Entre Vozes e Verdades

Entre Vozes e Verdades 🎙️ Entre Vozes e Verdades
Aqui, cada palavra tem peso. Cada silêncio, um sentido.

Histórias contadas com alma,
Verdades sussurradas na escuridão da mente.
📜 Vozes que ecoam mesmo quando tudo se cala.
🌍 Realidade, dor, amor e mistério em cada narrativa

13/06/2025

“O que dói mais: a verdade dita com raiva ou a mentira dita com carinho?”

13/06/2025

“Você perdoaria alguém que destruiu sua confiança?”

🫒TERRA DE ESPERANÇA: A ÚLTIMA SEMENTE🫒Naquela aldeia onde o tempo parecia dormir sob as raízes da machamba, a esperança ...
13/06/2025

🫒TERRA DE ESPERANÇA: A ÚLTIMA SEMENTE🫒

Naquela aldeia onde o tempo parecia dormir sob as raízes da machamba, a esperança não chegava de carro. Chegava a pé, cansada, arrastando os chinelos rotos como quem pede desculpas por ainda tentar existir. O barro colado nos calcanhares era o mesmo de ontem, o mesmo de sempre. Não havia asfalto, mas havia lembranças. E as lembranças, às vezes, doíam mais do que os joelhos cansados de tanto rezar por dias melhores.

Regi morava numa cabana encostada no mato, de onde se ouvia o coaxar dos sapos e o silêncio das coisas esquecidas. Já não tinha forças nos braços, mas ainda subia nos coqueiros como se procurasse no alto alguma resposta que nunca veio. Alguns diziam que era louco. Outros, que era sábio. Mas todos sabiam que ele era necessário — como sombra de cajueiro em dia quente.

Na última vez em que foi visto, Regi carregava uma sacola de plástico com três mangas verdes e um terço quebrado. Andava devagar, mas com firmeza, como quem já conhece todos os buracos do caminho. Ninguém percebeu que aquele seria seu último passeio. Nem ele.

Foi encontrado dois dias depois, caído numa vala rasa onde a água parada espelhava o céu como se fosse espelho de despedida. Havia torcido o pé, e o resto... foi o tempo que calou. Morreu sozinho, mas não vazio. Morreu com as mãos sujas de terra e o coração cheio de histórias que nunca chegaram a sair da boca. Talvez por medo. Talvez por achar que ninguém mais queria ouvir.

Quando a notícia se espalhou, a aldeia ficou muda por uns dias. Mbanguene foi quem cavou o buraco. Não por amizade, mas por respeito. E enquanto jogava os punhados de terra sobre o corpo envolto num pano velho, sussurrou:
— Que tua voz não se apague com o vento...

Naquela noite, o céu não chorou, mas os galhos tremiam como se soubessem. As crianças não brincaram, os velhos não riram. Era como se o silêncio tivesse pousado sobre tudo, feito urubu.

Regi partiu, mas deixou a machamba intacta. E foi ali, entre as folhas secas e as pegadas da última colheita, que Mbanguene encontrou algo curioso: uma pequena lata enferrujada enterrada junto às raízes do milho. Dentro, havia uma carta.
A caligrafia tremida, quase ilegível, dizia:

"Se um dia eu partir, plante a última semente. Ela não é para o estômago. É para o coração."

Ninguém entendeu de início. Mas Mbanguene, mesmo sem saber por quê, obedeceu. Enterrou a semente num canto da terra onde Regi costumava sentar-se ao pôr do sol. Não choveu naquela semana. Nem na seguinte. Mas um mês depois, no meio do pó, nasceu uma flor. Não um milho, nem feijão. Uma flor. Simples. Amarela. Solitária.

Alguns diziam que era coincidência. Outros, milagre. Mas todos pararam por um instante para ver. E naquele momento, naquele pequeno segundo em que todos os olhos se voltaram para o mesmo ponto, algo floresceu por dentro.

