Arquivo da Secção de Jornalismo da AAC

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A Festa das Latas de 2002 ficou marcada pelo ambiente de celebração entre a tradição, a música e a contestação estudanti...
30/09/2025

A Festa das Latas de 2002 ficou marcada pelo ambiente de celebração entre a tradição, a música e a contestação estudantil. Sob o lema "Vem conhecer os 115 anos de Academia", o evento apresentou "um dos mais ecléticos programas de atividades dos últimos anos".
O programa abriu com o Sarau, na noite de quinta-feira, seguindo-se à meia-noite a tradicional Serenata do Caloiro na Via Latina. O ápice voltou a ser o primeiro momento simbólico da integração académica: o baptismo dos caloiros no rio Mondego, transformando a Latada numa "fusão dos mais variados sentimentos e emoções celebradas nas margens do Mondego".
No cartaz musical, marcaram presença nomes internacionais como The Cranberries, Divine Comedy e Orishas, acompanhados por bandas nacionais de peso como Da Weasel, Squeeze Theeze Pleeze, Wray Gunn e o inevitável Q**m Barreiros. Os preços dos bilhetes variaram entre os oito e os 12 euros por dia para estudantes, e entre 12 e 20 euros para não estudantes. O passe-geral tinha o custo de 28 euros.
O prospecto desportivo deu destaque à Secção de Desportos Náutico e à Secção de Xadrez, enquanto a Direção-Geral da AAC promoveu uma campanha de sensibilização contra o consumo excessivo de álcool, lembrando que este "tem vindo a prejudicar gravemente a imagem de festas como estas", nas palavras do então presidente da DG/AAC, Victor Hugo Salgado.
A contestação estudantil também se juntou à festa, com a Magna de 22 de outubro a levantar a voz contra os cortes orçamentais.
E, claro, há sempre o "dia seguinte". Com o consumo de álcool a aumentar durante a semana académica, os estudantes procuram "Voodoo e outras curas para a ressaca". Há truques para todos os gostos: desde comer banana e carne ao pequeno-almoço com leite a acompanhar, passando por esfregar limões debaixo do braço com que pegam no copo ou garrafa, ou até espetar 13 alfinetes de cabeça preta na rolha da garrafa que provocou a ressaca.
Contudo, o melhor remédio continua a ser "beber com moderação para não chegar a casa com a sensação de ter um martelo pneumático a vibrar na cabeça".

Artigo originalmente escrito por Leila Campos, Sandra Dias e João Pedro Marques.

O primeiro episódio “As Tascas” da rubrica “Tás c’os copos” fala sobre os espaços de convívio mais importantes da Academ...
15/09/2025

O primeiro episódio “As Tascas” da rubrica “Tás c’os copos” fala sobre os espaços de convívio mais importantes da Academia. Começamos com as tascas da Alta, o Pratas, casa do “tão formoso traçadinho” (Streecht, 1996), outrora fora “Bar dos Direitos". Foi fundado na década de 30 e em 62, muda o nome para “Pratas”, por causa do Sr. Prata (até 2001, quando cessa actividade). Esta tasca tinha um ambiente académico muito próprio, com um interior decorado com gravatas de ex-estudantes que fizeram rasganço, frases escritas pelas paredes e assinaturas nas mesas. “Aliás, muitos são os antigos universitários que aqui vêm, de vez em quando, matar saudades” (Prata, 1996). Neste artigo há uma caixa de alerta do fim que já se avizinhava a este estabelecimento, devido a razões tais como a degradação do edifício, sendo que foi feita um abaixo-assinado, porém já se previa a grande possibilidade do seu fim.
Seguidamente é falado do quase-centenário Pinto (ainda com o Sr. Pinto vivo). Conta o proprietário que era um espaço onde estudantes iam diariamente fazer as refeições, numa altura onde ainda não havia cantinas, tal como também os trabalhadores do Hospital Velho - o colégio de São Jerónimo - e que agora tornou-se um local de convívio académico
Seguidamente no artigo são falados de várias tascas que já não existem hoje, tais como uma tasca perto da Manutenção Militar, a “Tasca do João Gaspar/Bêcê Santana”, a tasca Romal também - que já à altura do artigo, tinha mais de 50 anos - que tinha a especialidade de vinho de p**a. É falado do “Pátio das Três Tascas” (na Travessa dos Gatos), que incluía o “Jiló/Casa Tica”, onde, além das diversas bebidas aliciativas, era conhecida pelos seus grelhados. Outra era “O Baixinho”, frequentado por moradores das redondezas e uma tasca também típica onde não é mencionado o nome. É falado de outras Tascas defuntas tais como a “Tasquinha do Roque” que existia na Rua das Rãs (porém, foi mencionada a “Tapa”, que existe ainda hoje e provavelmente a mais antiga aqui mencionada) e na Rua Nova , o “Bem Vindo”. Por fim, para acabar num tom mais “vivo”, fala-se do “Moelas” e o “Zé Manel dos Ossos", actualmente mais considerado um restaurante e bar, do que uma tasca.
Artigo originalmente escrito por Ana Cardoso e Carolina Silva.

