenário onde o Estado raramente chega e onde a religião é usada como véu para justificar o injustificável, enquanto que, de forma contínua, é adiada a exploração do tesouro do século, a exploração do gás de Rovuma, entre outros.
Nas últimas semanas, a violência recrudesceu em Chiúre, Quissanga, Macomia e Ancuabe, onde as incursões incluem saques, raptos para extorsão e ataques súbitos, que nalguns pontos provocaram centenas de novos deslocados. Entre postos militares improvisados e comunidades devastadas, as velhas feridas do terrorismo reabrem-se, expondo uma administração do Estado inconsequente, que hasteia uma narrativa triunfalista, enquanto o inimigo, que, apesar de aparentar força, enfrenta as suas próprias fragilidades, até na luta por alimento, se agiganta e se torna mais ousado.
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