The Opinion Makers

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The Opinion Makers é uma plataforma dedicada à criação e difusão de conteúdos opinativos e analíticos, concebida para quem valoriza informação de qualidade e perspetivas bem fundamentadas. O projeto nasce com a missão de promover um espaço plural, onde se cruzam ideias e se estimulam debates construtivos sobre os temas que moldam o nosso quotidiano. Com um enfoque abrangente, T

he Opinion Makers explora áreas como atualidade, cultura, sociedade, política, economia, ciência, tecnologia e entretenimento, oferecendo aos leitores e ouvintes não apenas notícias, mas interpretações profundas que ajudam a compreender a complexidade do mundo contemporâneo. A plataforma reúne vozes credíveis e diversif**adas — colunistas, jornalistas, académicos, especialistas de mercado e criadores de conteúdo —, todos com um objetivo comum: construir narrativas críticas, rigorosas e acessíveis, capazes de inspirar reflexão e fomentar diálogo. Além de artigos e editoriais, The Opinion Makers aposta em formatos dinâmicos, como podcasts, programas de debate, entrevistas e vídeos interativos, aproximando o público das ideias e dos protagonistas que fazem a diferença. Trata-se de um espaço pensado para quem não se contenta com a superfície da informação e procura análises consistentes, argumentação clara e liberdade de pensamento. Mais do que uma plataforma, The Opinion Makers é um movimento: um convite para pensar, questionar e formar opinião com base em conhecimento, diversidade e ética. AVISO LEGAL

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Belém, Portugal

19/08/2025

30 Milhões para Carros Elétricos para Exportação, Cinzas para PortugalO Governo português acaba de anunciar, com p***a e...
19/08/2025

30 Milhões para Carros Elétricos para Exportação, Cinzas para Portugal

O Governo português acaba de anunciar, com p***a e circunstância dignas de um “momento histórico”, um apoio de 30 milhões de euros à Auto Europa, braço industrial da Volkswagen em Palmela, para a produção do novo carro elétrico. O evento contou com discursos otimistas, apertos de mão fotogénicos e promessas de futuro verde e sustentável. Um investimento, dizem, que “coloca Portugal na linha da frente da inovação produtiva”. Palmas para todos. Mas, no fundo, f**a uma pergunta que grita mais alto do que qualquer motor elétrico: onde estão os helicópteros? Onde está a prevenção estrutural que poderia salvar o país das chamas que o devoram, ano após ano, há mais de quatro décadas?

O país que arde, mas tem capacidade econômica para subsidiar carros elétricos
Enquanto ministros e administradores alemães brindam ao “salto qualitativo” da indústria automóvel, Portugal continua a assistir, impotente, à destruição do seu território pelo fogo. De norte a sul, cada verão é um déjà vu: aldeias cercadas, casas destruídas, vidas perdidas, bombeiros esgotados, populações a rezar para que o vento mude.
E quando se pergunta pela prevenção, a resposta é sempre a mesma ladainha: “não há verba suficiente”. Mas há verba para a Auto Europa. Há 30 milhões para subsidiar uma multinacional que lucra milhares de milhões por ano. É curioso como o dinheiro público encontra sempre caminho para reforçar gigantes, enquanto as nossas florestas continuam órfãs de meios aéreos, planos de ordenamento e investimento real.

Prioridades invertidas
É difícil não sentir revolta quando vemos helicópteros a chegar tarde, aviões insuficientes e equipas de bombeiros a trabalhar com recursos escassos, enquanto o Governo celebra a “descarbonização produtiva” com fundos que poderiam, pelo menos em parte, financiar um programa sério e permanente de combate aos incêndios.
Não se trata de escolher entre indústria e floresta — trata-se de equilíbrio, de prioridades. De que serve ter um T-Roc elétrico se o país é um mar de cinzas? De que serve apostar no futuro quando o presente é uma tragédia anual que todos fingem não ver?

O argumento económico: um embuste repetido
Os defensores deste apoio dizem que a Auto Europa é “um pilar da economia nacional” e que estes 30 milhões representam “um contributo para o crescimento, o emprego e as exportações”. Muito bem. Mas não será este discurso o mesmo que ouvimos há 30 anos? E, no entanto, Portugal continua com salários miseráveis, uma economia dependente e um Estado que corre atrás das emergências em vez de as prevenir.
A Auto Europa já recebeu milhões de incentivos antes. E, ainda assim, o que mudou estruturalmente no país? Talvez esteja na hora de perguntar: quantas vidas poderiam ter sido salvas se, nos últimos 20 anos, tivéssemos colocado metade deste tipo de apoios em helicópteros, vigilância e gestão florestal?

Um país refém do espetáculo
O problema é que a inauguração de uma linha de m***agem dá votos e fotografia para a história. Já a prevenção de incêndios não dá medalhas, nem capas de jornal. Prevenir não tem glamour, não tem luzes nem discursos em inglês com sotaque de Palmela. Mas quando a sirene tocar e a próxima aldeia f**ar isolada pelas chamas, talvez seja demasiado tarde para perceber que não se apaga fogo com promessas, nem com comunicados de imprensa.

O país das cinzas e dos elétricos
O Governo gaba-se de estar “na linha da frente da transição energética”, mas ignora que continua na cauda da prevenção. E, ironicamente, enquanto apoia carros elétricos para “salvar o planeta”, deixa que o seu próprio território arda ano após ano. Não há país verde quando tudo o que resta é cinza.