Em outubro de 1985 a Tribuna de Coimbra procurou e entrevistou os repúblicos da República dos Galifões na sequência do i...
31/08/2025

Em outubro de 1985 a Tribuna de Coimbra procurou e entrevistou os repúblicos da República dos Galifões na sequência do incêndio que deflagrara na madrugada de 16 de agosto do mesmo ano na sua casa, na Couraça dos Apóstolos.
Na madrugada de um aleatório dia de agosto, altura em que por razão das férias estava o edifício vazio, surgia um incêndio que destruiria para lá do limiar da habitabilidade toda a casa e, por consequência, também todo o espólio que eternizava as gerações que por lá haviam passado e que consagrava uma história que contava já com 38 anos.
Os residentes tiveram sempre por consideração tratar-se de um ato criminoso - uma “vingança contra a sua vivência” - recordando que a república, à semelhança de algumas outras, já tinha sido alvo de ameaças anteriores em virtude do posicionamento e atividade política da sua casa que era conhecida no período pós-revolução por “Comuna dos Galifões”.
De facto, tudo parecia suportar essa tese uma vez que a investigação da Polícia Judiciária nunca chegara a afastar a hipótese de fogo posto. A possibilidade do incidente ter sido provocado através de cocktails molotov fora corroborada pela polícia, pelos vizinhos e pelos bombeiros que confirmaram que a hipótese de um curto-circuito - despoletado quer por infortúnio quer por desleixo - era pouco provável uma vez que a instalação elétrica estava em ordem e os dispositivos de segurança não haviam disparado.
O chefe da corporação, ainda assim, admitiu não ser possível determinar as causas com certeza absoluta.
Entre os residentes tais considerações de incerteza em nada atenuaram um forte sentimento de revolta. A convicção de que houve intenção criminosa aparentava ser comprovada a cada passo pela consciência de se terem tomado todas as precauções, pelos fragmentos de vidro partidos em lugares inusitados e pelos relatos de vizinhos sobre barulhos suspeitos.
A revolta foi esfriando em desalento e num processo duro de luto à incomensurável perda material do espaço físico mas também do espaço simbólico da República, lugar de companheirismo, vivência coletiva e resistência estudantil.
Confrontados com a urgência e a magnitude da tarefa que se lhes impunha - a reconstrução e a continuidade do seu modo de vida - os Galifões manifestaram imediata determinação em lutar pela reconstrução do espaço. Sabiam que se trataria de uma tarefa morosa e por esse mesmo motivo tinham bem presente que o que os movia a procurar cumpri-la não poderia ser nunca o usufruto próprio mas, antes, a crença inabalável de que os Galifões constituíam um património de valor inestimável que devia ser preservado para as futuras gerações académicas.
Nesse sentido, inscreveram na fachada enegrecida pelo fumo “Pobres eunucos que sabeis do fogo! O que nos consome insurge-nos à tirania da vossa castração” e prontamente se mobilizaram para começar os esforços de reconstrução.
No rescaldo do incêndio os antigos residentes viram-se obrigados a procurar novo pouso f**ando temporariamente noutras repúblicas ou em casas de amigos.
Embora alguns tenham desistido perante a magnitude do problema, vários resistiram e procuraram reorganizar-se. Certo é que volvida uma década, em 1996, os seus esforços de sensibilização e recolha de fundos materializaram-se no atual edifício da República dos Galifões. De tal modo que de grão a grão fizeram a reconstrução.
Do artigo é ainda imperativo que se saliente a relevância, a persistência e a proficuidade da reflexão, na década de 1980, em de torno da necessidade da criação de um estatuto de Cooperativa de Habitação Estudantil que facilitasse o acesso a melhorias nas condições de habitação e na proteção das repúblicas contra novos ataques - que bem sabiam nem sempre se materializarem apenas em incêndios.