Na Terra de Esperança, às vezes, o que mais alimenta… não nasce para ser colhido. Nasce para lembrar que ainda vale a pena esperar.

Eu sou Daélio.Namorei uma moça chamada Ruty. Louvorista da igreja, voz doce, presença que iluminava o templo. Foi pelas ...
13/06/2025

Eu sou Daélio.

Namorei uma moça chamada Ruty. Louvorista da igreja, voz doce, presença que iluminava o templo. Foi pelas mãos dela que conheci a Palavra, que aprendi a jejuar, a orar, a enxergar um propósito maior. Ela me levou até a pastora, apresentou-me à comunidade, fez-me acreditar que a fé podia ser casa.

Confiei tanto que dispensei qualquer sombra de dúvida. Não imaginei que, atrás da mesma igreja onde Ruty cantava de olhos fechados, existiam esquinas escondidas — e nelas, traições repetidas. Descobri tarde, quando o amor já estava fundo demais. E a ferida não foi só a infidelidade: foi ver o altar virar palco, a confiança virar entulho, a fé que ela representava despencar diante dos meus olhos.

Sangrei em silêncio, procurando onde tinha errado. Talvez o único erro tenha sido amar inteiro quem não soube ser metade. No fim, separamos-nos sem estardalhaço: só um adeus pesado e muitas orações engasgadas.

Ruty já pediu para voltar várias vezes. Eu perdoei, mas não esqueci. Ainda carrego o medo de entregar meu coração de novo — medo de reconstruir, de confiar, de passar tudo outra vez. Hoje sigo em frente, com minha fé agora fincada em verdades, não em aparências. Minhas cicatrizes viraram escudos.

Eu sou Daélio, e essa é a história de como um amor me feriu, mas não me roubou a esperança.

"Conheça a história da Nety"Narrada na primeira pessoaEu me chamo Nety. Já fui chamada de muitas coisas na vida... menos...
13/06/2025

"Conheça a história da Nety"
Narrada na primeira pessoa

Eu me chamo Nety. Já fui chamada de muitas coisas na vida... menos pelo meu nome. Nas ruas, era “bichinha”, “vadia”, “perdição de homem casado”. Cresci em um lar quebrado, sem carinho de pai, com uma mãe que chorava mais do que sorria. Aos 15, fugi. Pensei que ia encontrar liberdade. Encontrei a rua.

A noite virou minha casa. Os postes, minhas estrelas. E os carros que paravam ao meu lado? Minha sobrevivência. Passei anos assim: maquiada por fora, mas despedaçada por dentro. Toda vez que um cliente ia embora, eu voltava a ser só Nety… aquela menina que só queria ser amada.

Um dia, cansada, suja e faminta, entrei numa igreja por acaso. Queria só água e sombra. Mas encontrei algo que não esperava: alguém me olhou nos olhos e não me julgou. Me chamaram pelo nome. Pela primeira vez, escutei que eu valia mais do que meu corpo.

Demorei a acreditar, mas voltei na semana seguinte. E na outra. Aos poucos, fui me limpando por dentro. As lágrimas viraram oração. Os gritos viraram louvor. As marcas no meu corpo continuam... mas agora são testemunhos.

Hoje, eu sou ministra de louvor. Dou palestras para jovens em situação de risco. Tenho uma casa simples, um marido que me respeita, e dois filhos que chamam de mãe a mulher que um dia foi só “a Nety da esquina”.

A igreja, pra mim, não é um museu de santos. É um hospital de almas. E foi lá que eu fui curada.

Sim, as prostitutas e arrependidas encontraram refúgio… e redenção. Eu sou prova disso.

Sombras da CaminhadaPor Daélio Sempre fomos dois sonhadores. Eu e o Jonathan. Solteiros, cheios de esperanças, com o pei...
13/06/2025

Sombras da Caminhada

Por Daélio

Sempre fomos dois sonhadores. Eu e o Jonathan. Solteiros, cheios de esperanças, com o peito aberto ao amor e os pés prontos para caminhar longe em busca de algo que não sabíamos definir bem — talvez uma mulher, talvez um destino.

