21/10/2025
• online • Auschwitz ad infinitum • Um debate com Heiner Müller •
• Uma entrevista do dramaturgo alemão Heiner Müller a jovens realizadores franceses, realizada em 1995 e publicada recentemente em português em O Futuro é o Mal, uma edição da Língua Morta (2025) que reúne poemas e duas entrevistas de Heiner Müller, com organização e tradução de Fernando Ramalho, a quem agradecemos a colaboração e a cedência da tradução •
• Os n***s foram capazes de se apropriar de uma grande parte da energia da esquerda. Quando as Wehrmacht ocuparam Creta, Karl Korsch escreveu numa carta a Bertolt Brecht que «A Blitzkrieg é energia de esquerda reprimida». O nacional-socialismo foi, efectivamente, a grande conquista histórica da classe trabalhadora alemã.
Está a falar a sério?
Podemos dizê-lo de outra forma: a Blitzkrieg, ou a guerra-relâmpago, foi — depois da revolução falhada de 1848 — a passagem dos trabalhadores alemães da condição de explorados para a de caçadores. Com a guerra tornaram-se caçadores. Ouvimo-lo recorrentemente em qualquer café de esquina. A memória da guerra é a da maior experiência de liberdade. A guerra tomou o lugar da revolução, tal como, nos dias de hoje, a violência contra os estrangeiros tomou, uma vez mais, o lugar de uma revolução nunca levada às últimas consequências •
Heiner Müller, tem escrito bastante a partir da história alemã, especialmente do nacional-socialismo. Há algo de especificamente alemã...