Groselha-espim

Groselha-espim O nosso compromisso é criar sabores autênticos com matérias-primas de excelência.👩‍🍳😋 Fazemos envios para todo o pais.

O Assistente Mais Doce do Mundo faz 14 anos hoje! Pela foto não parece, mas já está mais alto que a mãe... 🤱👼🤴
24/05/2025

O Assistente Mais Doce do Mundo faz 14 anos hoje! Pela foto não parece, mas já está mais alto que a mãe... 🤱👼🤴

Nas últimas semanas tenho-me dedicado ao Dolce Fare Niente... de Niente! Aqui na Groselha-espim não tenho feito nadinha,...
20/04/2025

Nas últimas semanas tenho-me dedicado ao Dolce Fare Niente... de Niente! Aqui na Groselha-espim não tenho feito nadinha, já no que se refere ao serviço de escola "andei pr'ali numa empreitada"... (os mais próximos sabem) 👩‍🏫

Como é Dia de Páscoa, não podia faltar a partilha do costume. A publicação já tem 9 anos, mas serve-me sempre de mote para vos desejar um Feliz Dia. 🐣

Entretanto, vou ali procrastinar mais um pouco... 😴

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– Maaaaaias! Maaaaaias! Maias! – gritava a canalha toda quando o Compasso saía. Éramos bem mais de 30 miúdos, todos expectantes. Quando não nos “davam as Maias”, ficávamos revoltados e, antes de seguirmos os Homens da Cruz, retrucávamos:
– Mamai-as! Mamai-as!

Ó Tempo, não digo que voltes para trás, mas que bom seria que certas tradições não se perdessem… O meu filho tem agora quase 5 anos e na aldeia dos meus pais contam-se pelos dedos de uma mão os piquenos que têm a sua idade. Ele nunca virá a perceber o quanto éramos felizes no Dia de Páscoa…

As visitas do Compasso são semelhantes em quase todo o nosso país, mas na aldeia dos meus pais, ou pelo menos na Paróquia de Carrazedo de Montenegro, eram diferentes: eram uma verdadeira festa para as crianças (e até para alguns mais taludos!). Enquanto o Padre Barroso foi vivo, esta tradição cumpria-se (mais do que) religiosamente, ou não trouxesse ele consigo uma data de laranjas para consumir durante mais de 2 meses e amealhasse uma bela quantia (sim, que ele gostava muito da “Folhinha de Alface”, como chamava à nota de 20$ no peditório da missa).

Eu nasci em 75 e da minha idade havia uma criança em quase todas as casas da aldeia. Como era comum aos domingos, e principalmente no Dia de Páscoa, a minha mãe vestia-me sempre a roupa mais nova e bonita. Lembro-me de andar de saia xadrez, plissada a partir da anca, e com collants brancos de malha grossa, bem quentinhos (rais’parta, quem inventou a lycra voile?!).

A Bênção das Casas começava num extremo da aldeia e a tradição mandava que, assim que o Compasso saísse de cada casa, a miudagem gritasse, reclamando Maias. Depois, os donos aproximavam-se das janelas ou varandas e lançavam pelos ares presentes para a canalha apanhar no chão. Era a pura da loucura!
A grande maioria atirava rebuçados e frutos secos (castanhas, amêndoas e avelãs), mas havia muitos que ofereciam laranjas e moedas de menor valor. Nesse dia conseguíamos arrecadar várias dezenas de rebuçados Mata-Ratos e até alguns rebuçados espanhóis, como chamávamos aos maiores que tinham apenas uma ponta. Os Mata-Ratos eram uns rebuçados pequeninos cujo papel tinha a cara de dois miúdos e, nas pontas, uma espécie de flores-asteriscos. Chamavam-se “Catraios” e os papéis tinham várias cores (azul, verde, vermelho, amarelo), acho que consoante o seu sabor.

Chegávamos a rebolar pelo chão. Havia também uma data de marmanjos que assistiam à bulha: inicialmente como se nada fosse com eles, mas quando lançavam laranjas ou moedas, num instante se metiam ao barulho. A maioria conseguia apanhar as laranjas no ar e acabavam por cair sobre a pequenada. Nunca vi ninguém queixar-se! Tá a andar! Podem é imaginar como ficavam os meus lindos collants ao final do dia, já para não falar das nódoas negras por mais de uma semana.

Havia despiques para ver quem arrecadava mais Maias no seu s**o plástico. Claro que, no meio da miudagem, havia sempre um ou outro chico-esperto… Naquela confusão tínhamos de estar muito atentos porque havia sempre um artola, munido de uma navalhita pequena, daquelas de capar grilhos, para furar o nosso s**o e apoderar-se das nossas safras!

Quando ofereciam frutos secos era um desconsolo. Avelãs, vá que não vá, mas amêndoas e castanhas todos nós tínhamos em casa! Além disso, as amêndoas davam trabalho a partir e rilhar castanhas (que “roer” em Trás-os-Montes é coisa só dos ratos) fazia ganhar piolhos (dizia-se), por isso, rejeitávamo-las e ficavam pelo chão.