Artigo originalmente escrito por autor desconhecido.

Se Maio é o mês dos cortejos, serenatas, concertos e fitas coloridas a adejar, Agosto é o mês das desgarradas, dos viras...
16/08/2025

Se Maio é o mês dos cortejos, serenatas, concertos e fitas coloridas a adejar, Agosto é o mês das desgarradas, dos viras, zés pereiras e concertinas, da pirotecnia e dos lenços franjados, dos santos populares e seus devotos romeiros.
Quase 16 anos depois do Jornal d’A CABRA estrear nas suas folhas, em letra grande e maiúscula, o tema das “Romarias”, intitulando assim as peregrinações noturnas ao Parque no decorrer da Queima das Fitas, este jornal académico da região das típicas romarias do Espírito Santo, do Senhor da Serra, da Rainha Santa Isabel e imensas outras, traz ao topo da mesa, a 3 de Julho de 2007, a importância das romagens populares.
Em entrevista ao Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC), Adérito Araújo debruça-se sobre estas festas dualísticas, fruto da “apropriação de alguns hábitos e costumes do povo pelo catolicismo, que os sacralizou”, aspirando a aproximação entre o Homem e Deus por intermédio das mil e uma “entidades divinas” — em tempos passados, meros mortais —, portadoras de todos os nomes, todos os feitios, e todas a soluções para quaisquer dos males, enquanto gira em torno do calendário solar e agrícola, das vindimas e colheitas, como forma de assinalar a passagem das estações.
Num mundo em que as diferenças estão cada vez mais esbatidas, “as pessoas cada vez mais procuram a diversidade”, achando-a nas festas populares, sendo estas não só “um momento de socialização e de integração de culturas”, de diversão mas coesão comunitária local, como também um resultado e veículo da preservação da identidade e autenticidade das populações.
Reconhecendo-se que “a globalização já alterou profundamente as festas tradicionais”, é defendida a tese de que “não é isso que as vai matar”, e de que, aliás, essa é a receita para a sua perenidade, verif**ando-se que as romarias “que se têm renovado e rendido a esta nova realidade são as que mais subsistem”.

Artigo Originalmente escrito por Helder Almeida e Sofia Piçarra.

A Universidade de Coimbra abriu este ano uma nova licenciatura e mestrado em Inteligência Artificial e Ciência de Dados....
31/07/2025