Opinião de José Pontes Meira
Engº. Florestal

Politico expõe isolamento de António Costa e ausência em reunião na Casa BrancaA newsletter Brussels Playbook do jornal ...
19/08/2025

Politico expõe isolamento de António Costa e ausência em reunião na Casa Branca

A newsletter Brussels Playbook do jornal Politico voltou a chamar a atenção para um detalhe incómodo: António Costa, presidente do Conselho Europeu, esteve completamente fora do encontro que reuniu Zelensky e vários líderes europeus com Donald Trump na Casa Branca.

No segmento intitulado “os homens que não estavam lá”, o primeiro nome é o de Costa. Normalmente, o presidente do Conselho Europeu e a presidente da Comissão surgem como um “pacote dois-em-um” no palco internacional. Desta vez, porém, só Ursula von der Leyen marcou presença, consolidando a imagem de que é ela quem detém a influência real junto da Casa Branca.

Fontes ouvidas pelo Politico vão mais longe: Costa não chegou sequer a receber um convite direto da administração Trump, sinal claro de que o português ainda não conquistou espaço no núcleo duro das decisões globais.

Enquanto Emmanuel Macron, Keir Starmer, Friedrich Merz, Alexander Stubb, Giorgia Meloni e Mark Rutte participaram presencialmente, Costa ficou limitado a uma videoconferência posterior para “f**ar a par” do que se passou em Washington. Um papel secundário para quem, no papel, deveria representar a União Europeia em matéria de Negócios Estrangeiros e Segurança.

O Politico lembra que, pelo Tratado da UE, cabe ao presidente do Conselho essa representação, mas a realidade é outra: Von der Leyen é quem mantém a linha direta com Washington.

O jornal recorda ainda que Costa, descrito como um “sedutor ainda a aperfeiçoar o inglês”, tem procurado evitar as armadilhas que marcaram a presidência do seu antecessor, Charles Michel, como no caso do Sofagate. Ainda assim, esta ausência alimenta perceções de isolamento e fragilidade no cargo.

Além de Costa, outras ausências notadas foram Pedro Sánchez e representantes polacos. No caso espanhol, o Politico sublinha que Madrid “nem sequer teve um convite” para a reunião com Trump, algo atribuído à deterioração da relação entre Sánchez e o ex-presidente norte-americano.

O truque das encomendas misteriosas com QR Code: não caias!Já pensaste que basta teres um smartphone para seres alvo de ...
19/08/2025

O truque das encomendas misteriosas com QR Code: não caias!

Já pensaste que basta teres um smartphone para seres alvo de burlas? Pois é, os esquemas andam por todo o lado, e o mais recente parece saído de um filme: recebes uma encomenda que nunca pediste, com um QR Code lá dentro. Parece inofensivo, mas pode ser o primeiro passo para esvaziar a tua conta bancária. A situação tornou-se tão séria que até o FBI já deixou o alerta.

Como funciona esta nova burla?
Normalmente, um “brushing scam” é simples: vendedores online enviam produtos a pessoas que não os pediram só para depois usarem esses dados em falsas reviews positivas. Chato? Sim. Mas agora a coisa escalou.

O novo truque vem dentro dessas embalagens: um QR Code aparentemente inocente. Os burlões contam com a curiosidade natural das pessoas quem não iria querer saber de onde veio aquela encomenda misteriosa?

E é aí que começa o problema.
Assim Digitalizas o QR Code para “descobrir mais”.
Sem saberes, dás acesso ao teu telemóvel para instalar malware.

Esse software pode roubar dados, desde cartões de crédito até logins de contas bancárias, plataformas de trading ou até cripto.
Tudo isto sem qualquer barulho, sem sinais visíveis.

O detalhe que chama à atenção nas encomendas com QR Code
Muitos destes pacotes não trazem remetente nem informação clara de quem enviou. E isso não é descuido: é estratégia. Os burlões sabem que, quanto mais mistério, mais provável é que vás atrás da “resposta fácil” escondida no QR Code.

E basta um clique para f**ares exposto.
Como te podes proteger
Se algum dia receberes uma caixa que não pediste, esquece o QR Code. Estas são algumas regras que devias seguir já:

Nunca abras links ou códigos de origem desconhecida.
Desconfia de pacotes sem remetente.
Não instales apps que o telemóvel peça logo após leres códigos desconhecidos.
Verif**a regularmente os movimentos da tua conta bancária e ativa alertas por SMS ou push.
Se achas que já foste vítima, muda imediatamente passwords e pede relatório às agências de crédito.

O risco é real
Parece exagero? Não é. Já houve casos em que os criminosos conseguiram entrar em contas bancárias inteiras só com este truque. É a combinação perfeita de curiosidade e rotina: um simples gesto de apontar a câmara para o código pode custar-te centenas ou milhares de euros.

Entretanto da próxima vez que receberes uma encomenda inesperada em casa, lembra-te disto: os burlões contam com a tua curiosidade. Assim se não pediste nada, não queiras descobrir a história por trás. Ignora, denuncia, e acima de tudo, não digitalizes o QR Code.

18/08/2025

A cervejaria com 172 anos de existência fechou devido a problemas financeiros.

Uma das cervejarias mais antigas da Baviera sobreviveu a duas guerras mundiais e ao colapso da Cortina de Ferro, mas não à "Geração Z".

Cervejarias alemãs podem desaparecer. A Geração Z não tem paixão pelo álcool. A central cervejeira, que estava a menos de meia hora das antigas fronteiras da Alemanha Oriental, tem enfrentado fortes pressões com os custos, nos últimos anos. Os proprietários decidiram, no verão passado, cessar as operações devido à necessidade de 12 milhões de euros para remodelação dos equipamentos.

