Subsolo_livros

Subsolo_livros projeto editorial experimental

Momentos da apresentação do disco PSICOSE, feito a partir do livro de poesia homónimo de P. Novo (SUBSOLO, 2023), na Fei...
27/07/2025

Momentos da apresentação do disco PSICOSE, feito a partir do livro de poesia homónimo de P. Novo (SUBSOLO, 2023), na Feira do Livro de Coimbra.

Fotografias: Sal Nunkachov

Nota Editorial por Lia CachimGÁS é o resultado das sessões de escrita  , promovidas pelo projeto editorial experimental ...
16/07/2025

Nota Editorial por Lia Cachim

GÁS é o resultado das sessões de escrita , promovidas pelo projeto editorial experimental Subsolo. A segunda edição do juntou 6 escritoras e 1 escritor em 6 criativas sessões, para que cada um escrevesse uma parte de uma história criada em conjunto, encontros estes que se deram em lugares que considero especiais na cidade de Coimbra – por serem espaços com uma forte ligação à arte e, nomeadamente, à arte da escrita, local e não só. Foram eles: GaleriaSanta Clara, Casa das Artes Bissaya Barreto, Liquidâmbar, Burrito e República do Bota Abaixo.

Este projeto representa um dos grandes desafios do percurso editorial da Subsolo e, consequentemente, do meu, pois é um projeto que faz com que todos os envolvidos se encontrem num caminho de caos, enquanto procuram(os) um equilíbrio que poderá não aparecer. Trabalhar com 7 autores signif**a que o livro está à mercê de 7 criatividades, 7 estilos, 7 rios de influências – assim, a unidade da história f**a comprometida; porém, não é a unidade que este exercício procura explorar, mas sim os seus desvios e prazerosas incoerências. Em Gás, a verdade são 7 verdades, 7 versões de uma verdade dúbia. Podem as leitoras e os leitores escolher acreditar numa só versão, em várias, ou mesmo em todas – idealmente em nenhuma.

Deixo o meu maior agradecimento às escritoras e escritor deste grupo: Camila, Bia, Raquel, Chico, Inês, Andréa e Luciana; aos espaços que nos acolheram e às pessoas que os fazem; ao fiel revisor da Subsolo, o Rodrigo; e agradeço-vos também a vocês que lêem esta nota editorial, breve e pouco esclarecedora.

Bem vindas/os a Vila de Frades.

Lia Cachim
Coimbra, março de 2025

[Reservas por mensagem privada, e-mail ou diretamente com as autoras e o autor]

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão VI.: Miguel, por Chico Guazzelli ✂️“5. Pulsão de morte (a carta)Amália. Que ...
14/04/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão VI.: Miguel, por Chico Guazzelli ✂️

“5. Pulsão de morte (a carta)

Amália. Que nome para uma atriz em Portugal. Era feliz a Amália mesmo na Vila de Frades
rodeada de antipatia e desconfiança. Então deixa-te ser feliz Amália. Que eu não sou teu
filho, este está no Brasil e já é grande e saudável. Que por algum motivo ainda nem conheço.

Perdi tudo! Sou um réu, confesso.

Dois apartamentos. Um carro.

A conta chegou. O apelido não valia nada, ou melhor, quase nada. Porque estava vivo.
Certamente que estaria ainda por algum tempo. A páscoa era uma lembrança disso. Voltei aser o Miguel que sempre fui nessa casa. Os outros é que não eram mais os mesmos. A mágoa, a mácula deixada por anos e anos de ser o Miguelito caçula, isso tudo agora f**ava em segundo ou terceiro plano.

As dúvidas e as dívidas são o que importa. E as certezas também, é claro, que se resumiam
quase totalmente à figura ímpar e digna da amada. Que agora estava a enfrentar os leões de Moreno e Cipriano, particularmente a Leonor, que Amália teima em ter como aliada naquela peça de costumes de mau tom. Trouxe ela à própria sorte.

Quem iria dizer que eu choraria após assistir um golo na televisão? Nunca tinha entendido
bem esse instinto básico de torcedor. As coisas de importância, como dinheiro e família é que sempre entendi bem. Quem iria dizer…” [CONTINUA NOS COMENTÁRIOS]

Que a desgraça da minha vida chegasse assim à galope numa próspera e digna vida Moreno Cipriano de Aragão.

🥁 A pré-venda começa com o próximo post. Não percam!

Resultado (fantástico) do exercício de grupo “A vida secreta dos mortos” (como quem diz um Cadáver Esquisito), do worksh...
07/04/2025

Resultado (fantástico) do exercício de grupo “A vida secreta dos mortos” (como quem diz um Cadáver Esquisito), do workshop de poesia de Lia Cachim n’A

“Aqui onde o chão é azul e o céu é verde
como o paladar da tua voz
já sabemos que não é possível sol na eira…
Qual é o meu nome
A luz surgiu na janela
Aqui onde o céu é verde e o chão azul
reflete-se bem o mármore inundado
como que a saltar de pedra em pedra
e um lençol de nevoeiro sobre a montanha
Até que a manhã seguinte venha”

Obrigada a todos.