Naquela época, as laranjas tinham, para nós transmontanos, um valor especial pois eram frutos muito pouco comuns na nossa zona fria. Por isso, imagino eu, que se colocava uma laranja sob uma nota num prato para oferecer ao pároco.

No final do dia, como éramos Meninos de Cidade de segunda a sexta-feira, na viagem de regresso a Chaves, eu e o meu irmão fazíamos o inventário do material dos nossos s**os (e não havia lugar a partilhas!). Tínhamos um Mini Morris vermelho (lindo!) e chegávamos a fazer montinhos de rebuçados em cima do tampo da mala traseira. No s**o, trazíamos sempre algumas moedas pretas, mas apanhar uma de “dois e quinhentos” era um verdadeiro triunfo!

A nossa felicidade era, verdadeiramente, indescritível! Nascemos numa família humilde, os meus pais nunca nos compravam rebuçados, chicletes ou guloseimas, e aqueles Mata-Ratos sabiam-nos pela vida! Melhores, só mesmo os rebuçados que os nossos tios nos traziam de França nas férias do Verão (ena… agora lembrei-me dos Ovos Kinder, que ainda não havia em Portugal, e daquele chocolate preto da marca Poulain, que tinham um desenho de um cavalo… salivei!).

Durante vários anos íamos sempre Beijar a Cruz a casa da nossa tia Leontina, afamada costureira, pois a nossa casa ainda estava em construção e morávamos num anexo que não tinha sequer condição de “Casa”. Assim que o compasso se aproximava da casa da Tina (que tratávamos por “tu”), esgueirávamo-nos escadas acima e perfilávamo-nos na sala de jantar. O padre entrava, acompanhado de uns pares de homens (um que pegava na nota, outro carregava as laranjas, um a cruz e os outros faziam sei lá mais o quê), e proferia uma frase que acabava em “Aleluia! Aleluia!” (confesso, sofro de Amnésia Religiosa!).

Assim que os homens viravam as costas, num instante, nós também descíamos as escadas. Em baixo, reclamávamos as Maias da nossa tia, junto de toda a miudagem. Da janela, ela atirava os rebuçados e (querida!) fazia sempre pontaria na nossa direcção. Como podem imaginar, aquilo mais parecia uma cena de rugbi, com a criançada toda em cima das nossas orelhas.

Quando cheguei aos meus 12 anos, a minha mãe começou a resmungar comigo, dizendo que “ficava mal uma menina grande andar naqueles preparos”. Ai, que maldade! Hoje, sinto que me roubou das coisas mais lindas da minha infância com essa estupidez. Agora que escrevo este texto, penso que afinal os marmanjos que andavam sempre à nossa volta, não se rebolavam connosco no chão para disputar Mata-Ratos pelo mesmo motivo parvo!

Poucos anos mais tarde, o Padre Barroso faleceu e o Padre José Maria, actual Pároco da freguesia, não era “tão apreciador de laranjas” como o seu antecessor… E a Visita da Cruz começou a ser feita por elementos da aldeia.

Actualmente, o Compasso continua a entrar em todas as casas e na nossa também. Continuamos a colocar a laranja e a nota no prato e a minha mãe compra, religiosamente, um s**o de rebuçados… Mas já não se fazem Mata-Ratos! Agora são mais chiques, são daqueles rebuçados moles, tipo SUGUS (como os que os meus tios traziam de França!).
Na rua, já não está um bando de miúdos aos gritos, apenas uns 3-4, acompanhados de adultos zelosos. Pior: além de haver poucas crianças, parece, estupidamente, que pedir as Maias é coisa apenas dos mais pobres… A minha mãe não vai à janela, desce as escadas, com o s**o de rebuçados já aberto, onde ela própria mete a mão para os repartir por toda a gente, pequenos e grandes…

Raios! Eu nunca vou experimentar a deliciosa sensação de atirar rebuçados da janela aos miúdos! Ó Tempo, volta para trás, que eu prometo poupar todas as moedas pretas durante, pelo menos, 3 meses!