“Os cervejeiros têm a capacidade de suportar muitas dificuldades, mas quando as vendas caem [por falta de consumo] e os custos continuam a subir, não há mais espaço para o planeamento a longo prazo”, disse Richard Hope, diretor da empresa familiar que está agora a supervisionar o processo de encerramento.

Pressão económica e mudança de gostos da geração mais nova
Long-Brau (Lang-Bräu) é apenas um exemplo de centenas de cervejeiros alemães que enfrentam pressões financeiras. A inflação, a subida dos preços da energia e a queda do consumo deixaram a indústria cervejeira a enfrentar uma grave crise. Paralelamente a esses fatores, uma transformação cultural também alimentou preocupações: a Geração Z, na Alemanha e em muitos países ocidentais, está menos inclinada a beber álcool. Para muitos jovens nascidos entre 1997 e 2012, beber cerveja deixou de ser um hábito diário, mas tornou-se uma experiência ocasional, mesmo de luxo.

Quando esta geração bebe cerveja, é mais provável que prefiram versões sem álcool.
Redução do consumo e perda de produção; Mais de 800 tipos de cerveja sem álcool são produzidos na Alemanha, mas esta diversidade não conseguiu conter o declínio global do consumo. As estatísticas mostram que o consumo per capita de cerveja na Alemanha saltou de 126 litros em 2000 para 88 litros por ano.
A produção de cerveja caiu para o seu nível mais baixo no primeiro semestre de 2025, com uma queda de 6,3%, informou o escritório de estatísticas alemão.

Holger Eichle, presidente da Associação Alemã de Cervejeiros, afirmou: “Se quero ser honesto, há que aceitar que esta é uma situação preocupante. As condições não são de todo boas. Mesmo aqueles cujo negócio tem vários séculos podem ter de desistir dele”, afirmou.

Tendências Globais e Mudanças Culturais
A abstinência dos jovens face ao álcool não se limita à Alemanha. A mesma tendência pode ser observada em toda a Europa e nos EUA. São citadas várias razões para esta mudança: a redução do poder de compra dos jovens, a prevalência de estilos de vida saudáveis e uma maior sensibilização para os perigos do consumo de álcool.

“É claro para a nossa geração que o álcool é prejudicial ao corpo”, diz a estudante alemã Carla Schäubler.
Além do mais, as altas calorias da cerveja não são consistentes com as preocupações da nova geração. Muitos personal trainers e influenciadores desportivos alertam nas redes sociais para os efeitos negativos do álcool na queima de gordura e no crescimento muscular.

Encerramento de instalações e redirecionamento da produção
Segundo as estatísticas, cerca de 52 cervejarias encerraram na Alemanha entre 2023 e 2024; o maior declínio em três décadas.
As fábricas que se mantiveram ativas estão a mudar de rumo para a produção de compostos mais leves, como cervejas mistas com refrigerantes (Radler) e refrigerantes de fruta. Nos anúncios das estações ferroviárias e nos anúncios televisivos, está agora a ser promovido o consumo de cerveja sem álcool, algo antes impensável num país com a sua famosa celebração da Oktoberfest e a lei de pureza da cerveja com 500 anos.

O rápido crescimento das cervejas sem álcool
Embora 90% das cervejas vendidas na Alemanha sejam alcoólicas, a produção de cerveja sem álcool quase duplicou na última década. Peter Lem, porta-voz da Krumbacher, uma das maiores cervejeiras da Alemanha, afirmou: “Não achamos que a nossa cerveja principal, que é alcoólica, terá muito crescimento no futuro. A trajetória de crescimento é definitivamente nas cervejas com baixo teor alcoólico ou sem álcool”, disse.

Desafios para as pequenas fábricas de cerveja artesanal
A produção de versões sem álcool não é demasiado difícil para as grandes fábricas, pois podem produzir cerveja plenamente e depois levar o álcool numa fase separada. No entanto, este processo é muito oneroso e requer equipamento industrial dispendioso.
“O equipamento necessário para isso custaria cerca de um milhão de euros, algo que está fora do poder das pequenas fábricas”, afirmou Thomas Becker, professor da universidade de Munique.

Por causa disso, muitos produtores mais pequenos param o processo de fermentação mais cedo. O resultado é normalmente uma bebida mais doce que difere do sabor original.

Além disso, o mercado da cerveja sem álcool está agora muito saturado e as pequenas cervejarias enfrentam muitas dificuldades para competir com grandes marcas que têm capacidades de produção rápidas e extensos registos comerciais.

Para fábricas como a Lang-Bräu, que têm vindo a enfrentar a diminuição das vendas há anos, esses contratempos podem ser fatais. A fábrica nunca tentou produzir cerveja sem álcool e Richard Hope acredita que mesmo que o fizessem, não teria feito a diferença.

Sotto Brümmer / Jornalista

Reflexão Clínica Sobre o Novo Riquismo NacionalComo psicólogo, estou habituado a interpretar sinais. A mente humana rara...
18/08/2025

Reflexão Clínica Sobre o Novo Riquismo Nacional

Como psicólogo, estou habituado a interpretar sinais. A mente humana raramente esconde aquilo que sente necessidade de gritar. Porém, confesso que poucas vezes me deparei com um caso tão clínico do desalinhamento entre saldo bancário e maturidade psicológica. Chocou-me, sim, a imagem que vi. Não pelo luxo que ostenta, mas pelo que revela: uma alma que nunca acompanhou a conta.

