Jornal O Ponney

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TAMBÉM VAMOS ESTAR DE FÉRIAS!A redação de O Ponney vai estar, com todos os nossos colaboradores, a g***r o período de fé...
01/08/2025

TAMBÉM VAMOS ESTAR DE FÉRIAS!

A redação de O Ponney vai estar, com todos os nossos colaboradores, a g***r o período de férias de Verão. Nada mal na nossa perspetiva. Porém desejamos que, os nossos leitores, façam um prolongado “ohohohohohohohoh!”

Afinal, cada um de nós (a colaborar ou não com o nosso querido jornal) gosta que tenham saudade nossas. Mostra como cada um de nós é importante. Por isso vamos regressar na última semana de Agosto. No dia 29 de Agosto voltamos a publicar. Também necessitamos de tempo para afiarmos a pena de maneira a voltarmos à escrita com maior vontade e mais ideias.

Na realidade, vamos estar sempre a pensar em diversas maneiras de fazermos um melhor jornal, mas como não vamos estar condicionados pelo tempo a executar o que pensamos...estamos de férias!

Não sei se passa o mesmo convosco, mas eu sinto que cada vez mais há esta sensação que temos que pedir desculpa por termos férias. Cada vez oiço mais algo como: «- Desculpem, mas vamos estar de férias...» O que é uma pena. Pois cada vez mais há pessoas a pedirem desculpa pelas férias. Perdemos a noção que as férias são a melhor maneira para recuperarmos a vontade de trabalhar. Pois é essa a motivação que deve ser mais forte, do que a apenas a necessidade de termos meios de sobrevivência. O que nos demonstra que é mais uma fantasia do que uma realidade essa de entendermos o trabalho como maneira para sobrevivermos.

Sem exigirmos nada aos nossos leitores e abrindo as nossas notícias sem a “selva” de anúncios que nos atrapalham a leitura, damos conta de uma boa medida política da Câmara de Coimbra. Iniciamos os nossos destaques com o artigo «17 APARTAMENTOS NA ALTA DE COIMBRA A CUSTOS CONTROLADOS» criar casas sociais dentro da zona histórica é uma medida muito boa deste executivo. Contamos tudo, sem bajulação ao poder.

Poder que muitas vezes cede a outros interesses e que tem vergonha de o explicitar. Como é o caso das faltas, falhas, nas e das políticas ambientais. Neste caso não se tratam dos crimes contra grandes árvores urbanas. O artigo que apresentamos tem o título «CONTRADIÇÕES NAS POLÍTICAS DE SUSTENTABILIDADE EM COIMBRA».

A par com medidas controversas, causam, também, incêndios de polémicas a falta de saber comunicar. Usar a transparência é estar muito acima de tornarem públicas as reuniões municipais. Esta falta de comunicação com a população é transversal às políticas a nível nacional. O artigo que apresentamos tem o título «COMUNICAÇÃO DEFICIENTE DA CÂMARA DE COIMBRA».

Mesmo a países que se dizem preocupados com a sustentabilidade do planeta descobrimos uma enorme hipocrisia, onde o discurso é contraditório com as ações. Para uma melhor reflexão apresentamos o artigo «HIPOCRISIA NA SUSTENTABILIDADE DO PLANETA».

Terminamos os artigos de destaque com o artigo «GERAÇÃO “BOOMERS” CADA VEZ MAIS AFLITA!» escrito pela nossa colaboradora incansável, Rosário Portugal, que analisa as dificuldades que oferecem os governos às famílias da chamada geração “Boomers”. Um artigo com dados para refletirmos.

Nos artigos de opinião, iniciamos com mais um artigo da nossa incansável Manuela Jones. Desta vez traz-nos mais uma recordação de alguém que não pode ser esquecido na pequena História das personagens de Coimbra. Não era doutorada e «acreditando que a educação era um luxo que não podiam permitir-se.» como escreve Manuela sobre a lembrança de «CREMILDE DA PIEDADE FERNANDES- A “AMANDA” DE SANTA CLARA». lembrando uma vítima da hipocrisia de grandes personalidades de Coimbra.

Maria Júlia traz-nos um artigo de opinião...quase otimista. «SÓ BOAS NOTÍCIAS...COMO AS FÉRIAS!» levam-nos num rodado de saias. Um artigo que roda entre a filosofia e o dia-a-dia.

Depois num registo de maior dureza do que se observa no dia-a-dia, Rosário Portugal, com a sua escrita a tinta realista traz-nos a sua opinião considerando que «HÁ FÉRIAS “FÊMEAS” E FÉRIAS “MACHO”». Vale a pena conhecer a sua visão.

