
27/05/2025
As reservas obrigatórias que os bancos comerciais nacionais mantêm junto do Banco de Moçambique registaram uma queda de 28% no primeiro trimestre do ano, recuando para 209,9 mil milhões de meticais (3,18 mil milhões de dólares), com base em relatórios estatísticos do banco central, a que Lusa teve acesso esta terça-feira, 27 de Maio.
O recuo expressivo surge na sequência da decisão do Comité de Política Monetária (CPMO) de aliviar, em Janeiro, os coeficientes de reservas obrigatórias, uma medida tomada para libertar liquidez e impulsionar a actividade económica.
Até então, os níveis destas reservas tinham atingido máximos históricos, com o registo mais elevado a verificar-se no final de Dezembro de 2023, quando totalizavam 291,4 mil milhões de meticais (4,4 mil milhões de dólares).
Fenómeno subsequente do endurecimento da política monetária, pelo Banco de Moçambique, elevando por duas vezes os coeficientes de reservas, até atingir os 39% sobre depósitos em moeda nacional e 39,5% em moeda estrangeira, medidas destinadas a absorver o excesso de liquidez no sistema bancário e conter as pressões inflacionistas.
O alívio chegou a 27 de Janeiro de 2024, quando o CPMO decidiu reduzir os coeficientes de reservas obrigatórias para 29% (em moeda nacional) e 29,5% (em moeda estrangeira), com o objectivo de disponibilizar mais liquidez para apoiar a economia na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços.
O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, confirmou em Março, numa recente reunião do CPMO, que essa medida resultou numa libertação significativa de fundos de pelo menos 55 mil milhões de meticais, e quase 250 milhões de dólares, injectados na economia.
Na mesma reunião de Março, o CPMO reduziu a taxa de juro de política monetária para 11,75%, mas manteve inalterados os coeficientes de reservas, reafirmando a confiança no impacto das medidas já adoptadas.
A próxima reunião do Comité de Política Monetária está agendada para esta quarta-feira, 28 de Maio, altura em que se espera uma nova avaliação do cenário macroeconómico e, eventualmente, novos ajustes na política monetária, num contexto ainda marcado pelos desafios da inflação, da gestão cambial e da recuperação económica.