29/07/2025
Moçambique aposta na produção local de medicamentos para reduzir a dependência
Moçambique quer assumir um novo protagonismo na área da saúde, rompendo com a dependência crónica da importação de fármacos e investindo decididamente na produção local de medicamentos. A promessa foi deixada pelo Presidente da República, Daniel Chapo, que sublinhou o carácter estratégico desta aposta, à margem da Expo Internacional de Saúde de Moçambique, que decorre em Maputo entre 30 e 31 de Julho.
“O nosso Governo está profundamente empenhado em incentivar a produção local de medicamentos e produtos de saúde, não como um gesto simbólico, mas como uma verdadeira prioridade nacional”, afirmou Chapo. O objectivo é claro: garantir o abastecimento interno de fármacos essenciais, servindo melhor a população e diminuindo a vulnerabilidade do sistema de saúde face às importações.
A conferência internacional, integrada na Expo e organizada pela Autoridade Nacional Reguladora de Medicamentos (Anarme), reunirá em Maputo os principais actores globais do sector: investidores, investigadores, reguladores, profissionais e decisores políticos. A meta passa por estimular a criação de parcerias e plataformas de colaboração que tornem exequível, num horizonte próximo, a produção interna de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade.
“Chegou o momento de investir no que somos capazes de produzir, de reforçar o que conseguimos inovar e de proteger aquilo que jamais devemos externalizar, que é a saúde do nosso povo”, defendeu o chefe de Estado. “Estamos prontos. Através desta conferência, abrimos as portas aos investidores, empreendedores, investigadores e parceiros globais que acreditam no potencial de África, não como um continente dependente, mas como construtor de soluções permanentes.”
Segundo os promotores, a MIH Expo será também uma plataforma para abordar os riscos sanitários decorrentes das alterações climáticas, ao mesmo tempo que se promove uma transição para sistemas de saúde sustentáveis e com impacto ambiental neutro. A partilha de boas práticas, o intercâmbio de experiências e a exibição de soluções tecnológicas serão pontos altos do evento, que visa consolidar um ecossistema de inovação na saúde para toda a região.
Chapo destacou ainda as lições deixadas pela pandemia de covid-19: “Testemunhámos a fragilidade dos sistemas de saúde a nível global. Aprendemos a importância e urgência de termos um sistema robusto, inclusivo e capaz de responder com eficácia a qualquer crise.” E deixou uma nota de esperança: “Juntos, construímos uma nação onde nenhum moçambicano ficará para trás e o poder de proteger a vida estará fielmente nas nossas mãos.”
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