O que mais me inquieta não é a previsível excentricidade do protagonista, mas a docilidade com que a imprensa, que se julga séria, vende o pouco que lhe resta de rigor por “tuta e meia” à estética do novo-riquismo. Sim, falo do jornal Expresso, que embrulha em papel couché um homem cuja única sofisticação são as etiquetas costuradas no casaco. Para agravar a farsa, algum jornalista achou apropriado compará-lo a Elon Musk. Meu Deus… comparar Rebordosa a Marte não é apenas insólito; é um sintoma. Um sintoma grave de provincianismo cultural.

Dito isto, partilho esta reflexão para o leitor do The Opinion Makers, se situar no contexto clínico que me inspirou. Vamos mergulhar na análise deste curioso fenómeno comportamental, encarnado na figura de Celso Laskasas.

Celso Laskasas: A Ostentação Como Estratégia de Sobrevivência Psicológica

Na minha prática, já observei padrões fascinantes: indivíduos que ascendem socialmente, mas permanecem prisioneiros das inseguranças da infância. Quando alcançam sucesso material, muitos não procuram apenas conforto; procuram validação. Celso Laskasas é um exemplo acabado deste mecanismo.

Natural de Rebordosa, ergueu-se num setor robusto como a madeira e construiu um império que, segundo o Expresso, fatura 40 milhões de euros por ano. Quarenta milhões! Um número suficientemente redondo para inflar o ego e, ao que parece, a necessidade compulsiva de exibição. Mas, convenhamos, entre faturar milhões e ser Elon Musk existe uma distância cósmica. Para a percorrer, seria necessário dar milhares de voltas à Terra — e, mesmo assim, não sairíamos da órbita do provincianismo.

Musk sonha com Marte. Laskasas, pelo contrário, sonha com mais um reel viral no Instagram, onde possa enquadrar a pulseira de ouro e o carro novo. E não há aqui comparação possível: Musk desafia leis da física; Laskasas desafia a paciência de quem o observa.

Este comportamento não é aleatório. Trata-se de um padrão clássico: o novo-rico em estado puro. A psicologia descreve-o como um indivíduo que, tendo sido privado do objeto de desejo, ao conquistá-lo, desenvolve uma necessidade incontrolável de mostrá-lo. Por isso, só os pobres falam tanto de dinheiro. Só quem o nunca teve sente urgência em exibi-lo.

A Síndrome da Primeira Nota
É um fenómeno que chamo de síndrome da primeira nota de 20 euros: mesmo quando acumulam milhões, o coração continua a palpitar como naquele dia em que receberam o primeiro ordenado. Cada compra é uma catarse; cada exibição, um grito de afirmação. Laskasas vive para isso: para que todos vejam, comentem, invejem.

Dir-me-ão: “Mas ele dá emprego a muita gente, dinamiza a economia local.” É verdade. Porém, também é verdade que por cada posto de trabalho há uma fotografia nas redes sociais com o Rolex estrategicamente posicionado, um story com champanhe a borbulhar no copo e, claro, a inevitável imagem do Porsche estacionado. Tudo isto é a estética do excesso aplicada à psicologia da carência.

O que salta à vista, para quem analisa, é que a escalada material não trouxe evolução simbólica. Continua refém da régua da aldeia. Continua a medir-se pelos vizinhos — só que agora a régua é feita de carbono e custou 300 mil euros. O sucesso, para Celso, não é criar, inovar, transformar. É exibir. É ostentar. É gritar ao mundo que agora manda ele.

O Herói Trágico do Provincianismo
Não nos enganemos: este não é um caso isolado. É um sintoma coletivo. Portugal tem uma longa história de confundir ter com ser. Crescemos num país pequeno, de horizontes curtos, onde a aparência vence a substância. Laskasas é, nesse sentido, um herói trágico: encarna o sonho nacional de ser grande, nem que seja apenas no café da vila.

Mas deixemos de romantizar. Este exibicionismo não é apenas ridículo; é cansativo. Porque quem realmente é grande não precisa de gritar. Não precisa de fotografar cada conquista com a urgência de um adolescente que comprou os primeiros ténis de marca. A verdadeira grandeza é silenciosa. Musk não mostra chaves; mostra foguetes a aterrar sozinhos. Gates não exibe relógios; exibe fundações filantrópicas. Bezos não tira selfies no stand; tira fotografias do espaço.

Laskasas, por sua vez, mostra notas, carros, viagens — tudo com a intensidade dramática de quem acredita que o mundo gira em torno da sua garagem. É o provincianismo com orçamento ilimitado, um arraial com luzes de Las Vegas. Enquanto ele se entretém a contar seguidores, eu limito-me a contar sintomas.

A Patologia do Status
O que incomoda não é que Laskasas tenha dinheiro; é que o transforme em espetáculo. É que confunda riqueza com relevância, cifrões com cérebro, luxo com liderança. O que separa um milionário de um visionário não são zeros na conta; é a visão. E essa, lamento informar, não se compra — nem em Rebordosa, nem em Milão.

Celso pode dar mil voltas à Terra, pode comprar mais mil carros, pode inundar o Instagram com champanhe e notas de 500. Mas nunca será Musk. Não por falta de dinheiro, mas por falta de altitude mental. Porque a diferença não está na fatura; está na ideia. Musk sonha com Marte; Laskasas sonha com mais um story viral. Musk constrói o futuro; Laskasas constrói sofás. Nada contra sofás, mas não nos vendam a ilusão de que são a mesma coisa.

Diagnóstico Final
No fim, sobra uma lição simples: há pobres que, mesmo com milhões, nunca deixam de ser pobres. Pobres de espírito, pobres de visão, pobres de mundo. Celso Laskasas é o rei desses pobres: um monarca coroado por cifrões, mas com um trono feito de selfies.