Na continuidade de desmascarar o que se passa com a comunicação social, escorraçada pelo poder, José Viana, traz-nos «O DESPLANTE (VERGONHA) DAS AUTARQUIAS E DOS SEUS REPRESENTANTES». Uma visão que devemos entender.

Outros artigos estão espalhados pelo nosso pequeno jornal, mas sem os anúncios irritantes.

Boas férias a todos e até sexta-feira dia 29 de Agosto, se não nos perdermos numa ilha e por lá fiquemos todos sem internet.

José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney

CREMILDE DA PIEDADE FERNANDES - A “AMANDA” DE SANTA CLARAEm Santa Clara, as memórias dançam entre as sombras e os sorris...
01/08/2025

CREMILDE DA PIEDADE FERNANDES - A “AMANDA” DE SANTA CLARA

Em Santa Clara, as memórias dançam entre as sombras e os sorrisos dos que partiram. Numa das minhas últimas crónicas, lembrei as memórias e algumas histórias recordadas pela minha mãe e pelas senhoras da sua geração, mas alguns dos leitores de Santa Clara, pediram-me para falar e recordar outra figura que marcou a nossa freguesia de forma indelével: Cremilde da Piedade Fernandes, a mulher que todos conheciam como "Amada".
Um nome que, ironicamente, pouco tinha a ver com o que a vida lhe proporcionou.

Cremilde era uma mulher de pés descalços, calejados pelo peso de uma existência repleta de dificuldades. Nunca a vi calçar sapatos. Fosse inverno ou verão, os seus pés andavam expostos ao chão, como se a própria terra quisesse abraçá-la e, ao mesmo tempo, rejeitá-la. O desdém que a vida lhe ofereceu era visível em cada passo que dava, em cada olhar de desprezo que recebia. O seu nome, uma espécie de ironia cruel, provocava-lhe fúria. !” era a sua resposta, um grito de revolta que se ouvia nas ruas onde a chamavam.

Com um corpo franzino e a pele tisnada pelo sol e pelas adversidades da vida, ela caminhava pelas ruas com uma dignidade silenciosa, sua voz grave e repleta de vernáculos ecoando entre as esquinas. Era uma mulher bondosa, que nunca fez mal a ninguém, mas que, por sua fragilidade, tornava-se alvo de homens que, sob a fachada de respeitabilidade, a exploravam em troca de copos de vinho ou pequenas gorjetas para alimentar seu filho. A sua história, repleta de dor e resiliência, é um retrato comovente da hipocrisia de uma sociedade que, ao invés de protegê-la, a marginalizava, revelando as complexidades da dignidade humana em tempos difíceis.

Os seus filhos eram a luz da qual ela nunca se esqueceu, mesmo no meio da escuridão da sua vida. Três crianças, frutos de amantes anónimos que nunca conheceram a existência dos filhos. Na altura chamavam-lhe filhos de pais incógnitos. Os dois primeiros filhos foram-lhe retirados, enviados para longe, para uma instituição, e nunca soube dizer-lhe quem eram os seus pais, uma realidade que pesava sobre o seu coração. Ela dizia que hipoteticamente poderiam ser filhos dos moleiros de Cernache.

Carlitos, o mais novo, o terceiro filho, era o que permanecia ao seu lado, mesmo quando o álcool a tornava vulnerável. Carlitos, moreno e de olhos vivos, era o espelho da sua mãe, um reflexo de uma vida que lhe era imposta. Brinquei muitas vezes com ele, sem saber que a sua infância era marcada por uma liberdade selvagem, mas também por uma ausência de regras que o tornava um menino à deriva. Eu partilhava com ele a minha merenda e os meus cromos do espaço 1999 repetidos.

Cremilde tinha uma maneira peculiar de lidar com a vida. Não permitia que Carlitos fosse à escola, acreditando que a educação era um luxo que não podiam permitir-se. Era uma boa mãe, mas sem o entendimento de que o futuro do filho dependia de algo mais do que o amor que lhe dava. Não tinha discernimento para isso. Sentava-o à porta da casa da tia Carolina, onde o sol brilhava nos dias de primavera , e cantava sempre a mesma melodia, como se a música lhes pudesse retirar das agruras da vida. Já não me recordo do tema. No que dizia respeito à sua aparência, Cremilde limitava-se a pentear o cabelo com risco ao meio, um pouco de brilhantina que a irmã tinha em casa.

Era o seu único luxo.
A parte de trás da sua cabeça, era um emaranhado de piolhos e "ninhos", que ela tratava de remover meticulosamente, apanhando-os entre os dedos e esmagando-os com um gesto rápido e decidido. Carlitos, com o cabelo desgrenhado, não escapava também a esta rotina, e a luta contra os piolhos tornava-se um ritual silencioso, um reflexo da batalha que travava contra as adversidades. Escusado é entrar aqui em detalhes sobre o tratamento final que dava aos piolhos.