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão V.: Martim, por Beatriz Ryder ✂️“No dia seguinte a terra formava pequenas po...
17/03/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão V.: Martim, por Beatriz Ryder ✂️

“No dia seguinte a terra formava pequenas poças de lama e o céu ameaçava choro.
Um dia cinzento e sincero, o meu último passado aqui.

Não falámos muito de manhã. Não havia necessidade de falar do que já se tinha
perdido, de tocar na ferida em vez de a deixar sarar. Vestimo-nos numa dança coreografada, cada um a respeitar o tempo do outro. Ponho sempre o desodorizante no final, e enquanto cumpria com esse passo, ele respirava fundo, enchendo os pulmões não de ar, mas de coragem. Para enfrentar o exterior, a vida que decorre do outro lado da porta. Como um cordeiro manso segui-o por trás e fechei levemente a porta.

Foi constrangedor encontrar a Emília na cozinha. Foi constrangedor encontrar os
outros elementos da família em diferentes cantos da casa, um outro tipo de desconforto
gerado pela imprevisibilidade. Todos unidos por sangue e pelo olhar que nos lançavam.
Comemos os cereais, bebemos café. Ficámos cada um no seu telemóvel praticamente sem
rede, uma pausa para ele fumar, outro momento de introspecção. Estava preso à noite de ontem, focado inteiramente no passado.



(CONTINUA NOS COMENTÁRIOS)

🥁 A pré-venda irá começar no final do mês 🥁fiquem desse lado.

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão IV.: Emília, por Camila R. Duarte ✂️“Peguei numa das cestas arrecadadas por ...
25/02/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão IV.: Emília, por Camila R. Duarte ✂️

“Peguei numa das cestas arrecadadas por baixo do lava-louça, na prateleira de baixo. Era pequena, mas bastava, só queria algumas amoras. Aroma? Ãroma? Amor, Ã? Amora?
A relva, novamente moldada aos meus pés no ritmo dos passos lentos. Estava frio; pus-me arrepiada, com os pelos cada vez mais hirtos, a criticar com cansaço os cheiros da manhã húmida. Segurava, bem preso entre os dedos ásperos, tecido suficiente para evitar que o
vestido raspasse no orvalho das folhas no chão. Quão suja estaria eu para julgar sujo o orvalho matinal.

Avistei a cerca. A cerca de cinco centímetros da quase-cauda do meu vestido, uma farpa impede-o de avançar comigo. Um rasgão, diria fatal, no vestido predileto para cerimónias, dias especiais e crises de espírito - antes farpas nos olhos do que no meu rico vestido.
Bati com a cesta na cerca até ela abrir espigões de madeira. Vamos às amoras.

O mato adensou: mais terra batida, mais árvores, mais gafanhotos de pedra em pedra, mais grilos e cigarras audíveis pelo caminho. As folhas desfaziam-se debaixo dos meus pés, com um daqueles barulhos de certa forma crocantes. Apercebia-me, aos poucos, de que rodava a
cabeça como uma galinha, ávida de estímulo. Já não me aguentava no campo, onde nada buzinava, gritava, colidia, caluniava ou doía. Não me sentia formiga, pequena, inútil, perdida; isto enquanto era assolada por uma noção de pertença, finitude fácil, utilidade indeterminada e orientação inata. Eram estranhas. Eu e a noção. Estávamos a conhecer-nos melhor, íamos f**ando íntimas a cada pegada poeirenta que deixava para trás. Quando o nosso encontro foi inter-

-rompido: as amoras. Suspensas das silvas, sobrepostas às fileiras de espinhos. Eram(os) selvagens.“ (excerto retirado do conto)

GÁS sairá em abril. Reservas em breve, com a editora e os autores 🤍

GÁS [as 7 versões de uma história] - versão iii. Luís António, por Raquel Nunes“Quando aqui cheguei, há pouco mais de de...
19/02/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - versão iii. Luís António, por Raquel Nunes

“Quando aqui cheguei, há pouco mais de dez anos, a casa
não respirava e eu já não me lembrava de como usar as mãos para endireitar as coisas ao invés de destruir. Mas ofereci os meus serviços porque ao longo da vida aprendi a fazer de tudo, e principalmente porque eu sabia que me lembraria.

Agora, é pelo estado da casa que percebo a passagem do
tempo – um tempo anterior a mim e que, ainda assim, vai nos alcançar a todos. Não tenho comoção suficiente para enterrar as mãos no solo e refazer tudo mais bonito, até o que não é de brotar, como minha mãe fazia; ou para reparar as rachaduras internas que podem ser sentidas quando caminhamos pelos corredores; nem para disfarçar as menores coisas que ao longe ninguém vê – mas tento, até hoje, dia ou outro, quando acordo com disposição.

- Meninos, tomem cuidado com a loiça!

Mas é tarde demais, as crianças apenas param de correr ao redor da mesa posta da varanda quando o ruído da chávena se partindo em mil nas pedras do chão suspende qualquer agitação em volta.

