11/09/2025
𝐂𝐈𝐏 𝐫𝐞𝐯𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐞𝐱𝐨̃𝐞𝐬 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐧𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐦𝐨𝐞𝐝𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐧𝐯𝐨𝐥𝐯𝐞 𝐟𝐮𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚́𝐫𝐢𝐨𝐬 𝐩𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨𝐬 𝐞 𝐛𝐚𝐧𝐜𝐚́𝐫𝐢𝐨𝐬
Uma investigação do Centro de Integridade Pública (CIP) conclui haver conexões criminosas entre funcionários de bancos comerciais e o mercado paralelo de venda de moeda estrangeira que podem justificar, em parte, a escassez de divisas em Moçambique.
Na investigação o CIP apurou que as divisas que circulam no mercado informal têm várias origens: de cidadãos estrangeiros que estão no país a turismo; de comerciantes estrangeiros e nacionais que têm o hábito de acumular moeda estrangeira em suas casas; de políticos ou governantes que movimentam quantidades consideráveis; de casas de câmbio; de mukheristas e de bancos comerciais.
Alias, de acordo com a investigação do CIP o mercado informal da venda da moeda estrangeira tem como base do seu florescimento os bancos comerciais que também fazem parte desta teia criminosa.
A investigação revela que nos bancos comerciais, os esquemas são muitas das vezes encabeçados pelos homens do caixa e da tesouraria.
A publicação faz menção dos expatriados que trabalham em Moçambique e que recebem seus salários nos bancos via cheque e em moeda estrangeira. E a partir dai que entre a grande mafia dos bancos.
“Ao seu critério, o funcionário bancário pode determinar que dos 50 mil dólares, 40 mil serão convertidos em meticais e apenas 10 mil pagos em dólares. Para fornecer os meticais ao expatriado, o caixa usa o câmbio formal do dia, que é, em média de 64 meticais/por uma unidade do dólar. Feitos os cálculos, o funcionário entra no sistema, simula a conversão dos 40 mil dólares e emite o comprovativo da operação. Ao cliente é entregue o documento da conversão, os 10 mil dólares e os 2,5 milhões de meticais da conversão dos 40 mil dólares”, indica a publicação.
“Antes de colocar os dólares no sistema, o agente do caixa contacta pessoas da sua confiança que queiram comprar os 40 mil dólares ao preço do mercado paralelo, que pode ser 75 meticais/ por unidade do dólar, isto é, 11 meticais acima do que é cobrado no banco”, revela a publicação que temos estado a citar.
A rede pode envolver duas, três ou mais pessoas. A ação é feita de forma célere de modo a não deixar pistas, e assim tanto o gerente do balcão como gestor não tomam conhecimento.
Uma fonte bancária citada na publicação confirmou que este tipo de operações é das mais seguras e lucrativas. “Ou seja, se fizer este tipo de operação todos os dias, o caixa não precisa de se envolver noutros tipos de operações mais arriscadas”, referiu a fonte.
Os bancos tornam-se assim os principais fornecedores de moeda estrangeira ao mercado informal, contribuindo para a escassez de divisa no país.
Fonteː CIP
MOZ Notícias