A relação de Cremilde com a sua irmã Carolina era um capítulo à parte. Carolina, trabalhou muitos anos na casa do Dr. Arruela, uma figura bastante conhecida em Santa Clara. A sua antiga casa embora em ruínas, ainda permanece de pé. Ora, Carolina era o oposto da irmã: era organizada, cuidada, presa à rotina que a vida lhe impôs. O irmão dela, José, vivia ao lado da Carolina e andava sempre impecável e bem vestido, em contrapartida com o estado de Cremilde. Enquanto Carolina se esforçava para sobreviver, Cremilde parecia flutuar entre os momentos de lucidez e as nuvens de desespero que a envolviam. O cunhado, cuja identidade não me recordo, enfrentava a sua própria batalha contra os graves problemas respiratórios que padecia e dos quais veio a falecer.

Um dia, uma senhora, movida pela compaixão, tentou oferecer-lhe roupa quente e umas meias de vidro, na esperança de protegê-la do frio. A resposta de Cremilde foi um grito de revolta:



Essa frase, carregada de dor e ironia, entoava como um lamento pela vida que nunca teve a oportunidade de transformar.

Os ecos da vida de Cremilde ainda se escutam em Santa Clara, mesmo depois da sua partida. As memórias permanecem, como sombras que se projetam nas paredes das casas em ruínas. O destino de Carlitos levou-o para longe, para a instituição do Padre Américo, onde, com a ajuda de uma madrinha, conseguiu formar-se. Entretanto, a minha tia, que vivia na mesma quinta onde também residia a "Amada", e com quem partilhei os melhores momentos da minha infância, faleceu muito cedo, e o seu desaparecimento foi como o corte da velha Oliveira das Mentiras onde tantas vezes me escondi vinda da escola. Também eu na altura me escondi na tristeza da perda da mulher que mais amei na minha vida. Nunca mais vi a "Amada". Nunca mais voltei à Vila Lusitana depois do falecimento da minha tia. É verdade que a sua partida, tal como outras figuras conhecidas em Santa Clara, trouxe um vazio que se arrastou pela freguesia.

A história de Cremilde, a "Amada", é um retrato de uma vida marcada por dificuldades, mas também por uma força invisível que a acompanhava. A sua figura, embora triste, é uma lembrança viva de que, por trás de cada sorriso e de cada olhar perdido, existe uma história que merece ser contada. Hoje, ao escrever estas palavras, não posso deixar de recordar os momentos em que a vi, não como uma mulher desamparada, mas como uma mãe que, apesar de tudo, amava os seus filhos com uma intensidade que transcende a própria dor da vida.

Cremilde da Piedade Fernandes, uma mulher que, mesmo sem saber, foi "amada" por muitos, ficou gravada na memória de Santa Clara como um símbolo de luta e resiliência. E assim, a sua história continua a ecoar, lembrando-nos de que, por trás de cada rótulo, existe um ser humano com uma vida complexa, cheia de nuances e sentimentos.

Manuela Jones

SÓ BOAS NOTÍCIAS...COMO AS FÉRIAS!Os incêndios em Portugal parece que estão a dar alguma folga aos bombeiros. É o que re...
01/08/2025

SÓ BOAS NOTÍCIAS...COMO AS FÉRIAS!

Os incêndios em Portugal parece que estão a dar alguma folga aos bombeiros. É o que repetem hoje as notícias na rádio. O que é uma boa notícia, mas que irá ser esquecida para os próximos anos. Ou talvez seja falta de visão.

Parece que os muitos governantes desistiram das lentes de contacto depois de perderem uma das lentes num molho que acompanha a sua abundante alimentação. Talvez, talvez! Mas vou continuar com as boas notícias para fazer jus ao título. Tal como é boa noticia as mulheres que ainda usam saia.

Também é uma boa notícia! E eu uso, saia, como se fosse uma arma, um protesto e uma vaidade. Há como que uma suavidade que desarma na mulher que usa saia só por ser mulher com a falta de bronze a expor a pele que o sol pouco conhece. E depois?

O mais importante é que há um assomar de redondezas que se deixam ser, sem narração ou desculpa. Como a flor que abre as pétalas da fragilidade sem memória de ser esmagada, dispensando as calças da igualdade e do pragmatismo. Há coisas escondidas do pragmatismo que emergem quando ganhamos a consciência de que não temos o controlo. Como nos lembra o vento que, como criança malandra, nos levanta a saia quando menos esperamos. Mas a resistência não quer abandonar a fachada de racionalidade, entregar-se a essa matéria visceral, indigna da sua imagem de roupa vestida.