Fotografia retirada do site do jornal Expresso
Alfonso Soares Nobre
Psicólogo Clínico

17/08/2025

"VAMOS EMBORA", disse a ministra quando ia a ser confrontada com o que se está a passar nos incêndios

Decisão de não responder a perguntas surge no mesmo dia em que a Proteção Civil admitiu falhas num sistema crucial para os bombeiros (e não só). E há "muita coisa por explicar", está a ser "demasiado mau".

A declaração ao país da ministra da Administração Interna deste domingo durou menos de cinco minutos. Nela, Maria Lúcia Amaral comunicou que o Governo entendeu estender por mais 48 horas a situação de alerta face ao agravar dos incêndios - que já consumiram mais de 170 mil hectares e que, durante os últimos dias, levaram à morte de pelo menos duas pessoas, além de terem provocado destruição e consumido habitações e explorações agrícolas. No final, os jornalistas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tentaram fazer perguntas à ministra, mas a Maria Lúcia Amaral recusou-se a responder. "Vamos embora", disse - e depois foi mesmo.

A decisão do Ministério da Administração Interna de não responder às perguntas dos jornalistas surge no mesmo dia em que a Proteção Civil admitiu falhas no sistema SIRESP, a rede de comunicações do Estado para comando e coordenação de comunicações em situações de emergência. Um problema que tem sido recorrente de cada vez que o país enfrenta uma crise - aconteceu, por exemplo durante o apagão geral de abril deste ano - e que levou o comandante dos bombeiros Luís Martins a descrever o assunto desta forma à CNN Portugal: "A rede de SIRESP muitas vezes falha e todos os anos falamos disto. É mais do mesmo, é de lamentar que uma das ferramentas importantes dos bombeiros não esteja disponível para o combate."

Não houve, no entanto, qualquer referência da parte da ministra ao SIRESP, sistema o Governo pretende substituir - depois de em julho ter anunciado uma prorrogação de um estudo técnico com "o objetivo de encontrar uma solução que assegure um sistema de comunicações robusto, fiável, resiliente, tecnologicamente adequado e plenamente interoperável". De resto, as explicações dadas pela ministra abordaram também os fatores naturais que têm prejudicado o combate operacional aos incêndios, como o "agravamento dos ventos" e o "fumo intenso".

O comandante Jorge Mendes refere à CNN Portugal que há "muita coisa ainda por explicar". "Sabemos neste momento que há bombeiros parados à espera de indicações para combater incêndios. Há zonas de combate que estão sem rede de comunicação. Há um certo desnorte em algumas zonas. Depois de isto tudo ter terminado, espero que as pessoas responsáveis façam uma avaliação e retirem consequências. Isto é demasiado mau, temos Sabugal completamente rodeado de chamas, temos Seia com o mesmo problema. Alguém terá de tirar as suas consequências."

A comunicação da ministra foi feita ao país num momento particularmente difícil no combate às chamas no Sabugal, onde quatro aviões Canadair deram este domingo apoio no incêndio que afeta o concelho raiano da Guarda desde sexta-feira, o que acabou por evitar que as chamas atingissem a aldeia de Rapoula do Côa, que esteve cercada. Os fogos, no entanto, continuam em polos opostos - o que tem dificultado a resposta das autoridades.

Também em Seia, a frente que nasceu em Teixeira passou as Pedras Lavradas, no Parque Natural da Serra da Estrela, e progride “com grande violência” na direção da freguesia da Erada, na Covilhã. Foi também neste município que foi registada a segunda vítima mortal desta vaga de incêndios: tratou-se de um bombeiro que morreu num acidente de viação enquanto se deslocava para um incêndio no Fundão. Em comunicado, a Proteção Civil indicou que o acidente ocorreu pelas 19:10 e que existiram ainda “quatro bombeiros feridos, que estavam a ser resgatados/assistidos pelas equipas de emergência no local”.

Já em Pampilhosa da Serra, a situação tornou-se mais dramática nas últimas horas, com o presidente do município a explicar que o vento "mudou", avançou a "grande velocidade" e que o fogo ficou "completamente descontrolado". “Neste momento a dimensão está de tal maneira... está de tal maneira descontrolado que já não há carros suficientes até para proteger as povoações”, avisou o autarca.

A situação mantém-se portanto "desfavorável" - nas palavras do Ministério da Administração Interna - dois dias depois de Portugal ter pedido ajuda europeia para responder aos incêndios. O Governo acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil na sexta-feira após ter rejeitado, num primeiro momento, essa possibilidade. A 7 de agosto, o MAI justif**ava que o país não precisava de ajuda externa por ter meios suficientes para responder ao avançar dos fogos. "Ainda não chegámos, felizmente, e esperamos e contamos não ter de chegar, à verif**ação de que já não somos capazes de debelar um problema com os nossos próprios meios", referia, na altura, a ministra.

Essa decisão criticada pela oposição. No início do mês, o Chega disse que iria questionar o Governo sobre o atraso na ativação do mecanismo e o PS garantiu na altura que o apoio deveria ter sido pedido antes de forma a pré-posicionar meios aéreos para o combate aos incêndios. "O tempo deu-me razão", disse este domingo José Luís Carneiro à CNN Portugal, acrescentando que "há falhas graves de coordenação e essa coordenação precisa urgentemente de um comando político".

