27/04/2025
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Há muitos séculos, antes da chegada dos colonizadores europeus, existia na região centro-oeste de Moçambique o poderoso Reino de Manica, governado por reis conhecidos como Mambos. Esta região era rica em recursos, especialmente ouro, que os povos locais extraíam dos rios e das montanhas.
Conta-se que, numa época distante, um jovem príncipe chamado Mutasa teve um sonho: nele, os antepassados revelaram-lhe a localização de uma lendária mina de ouro, escondida no coração da floresta sagrada de Manica. O ouro dessa mina não era apenas precioso — dizia-se que quem o encontrasse traria prosperidade eterna ao seu povo.
Mutasa partiu sozinho, atravessando vales e montanhas, enfrentando animais selvagens e tempestades. Durante a jornada, ele teve de provar o seu valor: salvou uma águia presa num arbusto espinhoso, ajudou uma anciã a atravessar um rio furioso, e dividiu a sua pouca comida com um estranho que encontrou perdido.
Cada ato de bondade parecia abrir-lhe novos caminhos na floresta densa. Finalmente, ao chegar à clareira secreta que vira no sonho, Mutasa encontrou uma pequena nascente de água dourada. Era ali que o ouro se misturava naturalmente com a água da terra.
Quando regressou ao reino, Mutasa não guardou o ouro só para si. Em vez disso, organizou o seu povo para que todos pudessem beneficiar da riqueza de forma justa — construíram-se escolas, centros de cura e fortalezas para proteger a terra. Por muitos anos, o Reino de Manica prosperou como um centro de cultura, comércio e sabedoria.
Dizem que até hoje, no coração das montanhas de Manica, ainda corre um fio de água dourada, escondido dos olhos gananciosos, esperando apenas pelos corações puros