A Universidade de Coimbra abriu este ano uma nova licenciatura e mestrado em Inteligência Artificial e Ciência de Dados. Esta nova variável do nosso quotidiano tem-se tornado cada vez mais relevante, no entanto, os seus benefícios e perigos a longo prazo ainda são largamente desconhecidos. Neste contexto, remetemo-nos à Edição 127 do jornal “A Cabra”, que demonstra que este tema já era objeto de estudo há 20 anos.
O Departamento de Engenharia Informática (DEI) liderou iniciativas que procuravam dotar os computadores de capacidades semelhantes às humanas, como a criatividade, a capacidade de resolução de problemas ou o raciocínio lógico. Projetos como o “ReBuilder” — um software criado para ajudar designers a encontrar novas abordagens — ou o “NEVAR”, uma aplicação capaz de gerar trabalhos artísticos, são exemplos dessa aposta precoce no potencial da Inteligência Artificial (IA). Na altura, os investigadores não se limitavam à simples automatização de tarefas: o objetivo era ir mais longe, criando máquinas com uma dimensão criativa.
Segundo Amílcar Cardoso, responsável pelo grupo de Inteligência Artificial do Departamento, pretendia-se «ensinar as máquinas, não só de capacidade de raciocinar, mas também de buscar o que é novo, o que é diferente, de produzir surpresas, mas de qualidade e que não seja uma mera cópia ou réplica de algo já existente».
A IA era vista, então, como uma ciência de duas faces. «Por um lado, …, procura estudar e compreender o fenômeno da inteligência e, por outro, é um ramo da engenharia, na medida em que procura construir instrumentos para apoiar a inteligência humana», explicou o investigador. Esta tecnologia procurava desenvolver sistemas que tivessem capacidades «comparáveis às capacidades do ser humano, no que diz respeito ao raciocínio, conhecimento e até mesmo à forma como se resolvem problemas».
O foco não era apenas académico. Muitos destes projetos já tinham aplicações práticas com impacto direto na sociedade. Um dos exemplos era o “Data Mining” — ou mineração de dados —, que permitia descobrir padrões “escondidos” em grandes volumes de informação, como vendas, marketing ou dados financeiros.A aposta em redes de grande capacidade computacional permitiu avanços em áreas como a música, a arquitetura e outras formas de criação artística, em que as máquinas já começavam a demonstrar alguma autonomia. «Tendo partido das grandes características intrínsecas dos computadores, que possam ter uma grande velocidade de processamento», afirmou o investigador, «é natural que a capacidade de cálculo disponível para toda a humanidade seja cada vez maior e que essa capacidade seja colocada ao serviço da humanidade e não para outros fins negativos, nomeadamente a guerra».
A projeção da Inteligência Artificial estendia-se ainda a objetos do quotidiano, como pequenos aparelhos móveis. Amílcar Cardoso previa que as aplicações da IA viriam a ter impacto «nos pequenos aparelhos que andam connosco, nomeadamente PDA’s (Assistente Digital Pessoal), peças de roupa e acessórios», antecipando a integração da inteligência computacional em dispositivos móveis e vestíveis, anos antes da sua popularização.
No entanto, apesar do potencial tecnológico, o panorama da investigação em Portugal era, já então, marcado por dificuldades. Amílcar Cardoso não escondia o desalento face ao contexto nacional: «É complicado comparar a produção científ**a de um país que tem muito pouco apoio e investimento na investigação em geral, com a produção de países que investem seriamente nestas áreas».
Ainda assim, reconhecia que havia sinais positivos, com investigadores portugueses a destacar-se no cenário europeu: «Portugal tem-se integrado muito bem em redes europeias». A previsão era clara: a IA viria a transformar profundamente a sociedade. Para o investigador, seria inevitável que sistemas inteligentes passassem a tomar decisões autónomas e a resolver problemas com base em grandes volumes de dados. «De repente, estes têm autonomia para tomarem decisões para irem à procura de dados de que necessitam para resolver certos imprevistos».
Hoje, vinte anos depois, muito do que se antecipava no DEI começa a fazer parte do nosso dia a dia — da criação artística às decisões automatizadas —, confirmando que a Inteligência Artificial, mais do que um conceito futurista, já era há muito um campo de ação realista.