Decidimos abandonar o conforto do vilarejo por uns dias. Só andar. Andamos por campos, estradas de areia, dormimos sob estrelas, falámos dos nossos sonhos, rimos das nossas desilusões. Até que, num final de tarde dourado, ela apareceu.

Uma moça... linda, serena, de olhos calmos e sorriso misterioso. Nós dois sentimos algo forte. E ali, no silêncio do nosso encantamento, decidimos que cada um teria a chance de conquistar o seu lugar no coração dela.

Jonathan tentou primeiro. Não foi aceite. Depois fui eu... e, para minha surpresa, ela gostou de mim. Tivemos encontros leves, apenas conversas, risos, olhares trocados. Nada mais. Mas o suficiente para nascer algo bonito.

O que eu não sabia era que o coração do meu amigo guardava um veneno silencioso.

Uma manhã, enquanto eu tomava sol perto do rio, ele chegou com um ar estranho e disse:

— Fidelino… sabias que essa moça é feiticeira? Já matou muitos homens. No próximo encontro, se ela tentar tocar no teu traseiro, não deixes. É assim que ela mata.

Fiquei em choque. O olhar dele era firme, mas sombrio. A dúvida se instalou.

Mais tarde, descobri que, no mesmo dia, ele procurou a moça e disse:

— Sabes que meu amigo tem cauda? Um rabo de verdade, escondido. Tenta tocar-lhe na bunda e verás como ele foge. Vai negar, vai saltar.

Nos encontros seguintes, já não éramos os mesmos. Ela tentava, discretamente, tocar-me… e eu, com medo, fugia. Saltava. Ela via minha reação e pensava: “É verdade… ele tem cauda.”
Eu tentava segurá-la, abraçá-la… e ela, com receio, se afastava. No meu coração, sussurrava o medo: “É verdade… ela é feiticeira.”

Duas almas que se gostavam, agora cercadas por desconfianças plantadas por um amigo.

A relação acabou antes mesmo de começar. O medo venceu o amor.

Tempos depois, decidi contar-lhe tudo. Falei do que o Jonathan me dissera. Ela me ouviu em silêncio. Não falou nada… mas no coração dela, algo se partiu.

Dias depois, ela e o Jonathan começaram a namorar. E hoje têm dois filhos.

Soube, muito depois, que ela descobriu a verdade. Mas já era tarde. A vida havia seguido.

Fiquei com a dor e com a lição:
não é só o inimigo que nos destrói. Às vezes, é a sombra que caminha ao nosso lado.

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17/12/2024
16/12/2024

*Bom dia, boa tarde e boa noite.*
É sabido por todos a situação actual, dizer também que nos dá *EN1* principalmente(terra de boa gente) somos responsáveis pelas mortes na capital de moz, porquê falo isso? os Ruandeses passaram da *EN1* até capital.
2. temos coqueiros de sáve até zandamela mas não nos entra a ideia de fechar a *EN1* com esses coqueiros?
3. Agora que estamos a descansar um pouco eles estão a encher os bolsos nesse momento porque sabem que a qualquer momento vão dar gás pra abudabi mas estão a usar EN1 e nós estamos a ver camiões, certo?
Vamos bloquear tudo isso, possível resolver isto em 3 dias é, basta agente usar o nosso cérebro, bloqueio total (100%) em um dia vão dar sinal de vida esses gajos da elite, tudo está nas mãos de cada moçambicano que não tem ovo porque não é da elite, batata porque não é da elite, comi acessórios de frango porque não é da elite, etc mas tudo isto faz parte da sesta básica na qual o salário mínimo não bate as contas no final do mês, mas o segredo agora mesmo irmão, assim que anunciarem o v8 vamos fechar EN1 principalmente quando se fala de mais reforço a vir de cabo delgado, vamos levar coqueiros pra EN1.
Forte abraço, beijos e tchau.

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