
30/09/2025
A Festa das Latas de 2002 ficou marcada pelo ambiente de celebração entre a tradição, a música e a contestação estudantil. Sob o lema "Vem conhecer os 115 anos de Academia", o evento apresentou "um dos mais ecléticos programas de atividades dos últimos anos".
O programa abriu com o Sarau, na noite de quinta-feira, seguindo-se à meia-noite a tradicional Serenata do Caloiro na Via Latina. O ápice voltou a ser o primeiro momento simbólico da integração académica: o baptismo dos caloiros no rio Mondego, transformando a Latada numa "fusão dos mais variados sentimentos e emoções celebradas nas margens do Mondego".
No cartaz musical, marcaram presença nomes internacionais como The Cranberries, Divine Comedy e Orishas, acompanhados por bandas nacionais de peso como Da Weasel, Squeeze Theeze Pleeze, Wray Gunn e o inevitável Q**m Barreiros. Os preços dos bilhetes variaram entre os oito e os 12 euros por dia para estudantes, e entre 12 e 20 euros para não estudantes. O passe-geral tinha o custo de 28 euros.
O prospecto desportivo deu destaque à Secção de Desportos Náutico e à Secção de Xadrez, enquanto a Direção-Geral da AAC promoveu uma campanha de sensibilização contra o consumo excessivo de álcool, lembrando que este "tem vindo a prejudicar gravemente a imagem de festas como estas", nas palavras do então presidente da DG/AAC, Victor Hugo Salgado.
A contestação estudantil também se juntou à festa, com a Magna de 22 de outubro a levantar a voz contra os cortes orçamentais.
E, claro, há sempre o "dia seguinte". Com o consumo de álcool a aumentar durante a semana académica, os estudantes procuram "Voodoo e outras curas para a ressaca". Há truques para todos os gostos: desde comer banana e carne ao pequeno-almoço com leite a acompanhar, passando por esfregar limões debaixo do braço com que pegam no copo ou garrafa, ou até espetar 13 alfinetes de cabeça preta na rolha da garrafa que provocou a ressaca.
Contudo, o melhor remédio continua a ser "beber com moderação para não chegar a casa com a sensação de ter um martelo pneumático a vibrar na cabeça".
Artigo originalmente escrito por Leila Campos, Sandra Dias e João Pedro Marques.