Está tanto calor que prefiro a saia que a uso como arma suave, em vez de f**ar convencida de que a perfeição humana faz parte dela, o que vejo, pelo contrário, são pessoas cada vez mais frágeis, neuróticas, plastif**adas e cada vez mais alheadas de si. Num racionalismo sem racionalidade que as controlam.
A propósito deste assunto entra o Kant que viu, acertadamente, com a sua autonomia da vontade: uma vontade que se apresenta adequada ocasião de ato de que ela é vontade. A ideia de um querer racional acaba sempre por ser sempre contraditório. E tem que ser! Como a mulher que diz ser uma boa pessoa por ter vindo do céu, mas que na realidade foi apenas a vassoura que partiu fazendo-a cair...do céu. Claro!

Raios, mas há bruxas boas! É necessário que nós possamos acreditar nisso e não as queimarmos nas imensas fogueiras silenciosas! E é aqui que entra o ChatGPT, que diz para não nos julgarmos tão duramente e que podemos ser aquilo que quisermos. Que maravilha da tecnologia para nos fazer acreditar. Mesmo que não seja a saia que faz a mulher, quando a mulher cai na saia sente um alívio que prevalece sobre o desconforto e o perigo: o alívio daqueles entes sem defesas que erguem o rosto para o sol e ocupam o seu lugar na Criação. Abençoadas as férias.

Agora vou ali comprar uma boa vassoura para não partir quando voar ou varrer como forma de desopilar a cabeça. O que vai dar no mesmo.

Agora que termino estas linhas quero um cone de chocolate, por favor.

Maria Júlia

HÁ FÉRIAS “FÊMEAS” E FÉRIAS “MACHO”Todos nós chegamos a uma altura do ano, que contamos quantos dias faltam para as féri...
01/08/2025

HÁ FÉRIAS “FÊMEAS” E FÉRIAS “MACHO”
Todos nós chegamos a uma altura do ano, que contamos quantos dias faltam para as férias.
Para mim, nunca é fácil marcar férias. É de Lei e muito bem, para a nossa saúde física e mental, tirar duas semanas seguidas. Mas essas duas semanas correm num abrir e fechar de olhos e confesso que já houve muitos anos que não tirei as duas semanas seguidas.
Para muitos e principalmente para quem trabalha no Privado, ao longo do ano, se f**amos doentes, das duas uma: Ou descontamos em férias ou no vencimento.
Com os parcos vencimentos que temos em Portugal, a maioria prefere que os dias de doença sejam considerados férias.
Quem diz em caso de doença, diz tratar de um assunto importante, fazer exames médicos, dar apoio a um filho, pois para quem trabalha 8 horas por dias, não tem alternativa, senão tirar o dia ou algumas horas.
Se fizermos contas verif**amos que o ano de 2025 tem 365 dias. Dias úteis são 253, f**ando os 52 sábados, 52 domingos e 12 feriados nacionais (no total de 116 dias) menos de metade dos dias de trabalho.
Se virmos bem, a nossa vida é, mais de metade, feita de trabalho! Para muitos, o resultado de seu trabalho apenas dá para sobreviver. Pouco tempo nos resta para saborear a vida. É triste, mas é uma realidade inquestionável.
Quando chega o momento de marcar férias, dou conta que já não tenho os 22 dias de lei. Já “gozei” alguns. Irónico, porque esses dias de férias não têm nada. Quem gosta de f**ar doente? Quem gosta de ir tratar de assuntos, onde se perde imenso tempo em Repartições Públicas e ter que aturar, burocracia atrás de burocracia? Quem gosta de ter que ir fazer exames médicos?
Graças a Deus, tenho tido sempre muita saúde e fujo de médicos. Se passar na rua pela minha médica de família, não a reconheço. Devo ser a melhor doente que tem, pois não lhe dou trabalho.
Porém, infelizmente para mim e para a médica, este ano tive alguns problemas de saúde, tive que fazer uma bateria de exames, estive de baixa uma semana, que me custou caro e ao marcar as férias vejo, que tenho que sacrif**ar as de verão, pois tenho que deixar sempre alguns dias para o Natal! Para mim, é sagrado!
O médico a dizer: “tem que fazer repouso e vou-lhe passar uma baixa de 5 dias”- digo sempre que não quero, mas este ano tive mesmo que aceitar, pois sentia mesmo que precisava desses dias de repouso. 3 dos cinco dias, descontados no meu vencimento e os restantes dois pagos pela SS. Mesmo assim, com exames e consultas gastei dias de férias.
No entanto, vejo pessoas que trabalham para o Público, constantemente com baixa, põe artigos atrás de artigos e ainda f**am com os 22 dias de férias para g***r. Às vezes brinco e digo: “ as tuas férias são fêmeas”.
Para reflexão… Boas férias!