Henrique Magalhães Claudino
Jornalista

GRANDE REPORTGEM: Grupo de ucranianos em Portugal produz drones para alimentar a linha da frente na UcrâniaMoram em Port...
17/08/2025

GRANDE REPORTGEM: Grupo de ucranianos em Portugal produz drones para alimentar a linha da frente na Ucrânia

Moram em Portugal e, com a ajuda de portugueses, estão a criar uma rede de solidariedade, que constrói drones FPV que voam diretamente para a resistência ucraniana na linha da frente.

Havia algum secretismo. A localização muda constantemente e só é enviada por mensagem privada um dia antes, porque os russos continuam atentos. Desta vez, o encontro foi na sala de um edifício discreto, perdido nos arredores de Lisboa. Nas paredes, as bandeiras da Ucrânia e do Regimento Phoenix ofereciam pistas sobre o que estava por vir. O espaço, transformado numa autêntica oficina, viria a ganhar vida com pequenas nuvens de fumo, barulhos mecânicos e o som de várias línguas misturadas no ar. Cerca de duas dezenas de pessoas compunham o espaço, a maioria ucranianos que vivem na capital e arredores, mas também alguns portugueses que responderam ao apelo. Iam construir e aprender a pilotar drones FPV, para serem enviados para a linha da frente na Ucrânia. Mas apenas a olho nu, porque o que está prestes a acontecer é muito mais do que isso.

Ninguém pode tirar fotografias às caras de quem está a participar na DroneAid Lisbon, essa é uma das principais regras de segurança. Para a comunidade ucraniana em Portugal, nem sempre a distância da linha da frente é sinónimo de estar a salvo da ameaça russa. Ainda os voluntários estavam a tentar organizar uma das primeiras edições do evento, quando as informações sobre o projeto começaram a circular em grupos da comunidade russa em Portugal. "No Telegram, começaram a publicar imagens das nossas stories, descobriram as nossas caras, as nossas matrículas e sugeriram que deviam incendiar o local", recorda Andrii, um web developer ucraniano que ajuda a coordenar a iniciativa. Alguns chegaram mesmo a receber ameaças nas suas contas privadas das redes sociais. Foi o suficiente para o grupo mudar a forma de fazer as coisas e deixar de revelar a localização dos eventos.

No interior da sala, há cadeiras para todos e mesas meticulosamente preparadas com todos os equipamentos necessários para transformar um amontoado de peças num drone FPV de 25 centímetros, capaz de voar longas distâncias a alta altitude, durante 15 a 20 minutos, e a uma velocidade que pode atingir os 200 quilómetros por hora. As oito aeronaves que aqui vão ser m***adas vão para duas unidades: seis rumam para a região de Sumy, para o 66.º Batalhão de Defesa Territorial, e os outros dois vão para o 138.º Batalhão de Defesa Territorial, que combate no eixo de Mariupol, em Donetsk. Se estas unidades vão utilizar os drones que aqui vão ser construídos para reconhecimento, intercepção ou ataque, ninguém sabe, a decisão é de quem está no terreno. "O volume de drones que a Ucrânia precisa é de loucos. Não é justo sermos nós a escolher o que é certo e errado. Eles [os militares] podem abater drones, levar água ou atingir inimigos que os vieram matar no território do seu país", defende Andrii.

Todos partilham esta visão, desde os voluntários aos organizadores. "Não tenho qualquer problema ético em ajudar a causa ucraniana", explica Hugo, um voluntário de 48 anos, enquanto faz scan do QR Code para abrir o manual de construção do drone. No workshop da DroneAid Lisbon, os voluntários como ele pagam 360 euros por um kit de drone FPV, que pode ser dividido por um grupo de até três pessoas, aprendem a soldar e pilotar em simuladores, guiados minuciosamente por ucranianos. Não é a primeira vez que Hugo participa neste evento, nem a primeira que m***a um drone. No passado, construiu drones com americanos, franceses, lituanos e brasileiros. Só que desta vez o voluntário português foi motivado pelo apelo urgente da unidade militar que tentava travar a mais recente invasão russa em Sumy, doando 800 euros para três drones. "Senti que o incentivo para ajudar era forte", admite.

Nas várias estações de trabalho, portugueses e ucranianos estão prontos para transformar as peças que são postas à sua frente em máquinas de resistência ucranianas. Quando as portas da sala fecham, o workshop começa com uma apresentação em inglês, que introduz a equipa e explica os passos do dia. "A Ucrânia não tem o luxo de ter tempo a perder", lamenta Olya, uma ativista ucraniana que pertence à organização da DroneAid e também trabalha no setor tecnológico. Mas o processo de m***agem só começa quando a sala estremece com o grito patriótico ucraniano, proferido com a convicção de quem sabe que o seu país luta pela sobrevivência: "Slava Ukraini! Heroyam slava! Slava natsii! Smert voroham!" (Glória à Ucrânia! Glória aos Heróis! Glória à Nação! Morte aos inimigos!).

Este grito enche a sala de vida. Toda a gente coloca os olhos nas mesas e nos manuais e começa a m***ar cuidadosamente o esqueleto daquilo que vai ser um drone. "Parecemos colegas de universidade, numa aula de laboratório", descreve Hugo com um sorriso na cara, enquanto vai separando os componentes do drone, sob o olhar de Sasha, o "génio técnico" responsável por ajudar os voluntários. Ao contrário de outros projetos de solidariedade à causa ucraniana, aqui os participantes sentem o alívio de poder ver, m***ar e saber exatamente para onde vai a sua ajuda. "Não são aqueles financiamentos em que nós não sabemos quem é que recebeu, são muito transparentes", garante Hugo.