O fim do ano letivo traz consigo a reflexão do que fazer durante o período estival. Nesse sentido, remetemo-nos à Edição...
15/07/2025

O fim do ano letivo traz consigo a reflexão do que fazer durante o período estival. Nesse sentido, remetemo-nos à Edição 201 do Jornal Universitário «A Cabra», onde se contrastou a realização de estágios de curta duração e os empregos de verão. Os artigos «Pôr o curso em prática no Verão» e «Trabalhar para pagar os estudos», redigidos por Filipa Faria, João Miranda e João Ribeiro, a 7 de julho de 2009, demonstram o contraste, as motivações e as condições das possíveis ocupações de verão de diversos estudantes da Universidade de Coimbra. Os estágios de curta duração permitem, segundo Fernanda Pereira, coordenadora das Saídas Profissionais, «uma oportunidade para os estudantes de trabalharem numa organização e entrarem em contacto com a cultura organizativa», emitindo-se, ainda, um certif**ado de «Suplemento ao Diploma pela universidade», sendo, por isso, uma «mais valia a nível curricular». Já os empregos de verão, «surgem como resposta não só a necessidades financeiras mas também como meio de apreender certos hábitos de trabalho, contribuindo para uma valorização curricular». Várias são as motivações apresentadas pelos estudantes que recorreram ao trabalho de verão em «cafés e restaurantes». Destacam-se o alcance de independência financeira e a incapacidade de acarretar os custos dos seus estudos superiores. Paralelamente, as más condições laborais, a falta de higiene e os baixos salários são apontados como aspetos negativos deste tipo de lavor.

À luz da recente polémica da proposta da dinamização do Chá Dançante, Ceia dos Boémios e do Baile de Gala no Departament...
01/07/2025

À luz da recente polémica da proposta da dinamização do Chá Dançante, Ceia dos Boémios e do Baile de Gala no Departamento de Arquitetura (DARQ) pela Comissão Organizadora da Queima das Fitas (COQF) e das sequelas da tempestade Martinho, ocorrida em março em 2025, em que caiu o teto, o Arquivo da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra (SJ/AAC) recorda uma luta edif**ante dos estudantes de Arquitetura.
Num ambiente de descontentamento estudantil generalizado, a 26 de abril de 2001, os estudantes do DARQ barricaram-se devido à falta de condições e à precariedade do edifício durante 24 horas. Admitindo que sair à rua e fazer "barulho" não tem sido uma forma ef**az de luta, a «Barricada do DARQ» tratava-se de um protesto original baseado no lock-on e no convívio.
Reivindicando, acima de tudo, a necessidade de mais espaço e equipamento, o ambiente no interior do DARQ foi de grande animação. Entre as 11 e as 18 horas, os protestantes ocuparam-se com a exibição de filmes, debates entre os professores e os alunos, ioga, entre outras atividades.
Ao fim da tarde abriram os portões à comunicação social e também ao reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Belo. Não obstante ter algum conhecimento da situação, o reitor mostrou-se surpreendido pelo elevado nível de degradação do claustro e o perigo eminente da queda do telhado. Ao passo que adiantou dois planos: intervenção imediata para que não haja nenhum acidente e reestruturação do edifício. As atividades prolongaram-se até às 10 da manhã do dia seguinte e, na altura em que se abriram os portões, perdurou a dúvida: «O protesto terminou aqui?».

Artigo originalmente escrito por Silvia Matos

Para a publicação de hoje, recordamos uma antiga rubrica do Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA: a CABRA DA PESTE....
15/06/2025

Para a publicação de hoje, recordamos uma antiga rubrica do Jornal Universitário de Coimbra - A CABRA: a CABRA DA PESTE.
Esta crónica ocorreu desde final de 2022 até meados de 2024, conhecendo dois autores: Pedro Mendes e Duarte Nunes.
A “CABRA DA PESTE” tinha como objetivo realizar uma sátira iconográf**a e, por isso, criticava, por exemplo, a desvalorização da Cultura, os Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra, a Queima das Fitas, as condições do edifício-sede da Associação Académica de Coimbra e a falta de presença feminina enquanto Dirigentes da Academia.
A "CABRA DA PESTE" marcou presença em oito edições, f**a a conhecer quais!