Rosário Portugal

O DESPLANTE (VERGONHA) DAS AUTARQUIAS E DOS SEUS REPRESENTANTESContinuo neste artigo a desenvolver a temática em favor d...
01/08/2025

O DESPLANTE (VERGONHA) DAS AUTARQUIAS E DOS SEUS REPRESENTANTES

Continuo neste artigo a desenvolver a temática em favor da imprensa regional, e tentando de alguma forma alertar os nossos leitores para o crime que se comete, cada vez que uma autarquia (câmaras e juntas) publica um artigo equiparado a um vulgo órgão de comunicação legalmente constituído e com uma atividade auditada pelo regulador.
A lei é muito clara, quando concede aos proprietários dos títulos de informação, a nobre missão de informar. Existem regras e procedimentos inegociáveis, e além de termos de as cumprir, ainda temos de atestar pela nossa honra o cumprimento integral das mesmas, sob pena de sobre nós recair a mão pesada do regulador. Tem sido assim desde que tenho relações institucionais com a entidade reguladora para a comunicação social, há quase 30 anos (A ERC é herdeira de outros organismos que têm vindo a ser alterados ao longo dos anos, no que concerne à sua denominação).
O direito de informar é uma conquista da nossa constituição, bem como de leis muito específ**as, nomeadamente a lei da imprensa, o estatuto do jornalista e as suas inúmeras adendas, que ao longo do tempo têm vindo a ser introduzidas, para adequar esta atividade à evolução da nossa sociedade, dotando assim os jornalistas e os meios de difusão (jornais, rádios e TVs), de mecanismos que permitam uma melhor informação, pautando-se sempre pela clara isenção, recolha dos factos e do contraditório.
Em poucas alíneas, f**a traçado o desejo do legislador e posteriormente do regulador, que vai executar a exequibilidade das leis em vigor. E também f**a perfeitamente entendível que o acesso a esta profissão/atividade tem as suas regras, esplanadas na lei e na nossa constituição, e que a elas devemos todos nós, enquanto profissionais do setor, obediência, sob pena de sermos sancionados e ou excluídos.
No meu último artigo falei sobre o investimento que as câmaras municipais têm feito, ao longo dos anos, em gabinetes de comunicação e em veículos de informação (jornais, boletins, portal, redes sociais, etc.). Como referi na altura, e volto de novo a referir, estas entidades estão a agir na ilegalidade. As autarquias não podem substituir a imprensa (neste caso regional), na sua função de informar. A lei é muito clara e para se ser jornalista ou deter um órgão de comunicação social, há que levar em conta a lei em vigor e a devida constituição portuguesa. Ora, como é bem sabido, as autarquias não estão autorizadas por nenhuma lei especial a fazer informação. Mas fazem-no!
E isto tem de acabar. Agora! E depois de se repor a legalidade, há que pedir responsabilidades, às autarquias, ao regulador e ao governo. Tanto é ladrão quem rouba como quem f**a à porta. A imprensa regional deixou de ganhar milhões de euros em receita, porque as autarquias constituíram-se, ilegalmente, como concorrentes diretos, com orçamentos públicos e com informação inquinada, parcial e propagandista.
Pedro Folgado, membro do conselho diretivo da Associação nacional de Municípios Portugueses (ANMP), transmitia ao parlamento, em janeiro deste ano, o parecer negativo, à proposta que obrigava as autarquias a publicitar nos jornais regionais as deliberações tomadas pelos municípios. Este parecer negativo da ANMP vem no seguimento desta entidade ter afirmado e estar em ata essa afirmação, de que as autarquias portuguesas não precisam da imprensa regional para nada. A Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) seguindo o mesmo caminho, também dá parecer negativo.
A ANMP e a ANAFRE representam milhares de autarquias (câmaras e juntas ou uniões) que desde a década de 90 brincam ao “fazer jornalismo”, substituindo a imprensa regional, investindo milhões em estruturas propagandistas, sem ninguém que os audite ou regule. Fazem (in)formação parcial, à medida do seu dono, enganando assim os leitores, confundindo-os com notícias que em 90% das vezes são encomendadas e falseadas, sem direito a confirmação ou contraditório.
Irei encabeçar uma comissão especial da APMEDIO, alargada a mais 12 membros, a constituir no mês de agosto, que se vai encarregar de forçar as instâncias deste país a cumprir e a fazer cumprir a lei. Exigiremos, sem margem de negociação, o encerramento da atividade jornalística das autarquias. Não iremos negociar com ninguém cedências ou acordos neste ponto. Ou as autarquias encerram a sua atividade jornalística ou serão acionadas judicialmente, responsabilizando-se diretamente o Presidente da Câmara pela continuação da ilegalidade. Em segundo lugar, a comissão irá pedir para os órgãos regionais existentes, reparações indemnizatórias, pelos 30 anos em que ilegalmente prejudicaram imenso o jornalismo, os jornalistas e os órgão de informação regionais. Neste ponto, vão ser acionados judicialmente as autarquias, o regulador e o governo. As autarquias e os seus dirigentes, pelas ilegalidades, o regulador e o governo pela cumplicidade. Todos são culpados, todos devem responder judicialmente pelas suas ações e todos devem ser condenados a repor o que a lei assim o determinar.
Passaremos assim das palavras aos atos, esperando meses ou anos de litigância, mas no final conseguiremos parar esta ilegalidade e colocar a imprensa regional no caminho de onde nunca deveria ter saído.
"A impunidade é a semente da corrupção." – Diogo Salles
Nota: No mês de agosto não produzirei nenhum texto de opinião devido ao período de férias, retornando na primeira semana de setembro.