Apesar de parecer uma pequena empresa tecnológica com processos tão bem oleados que parecem desafiar a natureza voluntária, a DroneAid Lisbon não é feita para fazer qualquer lucro. O preço cobrado aos voluntários serve para pagar o kit do drone FPV com câmara e bateria, as ferramentas e a comida típica ucraniana que é disponibilizada durante os eventos. Todas as longas de trabalho de organização, promoção da iniciativa através das redes sociais, apoio técnico na m***agem e preparação dos espaços é feito de borla pelos organizadores, de forma voluntária. Para participar, os voluntários têm de entrar em contacto com o grupo no Instagram. "Não tínhamos experiência de organizar eventos, mas automatizamos processos como faço no meu trabalho: é como uma pequena startup movida por paixão", diz Iryna, uma product manager ucraniana que se mudou para Portugal dez dias antes da invasão russa e a quem a restante equipa da DroneAid Lisbon dá o crédito de orquestrar detalhadamente a estrutura do projeto, que acontece todos os meses.

Ira, como lhe chamam a família e os amigos, não é estranha à defesa da causa ucraniana - o tridente do brasão de armas da Ucrânia que carrega orgulhosamente ao pescoço não a deixa mentir. Os olhos dela também não, quando os desvia ao recordar-se do pai. À semelhança de muitos outros homens ucranianos, o pai de Ira correu para um centro de alistamento logo após a invasão russa. Durante um ano e meio serviu no exército ucraniano, apesar de já não ter idade para o fazer. "Eu sei precisamente o que se sente quando um familiar próximo ou um amigo estão na guerra, respeito muito o seu sacrifício", diz em voz baixa. Durante três anos, manteve-se ativa, seguia as notícias, fazia doações e participava em eventos, mas nada disso lhe parecia bastar. "Senti sempre que não era suficiente. Mas com este projeto é diferente, sinto que não estou a contribuir apenas financeira e moralmente, mas sim com alguma coisa que eu faço com as minhas próprias mãos", confessa.

Entre os ucranianos que participam no DroneAid Lisbon, existe uma forte sensação de que este não é um projeto de solidariedade como os outros. Estas pessoas não se conheciam, mas a guerra juntou-os. Quase todos já viviam em Portugal antes de Vladimir Putin ter dado a ordem que mudou as suas vidas para sempre. Ao longe, lidaram como puderam com esses primeiros dias que pareciam um pesadelo. Uns "com muitos calmantes", outros a tentarem salvar a sanidade ao ajudar os outros. Foram a eventos de apoio, disseminaram notícias e lutam para que "a injustiça que se está a passar" não caia em esquecimento. Quase todos doam dinheiro, alguns metade do seu salário, outros "apenas" um quarto. Mas nem isso chega. Há sempre uma sensação "de que não é suficiente".

Andrii emociona-se ao recordar esses primeiros dias onde "o moral foi quebrado". Ele também vai a dezenas de eventos de apoio à Ucrânia, segura a bandeira e canta o hino até as lágrimas aparecerem. Tal como os outros, também doa dinheiro. Tal como os outros, isso nunca parecia ser suficiente. Mas algo mudou com o início deste projeto, que é muito mais do que ensinar pessoas a m***ar drones FPV. "Para mim, foi terapêutico", admite. E não está sozinho. Para todas estas pessoas, que vivem com o sufoco de saber diariamente aquilo que as suas famílias e os seus amigos atravessam, este projeto é uma forma de os transportar para a linha da frente e ajudar a travar os russos, apesar dos milhares de quilómetros de distância.

Ainda assim, para alguns, continua a não chegar. Foi o que aconteceu com um dos organizadores originais. Para ele, estar a mais de três mil quilómetros a construir drones, doar dinheiro, ir a eventos e mobilizar a comunidade deixou de ser suficiente. Não resistiu mais, voou em direção à Ucrânia e alistou-se no exército. Ele e a sua unidade vão ser um dos próximos grupos ajudados pela DroneAid Lisbon. "Ele já construía drones há um ano e meio e ajudou-nos a começar esta iniciativa, mas para ele não foi suficiente. Quando me ligou, soube logo do que se tratava", conta Olya, com emoção, ao recordar o amigo que agora está de frente para a ameaça russa, numa cidade no Donbass.

Olya e Ricardo, o seu companheiro, sabem bem do que a Rússia é capaz. Com cada vez mais frequência, a rotina do casal começa com o sufoco de ler as notícias ao acordar, descobrir que a Rússia voltou a disparar indiscriminadamente centenas de drones contra alvos civis e enviar mensagem a toda a família e amigos para descobrir se estão bem. A Rússia envia cada vez mais drones de longo alcance e cada vez mais civis perdem a vida na Ucrânia. No mês de julho, todos os recordes foram batidos. Quando a revolução chegou à Ucrânia, em 2013, eles estavam nas ruas em Kyiv. Os dois observaram com atenção aquilo de que o Kremlin é capaz quando a Crimeia e a cidade natal de Olya, Donetsk, foram capturadas pelos "pequenos homens verdes" de Putin. "Foi muito difícil viver esses momentos. Foi a inação do Ocidente perante esse evento que permitiu que os russos fizessem o que estão a fazer agora", recorda Ricardo com algum desânimo, enquanto observa um dos drones que está a acabar de ser m***ado.