A má gestão generalizada, os favoritismos entre associados, secções e estruturas da Casa, as suspeitas de corrupção e o ...
29/05/2025

A má gestão generalizada, os favoritismos entre associados, secções e estruturas da Casa, as suspeitas de corrupção e o distanciamento progressivo e acentuado da comunidade estudantil eram, em maio de 1994, algumas das críticas apontadas à Comissão Organizadora da Queima das Fitas.
O privilégio de interesses comerciais em detrimento dos reais interesses dos estudantes não era, à data, um problema recente. “Má gestão, favoritismos, corrupção e arrogância foram adjectivos que, ano após ano, serviram para qualif**ar os elementos e o trabalho das sucessivas Comissões Organizadoras Da Queima das Fitas”. Era generalizado o reconhecimento do agravamento do mesmo e da consequente desvirtuação da Queima das Fitas.
O desagrado da comunidade era potencializado, precisamente, por esta tendência de elitização do acesso às celebrações. Especialmente dadas as exigências da Academia num momento em que os estudantes demonstraram, a cada passo, a solidariedade e vontade de participar sob uma mesma bandeira, na contestação estudantil na luta contra a propina dos anos 90 que se pautava, precisamente, pela não-elitização do ensino superior.
Mais, a arrogância e desorganização das comissões agravara-se nos últimos anos - afastando colaborações externas, inclusive de secções da própria casa - e não havia qualquer evidência que essas questões fossem retif**adas.
Não que não tivessem havido esforços: já em 1992 começara a mobilização, por parte de um grupo de veteranos, na tentativa de devolver a festa à Academia, tendo-se autoproclamado a “Comissão Fiscalizadora da Queima das Fitas”. No entanto, a tentativa acabou por se provar, rapidamente, infrutífera.
De tal modo que, em 1994, a situação atinge o ponto de ebulição quando apenas cerca de 20 das 36 secções da associação foram consideradas “inúteis” para a Queima e, como tal, viram os bilhetes gerais tradicionalmente atribuídos aos seus presidentes serem-lhes negados. Posteriormente, na pegada de reações anteriores, os responsáveis atribuíram o erro ao desconhecimento de alguns elementos da Comissão.
Questionado sobre o assunto, Fernando Gama, Dux Veteranorum à data, afirmara: “Não somos a Santa Casa da Misericórdia, essa sim é que dá coisas de graça.”
Artigo originalmente escrito por Teresa Gomes

Em 2007, o Processo de Bolonha continuava a desenvolver o Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES), com a Conferência Mi...
26/05/2025

Em 2007, o Processo de Bolonha continuava a desenvolver o Espaço Europeu do Ensino Superior (EEES), com a Conferência Ministerial de Londres a marcar um passo importante. Visando um espaço assente no reconhecimento mútuo de graus e outras qualif**ações do ensino superior, a transparência numa estrutura de três ciclos e a cooperação europeia na garantia da qualidade do ensino, a redução dos cursos universitários impactou signif**ativamente a logística do ciclo comemorativo académico e o Código de Praxe de Coimbra. Sujeito à alteração da data da sua realização, o Cortejo dos Quartanistas “vai deixar de se efectuar à terça-feira e, passará, provavelmente, para o fim-de-semana”, explicou o Dux Veteranorum vigente, João Luís Jesus. Dado que o estudante atinge o grau de fitado a partir do momento em que vai no carro, a antecipação do cortejo serviu para que as outras atividades fossem realizadas. Explica o Dux que “eventos como a Venda da Pasta, a Garraiada e o Chá Dançante têm de passar, obrigatoriamente, para depois do cortejo”. Ao passo que a Benção das Pastas e a Récita dos Quintanistas foram remarcadas para depois da Queima “para que as pessoas possam assinar as respectivas fitas”. Relativamente à alteração do Código da Praxe, esta foi acompanhada por um grupo de trabalho para “analisar as implicações que as mudanças dos cursos para dois ciclos podem ter em termos das hierarquias da praxe e em todos os eventos praxísticos que existem ao longo do ano. Além deste grupo, foi lançado o apelo a “[que] todo e qualquer estudante pode e deve entregar propostas”. Segundo João Luís, “todos os títulos iniciais e finais se vão manter, nomeadamente o caloiro, semi-p**o, o p**o e o veterano”. Quanto aos graus de quartanista e quintanista, vão desaparecer porque “já não fazem sentido”. No entanto, através de consultas a antigos códigos, novos títulos serão criados, principalmente para o segundo. Dado que a alteração do Código da Praxe “é algo que vai interferir com a estrutura da Queima das Fitas”, o Dux e Conselho de Veteranos procurou discuti-la com a Associação Académica de Coimbra e o reitor da Universidade de Coimbra, já que “sempre que houver alterações que impliquem algo, além da parte praxista, as entidades que tenham interesse no assunto vão ser consultadas”. Artigo originalmente escrito por Cláudia Teixeira.