José Vieira – Jornalista e Presidente da Mesa da Assembleia da APMEDIO

AMANHÃ...
31/07/2025

AMANHÃ...

SOL E ÉTICAA verdade é que a ética, como disciplina na filosofia, foi morrendo aos poucos. No século XXI já não causa in...
25/07/2025

SOL E ÉTICA

A verdade é que a ética, como disciplina na filosofia, foi morrendo aos poucos. No século XXI já não causa indignação um político eleito dizer publicamente que «cada um tem a sua ética». O que vale é o sol que nos vai alegrando.

O código deontológico ainda é considerado, e respeitado, por algumas profissões no sentido de garantir a excelência do trabalho, a confiança pública e o respeito pelos direitos dos cidadãos. Mas reduz-se ao código deontológico.

Na nossa vida do dia-a-dia, está a ganhar, cada vez mais, a ideia onde cada pessoa “inventa” a sua conduta, obrigando os outros a aceitarem a sua própria “ética”. Numa absoluta contradição entre desejar ser respeitado e não respeitar a opinião do outro. Também numa outra contradição que é a de concordarmos com as regras claras para profissionais, ao mesmo tempo que concordamos, ou nos abstemos, com a abolição de regras para qualquer cidadão ou político eleito.

A ética foi expulsa com um letreiro colocado nas costas onde diz “religioso tonto”. Reduzindo a ética à religião A ou B. Mas o preço que se paga por uma aparente liberdade sem regras é alto. O século XXI pode vir a pagar um preço demasiado alto pela sua guerra contra o humanismo, que já toma forma nas guerras que andamos a assistir.

A falta de ética entra-nos em casa e já se vê nas televisões.
Por exemplo, ontem assisti num canal aberto ao comentário de uma ilustre ministra que dizia: “o despedimento nas empresas é perfeitamente humano, porque garante a sobrevivência da empresa para garantir os postos de trabalho necessários”. As necessidades de uma empresa sobrepõem-se às necessidades das pessoas?
Ou perguntando de outra forma: o problema das empresas não será a enorme taxação do Estado que asfixia a sua economia? Quanto paga uma empresa ao Estado por cada trabalhador contratado? Não será esse o maior entrave à sobrevivência de empresas enquanto contratadoras?

Inverter as prioridades de forma propositada ou de arrogante ignorância é, também, colocar de parte a ética.

O que me parece é que se inverte a prioridade sem que exista consideração pelos outros. Que é essa a verdadeira questão da ética: as regras necessárias para se garantir o respeito pelos outros e pela natureza. É, na sua base, a crença na humanidade.

Por isso gostava muito que as críticas aos erros dos governantes fossem falsas, inventadas (ou como agora se diz em moda: “fake news”) mas infelizmente não são! E a vergonha de estar a aumentar a pobreza em Portugal, de o custo de vida estar desajustado com o que se ganha, de aumentarem as pessoas endividadas com bancos ou instituições de empréstimos para pagarem a sua sobrevivência provam que, infelizmente, as críticas à falta de ética de governantes é verdadeira.