O casal vive com a mesma determinação de Yana Rudenko, uma jovem ucraniana de 26 anos, cuja visão veio a dar origem ao DroneAid Colletive. A estudante universitária estava na cidade de Bucha quando os soldados russos entraram pelo seu país adentro. Como muitas pessoas, foi levada para uma cave, onde pôde testemunhar os horrores de que os russos são capazes contra a população civil que dizem ser "um povo irmão". Rudenko conseguiu escapar e refugiou-se nos Países Baixos. Mas recusou-se a f**ar parada: criou o modelo para esta iniciativa sem fins lucrativos que envia drones para a frente de batalha e já se expandiu para países como Portugal, onde ganha forma em Lisboa e no Porto.

Nas mesas da sala, em Lisboa, oito drones estão numerados e praticamente prontos. Todos os voluntários soldaram os circuitos com sucesso. Enquanto isso, alguns participantes experimentam o simulador de voo, descobrindo que, afinal, controlar estas aeronaves é muito mais difícil do que os vídeos na internet fazem crer. O controlo parece o de uma consola de videojogos normal, mas a sensibilidade obriga o comando a estar numa superfície muito estável. É fácil perder o controlo da aeronave e destruir permanentemente o drone, por isso, quem os pilota passa por muitas horas de simulador. Sasha, que já trabalha com drones há anos, testa cada um dos sistemas dos drones, ligando-os ao seu portátil para ajudar todas as configurações do drone e calibrar os seus sensores - como as hélices e a câmara. "Estes são bons drones interceptores" para a Ucrânia, diz Sasha, que acredita que estes dispositivos, que combinam várias tecnologias, podem ser muito úteis para Portugal, especialmente em situações de emergência como foi o blackout.

Os voluntários portugueses concordam. Esta tecnologia vai estar cada vez mais presente e Portugal tem muito a ganhar em expandir o ensino desta tecnologia a um número cada vez maior de pessoas. "Pode-se criar equipamentos para alertar a população sobre a proximidade de incêndios ou para levar ajuda a pessoas isoladas pelas cheias", sugere Hugo, enquanto aguarda para que o seu drone acabe de ser programado. A ideia era f**ar com "essa capacidade instalada na juventude", que poderia responder em caso de socorro. Para os criadores da DroneAid Lisbon, um dos objetivos é precisamente esse: transmitir conhecimento aos portugueses e ao mesmo tempo apoiar o esforço na linha da frente. "Os portugueses sabem o que é ter um país maior junto à sua fronteira, a tentar conquistá-lo e dominá-lo. Queremos que os portugueses tenham consciência desta tecnologia que vai ser amplamente utilizada", defende Olya.

À medida que o tempo passa, um a um, os drones perdem as suas hélices e são ordeiramente colocados dentro de uma caixa. Cada máquina carrega as suas histórias para a frente: a revolta de Ricardo, a esperança de Olya, a solidariedade de Hugo, a paixão de Iryna.

São apenas oito, que se vão juntar aos 30 que este grupo já enviou. Eles sabem que é pouco, numa guerra que consome dezenas de milhares de drones todos os meses. Mas para quem os recebe, lá na linha da frente, estes oito drones são bem mais do que isso, são a certeza de que não lutam em vão. É um dos raros momentos de comunhão em que, por instantes, o esforço e o sacrifício das pessoas que estão em segurança na retaguarda sai em defesa daqueles que têm as suas vidas suspensas no interior de uma trincheira na vanguarda. "Às vezes duvidava um pouco de mim e sentia que não estava a fazer o suficiente, mas este projeto está a dar-me alguma paz de espírito", admite Iryna com um sorriso tão grande que, por instantes, o peso da guerra deixou de existir.

João Guerreiro Rodrigues
Jornalista

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Belém

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UNITED PHOTO PRESS MAGAZINE 30 ANOS DE INFORMAÇÃO, ARTE E CULTURA 1990 . 2020

Hoje em dia toda a gente dá a sua opinião acerca de tudo e mais alguma coisa: criminalidade, economia, política, desporto, saúde, educação, etc... É importante que assim seja, vivemos aparentemente num mundo globalizado, livre e democrático e faz bem expressarmos-nos, desde que não passemos dos limites e ,de alguma maneira, invadir o espaço e a privacidade dos outros. Mas se a categoria desporto é muito abrangente e aceitável a discussão dos jogos, das performances dos atletas, dos árbitros, o mesmo já não se pode dizer de economia pura e de regras do mercado liberal. No entanto, com esta crise económica era interessante ver e ouvir a pessoas nas ruas, nos cafés, no metro, no trabalho, a opinar sobre a alavacagem do bancos, o crédito mal parado, as taxas que deviam descer, as empresas que iam fechar, desemprego e todas as consequências que advinham desta catástrofe financeira. Pessoas das mais variadas classes sociais, idades e profissões acabam por "discutir" temas que, se não fosse a comunicação social, os comentadores nas televisões, jornais e rádios, passariam completamente ao lado. Daí a importância da comunicação social, da mensagem que é transmitida ao público e que pode provocar comportamentos não desejáveis em tempos de crise. Por exemplo: se houvesse um alarmismo excessivo, poderia provocar uma corrida aos bancos por parte das pessoas para "levantar" o seu dinheiro com "pânico" de o perder para sempre. Por outro lado, se a notícia for transmitida de forma optimista demais, pode provocar displicência no público, não tomando medidas necessárias para precaver o seu endividamento excessivo ou investimentos de risco. Por isto tudo, exige-se bons comentadores, especialistas nas áreas que são abordadas. No mais recente caso foi a economia, mas também noutras que sejam relevantes para o momento informativo, psicologia, criminalidade, sociologia, etc.., e ,sempre que possível, dos diferentes quadrantes partidários, de modo a garantir um pluralismo informativo com diferentes perspectivas.

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