O meu assistente está de férias desde sexta-feira e eu, a operacional ao serviço, depois do batelão de reuniões, entrei ...
09/04/2025

O meu assistente está de férias desde sexta-feira e eu, a operacional ao serviço, depois do batelão de reuniões, entrei hoje em descanso. 👩‍🏫
Começou a interrupção letiva, regresso à carga no dia 22/04, até lá, a ver se tenho inspiração para me dedicar a este cantinho. 😩

Pareço ausente, mas não. Este ano o trabalho de escola multiplicou-se, com novos níveis de lecionação. A minha obra está ainda em licenciamento e, já deitei abaixo as paredes e fiz tudo que estava ao meu alcance nesta fase, ando "queta"! 🚧

Hoje partilho convosco a nossa maravilhosa Ginjinha, o tal Xanax que mais apetece nestes dias finais, antes da interrupç...
02/04/2025

Hoje partilho convosco a nossa maravilhosa Ginjinha, o tal Xanax que mais apetece nestes dias finais, antes da interrupção lectiva! 🤒🤯

📣 As nossas Almofadas Térmicas de Caroços de Cereja estão de volta!🍒🥳Sofre com aquela dor horrível na cervical?! Aquece ...
29/03/2025

📣 As nossas Almofadas Térmicas de Caroços de Cereja estão de volta!🍒🥳

Sofre com aquela dor horrível na cervical?! Aquece a nossa almofada 1min no microondas e coloca-a sobre a zona dorida, para termoterapia. 😌

É só um exemplo da sua utilização. Verá que, quando tiver a sua, vai querer tê-la sempre por perto!

Já se encontra para venda no nosso website, por 17.50€. Saiba mais sobre este artigo no link que partilhamos nos comentários. 👌

Aviso: vamos ter novidades muito em breve! 🥳Um artigo que estava esgotado há muito, já está em stock. Andámos a trabalha...
27/03/2025

Aviso: vamos ter novidades muito em breve! 🥳

Um artigo que estava esgotado há muito, já está em stock. Andámos a trabalhar bastante nas últimas semanas para que isso acontecesse e, finalmente, hoje demos um passo de gigante. 🙏💜

F**a a dica: não é Doce de Cereja, que ainda não estamos no tempo delas, mas está perto... O que é, o que é?! 🤔

Está por aí algum fã do nosso Doce de Alperce e Lima?! 😋
22/03/2025

Está por aí algum fã do nosso Doce de Alperce e Lima?! 😋

Encontrei várias fotos de 2021 aqui numa pasta do PC. São tão lindas que têm mesmo de ser revividas de novo.Foram captad...
21/03/2025

Encontrei várias fotos de 2021 aqui numa pasta do PC. São tão lindas que têm mesmo de ser revividas de novo.

Foram captadas pela óptica de Thomaz Sardinha 🙏 (estou à procura da sua página aqui no FB e não encontro 😕)

Em breve, teremos novidades fantásticas. Um produto esgotado há muito vai entrar novamente na calha... 😉

Geleia de Maçã, tinha de ser! Já que fizemos tantos chutneys com maçã reineta, não podíamos deitar fora as cascas. 😉Em P...
16/03/2025

Geleia de Maçã, tinha de ser! Já que fizemos tantos chutneys com maçã reineta, não podíamos deitar fora as cascas. 😉

Em Portugal a Geleia de Marmelo é rainha, apenas, e só, porque as pessoas teimam em ser conservadoras. Além da cor bonita, a textura desta geleia é perfeita e quem prova, aprova!👌

Com esta fotografia fechamos o ciclo de re-stock pós natalício. Contamos de trazer novidades doces com a chegada das cerejas. Ou seja, em Maio. 🍒🍒

Chutney de Maçã e Tâmaras com Caril (de Madras). Uma combinação improvável que vai bem com quase tudo! 😋Experimente conf...
15/03/2025

Chutney de Maçã e Tâmaras com Caril (de Madras). Uma combinação improvável que vai bem com quase tudo! 😋

Experimente confeccionar uma Alheira em cama de Grelos e adicionar uma camada deste chutney à composição... 🤤👌

Chutney de Maçã e Frutas Secas. 😋Contém alperce, sultanas brancas e arandos secos, entre muitos outros ingredientes próp...
14/03/2025

Chutney de Maçã e Frutas Secas. 😋
Contém alperce, sultanas brancas e arandos secos, entre muitos outros ingredientes próprios destes agridoces. É uma excelente escolha para iniciantes nestes novos paladares. 👌

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A nossa história

Sobre mim

Chamo-me Arménia Rua e nasci em Chaves não há muitos anos. Vivi no Caneiro, na freguesia da Madalena, onde passei a minha meninice e adolescência. Sou flaviense de alma e coração e guardo muitas e boas recordações desta mui nobre cidade.

Os meus pais são naturais da Silva e Campo d'Égua, aldeias do concelho de Valpaços, onde possuem algumas propriedades de cultivo. Desde sempre me lembro de chegar a sexta-feira, de arrumar a trouxa e ir passar o fim-de-semana à aldeia. De tenra idade comecei a ajudar os meus pais em todo o tipo de serviço da lavoura.

Quis o destino que aos 18 anos ingressasse na Universidade do Minho para frequentar o curso de Matemática e Ciências da Computação. Licenciei-me e por aqui fiquei, na Cidade dos Arcebispos. Trabalhei alguns anos como analista programadora até que decidi voltar aos estudos e formar-me em Informática - Ramo Educacional. Atualmente, sou professora do Grupo de Informática no Ensino Básico e Secundário.