E então o choro da mais nova quando a mãe briga e depois
se arrepende dizendo que não foi nada. E então os pedidos de desculpas à Dona Luísa pela perda de um pequeno pedaço de herança familiar enquanto ela garante em sorrisos que ainda tem muitas louças antigas para serem usufruídas – quis dizer destruídas. Sou o único a perceber o desconforto que tremula em sua voz.” (excerto retirado do conto)

GÁS terá o seu lançamento em abril. A Páscoa em Vila de Frades aproxima-se.

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão II.: Manuel, por Inez Pegado ✂️“Deitados ao sol, rodeados pela relva alta pe...
10/02/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão II.: Manuel, por Inez Pegado ✂️

“Deitados ao sol, rodeados pela relva alta perto da fonte, a pele de galinha é dissipada. Colocas a mão levemente em cima da minha e entrelaçamos apenas os mindinhos. Sem proferirmos qualquer palavra, deixamo-nos ser engolidos pelo som da água que corre, pelo vento que br**ca com as folhas dos carvalhos, pelo vermelho dos cravos que pintam a nossa paisagem - porque qualquer paisagem que partilhemos é nossa. Deitados ao sol na relva somos apaixonados. E-mí-li-a. A minha fome sacia-se só de proferir o teu nome. As cerejas que comes emprestam uma tonalidade arroxeada aos teus lábios. Deixa-me, por favor, lambê-los. Lamber-te. E-mí-li-a, as nossas vidas foram encruzilhadas em recém-adultos, mas foi para crianças que crescemos. E agora uma criança geramos, o nosso Afonso, tão frágil - como o nosso amor, mas nessa altura não o saberíamos. A-fon-so, 3 sílabas de porcelana e choro. Deitados ao sol os três somos felizes, conscientemente.

Quando perdemos a simplicidade do nosso amor, Emília? Quando é que estarmos deitados na relva se tornou um exercício de terapia? Quero voltar a esquecer-me do casaco no cabide da entrada para que dele me recordes, quero voltar a descascar-te romã para que as mãos não te sujem. Quero-nos apaixonados, ao sol na relva. Mas agora tens de te levantar e deambular, e o sol f**a um pouco menos intenso sem-tigo.“ (excerto retirado do conto)

GÁS sairá em abril. Reservas em breve, com a editora e os autores 🤍

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão I.: Leonor, por Luciana Morais ✂️“A chegada inconfundível. Chão de terra e o...
04/02/2025

GÁS [as 7 versões de uma história] - Versão I.: Leonor, por Luciana Morais ✂️

“A chegada inconfundível. Chão de terra e os pinheiros a saudar novos ares. Caminho que leva aos poéticos arcos romanos que envolvem toda a casa num abraço clássico da arquitetura. Leonor admirava aquele sítio… tanto por ostentar o poder da família quanto por iluminar seus pensamentos com a doçura da herança. Pedro e Catarina desceram do carro a correr encantados por todo o lado. Leonor e João, recebidos com amorosidade, tiveram de insistir com as crianças para que se acalmassem. As pernas presas durante a viagem não queriam obedecer a ninguém. Na varanda, os abraços e a recetividade. Lanche preparado por dona Carmo. Tudo como sempre. Tia Luisinha pediu ao Luís para ajudar com os pertences. Ele já sabia o que fazer. Como sempre. Os quartos, zelosamente preparados, aguardavam pelos parentes que passariam as férias unidos pelo calendário.” (excerto retirado do conto)

GÁS sairá em abril - em breve poderão começar a fazer as vossas reservas. Fiquem atentas/os 👀

GÁS é o próximo livro do projeto editorial Subsolo ✂️Concebido durante os encontros de escrita   (2ª edição) este livro ...
21/01/2025

GÁS é o próximo livro do projeto editorial Subsolo ✂️

Concebido durante os encontros de escrita (2ª edição) este livro conta-nos a história de uma Páscoa estranha em família, em que os factos se misturam com as ilusões. Juntem-se a nós em Vila de Frades.

Autores: Luciana Morais, Inez Pegado, Camila R. Duarte, Raquel Nunes, Beatriz Ryder, Chico Guazzelli, Andréa Zamorano

Edição: Lia Cachim

Revisão: Rodrigo Antas

+ informações brevemente 🤍

A equipa da SUBSOLO (e AZAR) deseja-vos um Natal feliz e consciente.
25/12/2024

A equipa da SUBSOLO (e AZAR) deseja-vos um Natal feliz e consciente.

Entre 23 de agosto e 8 de setembro, todos os caminhos vão dar ao expositor número 13 da Feira do Livro do Porto 🐝 Podem ...
24/08/2024

Entre 23 de agosto e 8 de setembro, todos os caminhos vão dar ao expositor número 13 da Feira do Livro do Porto 🐝 Podem encontrar os títulos disponíveis da SUBSOLO/AZAR junto das restantes preciosidades que a Snob levou até à Invicta.

Um carinho especial para a Filipa Meira, que passeou entre os livros para captar imagens dos nossos 💛

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