Com a missão de exigir a ética iniciamos com o artigo «UM PRESIDENTE QUE SABE DE MENOS».
O segundo artigo traz os argumentos favoráveis e desfavoráveis para tornar os STMTUC numa empresa municipal. Sendo para aprovar ou esquecer é importante que se conheçam os factos.
O artigo «IPO COIMBRA - 1 DIA ADICIONAL DE FÉRIAS» dá a voz ao Conselho de Administração do IPO - Coimbra sobre a legalidade ou não da medida que exige 1 dia adicional de férias aos enfermeiros. O artigo apenas traz a questão da legalidade, não da necessidade e f**a o compromisso de abordarmos esta questão pelo lado da necessidade destes profissionais de saúde.
No século XXI cada vez mais coloca-se a questão do ensino superior abrirem as portas às pessoas de mais idade. É uma questão que está a tornar-se cada vez mais importante. Considero fundamental que se pense mais sobre esta nova medida. O artigo «ABRIR PORTAS DO ENSINO SUPERIOR AOS MAIS VELHOS» aborda este assunto importante.
Apesar da garantia do senhor ministro da Educação de não tirar o assunto da “educação sexual” do currículo escolar, convém perceber do que se trata e termos mais informação antes de embarcarmos em posições mais apaixonadas do que racionais. Esta questão divide a Esquerda da Direita, mas convém ouvir-mo-nos a todos antes de tomarmos uma opinião. Traz-nos o artigo Daniela Sousa com o título «ONDA DE CRÍTICAS CAI SOBRE A DECISÃO DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO». F**a para que cada um tenha a sua opinião.

Depois damos a excelente notícia «MARIA CLARA CONQUISTA OURO PARA PORTUGAL». Com uma luta feita individualmente com este resultado e escrita pelo nosso amigo Paulo Simão.

Nos artigos de opinião abrimos com o artigo da nossa sempre apoiante Rosário Portugal com o seu artigo sobre « “COM E SEM CARÁTER” - A DIFERENÇA» - sim é de ética o assunto base.

Depois apresentamos o esclarecimento sobre a lenda de Coimbra pela crítica da nossa recente amiga Maria Júlia que nos traz o seu a seu dono «LENDA DE COIMBRA USURPADA A CONDEIXA-A-VELHA», Uma questão polémica e muito interessante.

A situação de uma antiga injustiça lembrada pela nossa sempre presente Manuela Jones que nos traz «MINAS DE SÃO DOMINGOS E ESCRAVATURA DOS TEMPOS MODERNOS» Uma opinião que vale a pena ler com atenção.

José Vieira, Jornalista e Presidente da Mesa da Assembleia da APMEDIO, traz-nos a questão das injustiças na comunicação social e das suas polémicas com o artigo «ESTÁ NA HORA DE MANDAR UM MURRO EM CIMA DA MESA». Terminamos os artigos de opinião com o texto «PARA QUE SERVE UM CONSELHO ESTRATÉGICO MUNICIPAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE COIMBRA E UM CONSELHEIRO COMO MEMBRO ATIVO?» da responsabilidade de Adriano Ferreira.

Que tenham um excelente fim-de-semana devidamente “iluminado” para estarmos mais esclarecidos.

José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney

MARIA CLARA CONQUISTA OURO PARA PORTUGALMaria Clara Pires, atleta sub-18 de primeiro ano, da Escola de Atletismo de Coim...
25/07/2025

MARIA CLARA CONQUISTA OURO PARA PORTUGAL
Maria Clara Pires, atleta sub-18 de primeiro ano, da Escola de Atletismo de Coimbra – Associação Recreativa Casaense e treinada pelo Professor Mário Teixeira, conquistou hoje, dia 21 de Julho de 2025, a medalha de ouro, na prova de atletismo dos 3000 metros, ao serviço da Selecção de Portugal, nos XII Jogos Desportivos da CPLP, que se estão a realizar em Dili, Timor-Leste, com o tempo de 10:25,72.
Mais um resultado de excelência, de uma jovem atleta de Coimbra, que demonstra, a qualidade e a resiliência dos atletas, dos clubes e dos treinadores de atletismo conimbricenses.

Parabéns Clara…

Paulo Simão

“COM E SEM CARÁTER” - A DIFERENÇA Carácter! Algumas pessoas esqueceram, outras há que nunca souberam o que isso é. Para ...
25/07/2025

“COM E SEM CARÁTER” - A DIFERENÇA

Carácter! Algumas pessoas esqueceram, outras há que nunca souberam o que isso é. Para esclarecermos qualquer dúvida recorro ao Dicionário, que diz:
«O que faz com que os entes ou objectos se distingam entre os outros da sua espécie; Marca, cunho, impressão; Propriedade; Qualidade distintiva; Índole, génio; Firmeza; Dignidade.»

Se existe qualidade que muito prezo e gosto, são pessoas de Carácter. Mas infelizmente, hoje rara em muita gente e principalmente na classe política.

Ora, o que me leva a escrever sobre esta qualidade?