Uma vez que nos encontramos em épocas de eleições na academia, recuamos até ao inverno de 1997, que foi marcado pelos fr...
15/05/2025

Uma vez que nos encontramos em épocas de eleições na academia, recuamos até ao inverno de 1997, que foi marcado pelos frios resultados das eleições para a Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra.
O jornal A Cabra reportava a vitória inequívoca da Lista X – com cerca de 38% de vantagem sobre a lista adversária. No entanto, o elemento mais revelador foi a taxa de abstenção: 76% dos estudantes optaram por não exercer o direito de voto.
O resultado eleitoral expõe, até aos olhares mais desatentos, o fenómeno preocupante da desmobilização do corpo estudantil face à vida associativa. Como se lê no artigo, “a Lista X ganhou sem precisar de apresentar nada que justif**asse a vitória”, o que põe à luz a passividade instalada e a ausência de um debate democrático signif**ativo.
Este caso é um espelho do nosso tempo: tempo este em que o exercício do voto se torna, paradoxalmente, um ato excepcional.
Tal como há 28 anos, hoje, igualmente, debatemos a necessidade de reconfigurar o espaço público e de restabelecer a vitalidade democrática. A democracia, como é comummente aceite, não se esgota num ato eleitoral – mas começa por ele.
“É muito mau que cerca de 80% da Academia esteja completamente alheada da vida associativa”

Artigo escrito por autor desconhecido

A primeira vez que se celebrou democraticamente o primeiro de maio foi em 1974. Cinquenta e um anos depois, ainda se cel...
08/05/2025

A primeira vez que se celebrou democraticamente o primeiro de maio foi em 1974. Cinquenta e um anos depois, ainda se celebra e manifesta por melhores condições laborais. Hoje, recuamos até ao ano de 2005.
A 9 de junho de 2005, o Governo aprovou em Assembleia da República uma alteração «do quadro legal dos Estágios do Ramo de Formação Educacional», no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento, que estava prevista entrar em vigor no próximo ano letivo. Estimava-se que a lei afetasse cerca de quatro mil estagiários.
Face à alteração realizada, congregaram-se diversas associações académicas e de estudantes, criando em conjunto vários grupos de trabalhos, de modo a solicitar um audiência com o Presidente da República, Jorge Sampaio; a elaborar uma carta aberta à ministra da Educação, Maria Lurdes Rodrigues; e para assegurar a circulação de um abaixo-assinado de cariz nacional. Com intuito de defender a dignidade e qualidade da formação de professores, os estudantes protestaram em defesa da remuneração dos estágios e contestaram o «facto dos professores estagiários deixarem de ter turmas para leccionar».
A medida «afecta sobretudo os estudantes que frequentam as licenciaturas de ensino e cursos, do ramo educacional, das áreas das Humanidades, Ciências e Desporto». João Pena, estudante da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, declara ao jornal que a lei conduz «a uma degradação da formação».

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Coimbra
3000

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