07/08/2025
Presidente da Câmara das Caldas garante boa saúde financeira da autarquia
A situação financeira da Câmara das Caldas da Rainha voltou a ser assunto na reunião da Assembleia Municipal de 29 de julho, com o presidente Vitor Marques a garantir que é estável e melhor do que nos mandatos anteriores em diversos itens, como as dívidas a fornecedores e empréstimos bancários.
Vitor Marques informou que as dívidas a fornecedores, contas-correntes e fornecedores de imobilizado em 2024 foram de 856 mil euros, sendo em 2023 de 560 mil, em 2022 de 969 mil e em 2021 de 560 mil. No entanto, houve nos 25 anos anteriores alturas em que esse valor chegou a ser muito maior, chegando até aos 6,9 milhões de euros.
Em relação a empréstimos bancários, em 2024 o valor era de 2,3 milhões de euros e no ano anterior de 2,9 milhões de euros. Nos executivos anteriores também os empréstimos eram maiores, chegando a ser de seis milhões.
Sobre os resultados negativos dos últimos dois anos, também salientou que nos 25 anos anteriores houve outros défices e até de maior valor.
O autarca voltou a explicar que os resultados negativos mais recentes se devem às amortizações, como é o caso do processo da concessão da E-Redes (que deveria ter sido incluído nas contas da Câmara em 2006).
Por outro lado, o edil caldense salientou que os valores dos orçamentos são quase o dobro do que eram há 25 anos (eram de 25 milhões e chegam agora aos 50 milhões de euros).
Lembrou que houve quem dissesse que tinham deixado os “cofres cheios”, mas o saldo transitado em 2024 (8,1 milhões de euros) é muito superior ao que acontecia normalmente nos executivos liderados pelo PSD.
O assunto veio à baila depois do presidente da Junta de Freguesia de A-dos-Francos, Paulo Sousa, ter lamentado algumas situações em que considera ter havido falta de respeito na discussão política. “Basta de fazer política com truques, preferir mentiras e dizer meias verdades”, comentou.
Paulo Sousa referiu que sempre que aparece uma publicação nas redes sociais em relação a algum candidato “surgem logo comentários pejorativos e de ódio para quem tem cargos desta natureza”.
Entende que a campanha eleitoral deve ser feita pela positiva “apresentando as nossas propostas e esmiuçando as propostas dos restantes candidatos”.
António Curado (Vamos Mudar) concordou com esta intervenção e reforçou-a, dizendo que “há manipulação dos media e intoxicação da opinião pública”.
O socialista Jaime Neto afirmou que as redes sociais “não são o palco correto para a intervenção política porque têm algoritmos que não controlamos e depois descambam para o insulto”.
O presidente da Câmara admitiu que na reunião anterior se tinha “excedido um pouco na forma como fiz a minha intervenção, por não ser habitual em mim” e considera que todos devem refletir sobre os excessos que possam ser cometidos na discussão política.
No entanto, aproveitou para comentar que achava descabido que fossem feitos comentários sobre a possibilidade de a Câmara estar falida.
O deputado Paulo Espírito Santo (PSD) interveio sobre este assunto dizendo que aquilo tem sido afirmado é que houve dois anos de resultados negativos e isso não é falso. “O que se diz é o que está nos documentos que nos chegam”, afirmou.
O social-democrata desafiou o presidente da Câmara para também comparar as obras feitas nestes últimos quatro anos e nos executivos anteriores.