No ano passado, faz esta semana um ano, fui com o meu Advogado, que me acompanhou ao DIAP para depor, depois de ter sido alvo de uma queixa crime, pelo Presidente da Câmara José Manuel Silva, e depois de ler o Despacho que foi arquivado, dei conta que estava perante pessoas sem carácter e outra com muito carácter!

Ao me perguntarem se um determinado comentário tinha sido eu que tinha escrito, limitei-me a confirmar. Confirmei, pois julgo que como cidadã comum com direito à informação e liberdade de expressão ainda possa expressar a minha opinião. O meu comentário, tal como outros comentários idênticos, foram sobre as atuações do Presidente e nunca com o intuito de ofender o Cidadão José Manuel Silva.

Quanto à outra Inquirida não me vou prenunciar, pois só pensou em sacudir a água do capote, mostrando uma nítida falta de carácter. Para essa pessoa, a quem não vou mencionar o nome, se havia alguém responsável era José Augusto Gomes , que revê os textos e os publica. Não assumindo a sua ação. Hoje, essa pessoa, bate com a mão no peito pela honra e pelos bons costumes.

Havia elementos que já nem me lembrava e realmente o depoimento de José Gomes, mostrou mesmo ser uma pessoa de carácter.

Vamos a factos:
Enquanto opositor ao antigo Presidente Manuel Machado, José Manuel Silva era um grande apreciador do Movimento de Humor, tendo inclusivamente pedido ao Cartoonista José Gomes alguns trabalhos de cartoons, que foram feitos gratuitamente, o que antes era uma ajuda, agora considerava um atentado ao “seu bom nome”.
José Manuel Silva tinha grande apreço pelo cartoonista, tendo mesmo questionado, porque tinha recusado pertencer às listas dele. José Manuel Silva estranhava que alguém que luta contra os erros, não aproveitasse ganhar com a candidatura. Estranhava a falta de ambição a lugares políticos. Aqui f**a, o desmontar do argumento dos que dizem que ele queria um tacho.

Mais tarde, o Candidato ligou ao Zé Gomes para ele pedir à esposa, para entrar na Lista, pois precisava de mulheres de destaque. A Mara, não estava nada para aí virada, porque enquanto o irmão de José Manuel Silva foi Reitor da Universidade, tratou muito mal os Investigadores. Muito contrariada acabou por aceitar, mas para f**ar nos últimos lugares. Ficou no último lugar da Lista. Hoje vejo que José Gomes, meteu argolada. Mas, como defendia uma alteração na política no Concelho de Coimbra, ajudou o Candidato e … mal ele sabia as surpresas que iria ter. Atualmente, segundo as palavras dele, diz, pois: “fui BURRO!” Em clara autocrítica.

Outra curiosidade, que deve ser tornada pública. Na altura da última Campanha Eleitoral para as Autárquicas, o José Gomes publicou um livro, com muitos dos cartoons que já tinha feito. Quem escreveu e assinou o prefácio foi aquele que o denunciou por crime.

Curioso, a dada altura do texto o atual queixoso, tinha escrito assim: “ O cartoon é uma poderosa arma de cidadania que dispara informação, inquietações, interrogações”; “ não será muito conhecido fora do meio, mas os cartoons também são objecto de um dos 14 prémios Pulitzer, atribuídos anualmente na área do Jornalismo”

Ainda escreveu mais: “ um dos mais conhecidos caricaturistas de Coimbra é o José Gomes, mas como leigo sou um apreciador e um consumidor, o que signif**a que aprecio e admiro o seu trabalho”; “José Gomes presta um inestimável serviço cívico a Coimbra … desejo toda a felicidade e êxito que já tem e merece e que continue a ser com é, um artista independente sem filtro nem medo.”

Ora bem, e com isto vou finalizar: José Gomes continua a ser como era, independentemente de, neste caso que esteja sentado na cadeira da Presidência da Câmara.

Todas as pessoas que se candidatam a lugares públicos, sabem que vão ser constantemente escrutinados.

O Movimento de Humor, do qual faço parte, continua a prestar o mesmo serviço de cidadania e não pode fechar os olhos e deixar de denunciar o erro, principalmente quando esse erro prejudica terceiros.

Aqui temos dois homens. Um sem carácter e outro com muito carácter.
Estas situações têm que ser tornadas públicas, para que não se atirem pedras a quem , cumpre o que sempre defendeu, manteve sempre a sua coerência. Até na auto-crítica pois admite que foi “burro” por ter apoiado quem já demonstrava tiques de incoerência.

Espero ter esclarecido muitos os que souberam da queixa crime contra nós e façam um exame de consciência.

Rosário Portugal

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