08/12/2025
Quando olho para esta fotografia, volto aos bailes da minha aldeia, naquele Alentejo simples e bonito onde a vida corria devagar. A banda improvisada em cima de tábuas, a poeira do chão a levantar-se com cada passo de dança, as raparigas envergonhadas, os rapazes a ganhar coragem, e as crianças sempre à volta, curiosas, à espera de crescer para também dançar.
Era assim o nosso mundo: música feita com as mãos e com o coração, casas de taipa a guardar segredos, e um povo que sabia celebrar a vida com pouco, mas com uma alegria imensa. São memórias que o tempo não apaga, lembranças que nos aquecem a alma e nos fazem sentir saudade do que fomos e do que construímos juntos.