19/07/2025
Hoje em dia, são cada vez mais frequentes as greves nos transportes públicos. Comboios parados, autocarros que não aparecem, metro fechado, e milhares de pessoas que ficam a pé — literalmente. São greves por melhores salários, por condições de trabalho, por direitos — e isso é justo. Mas há um problema sério: quem acaba prejudicado não é só o patrão, é sobretudo o povo. Gente que precisa dos transportes para ir trabalhar, para levar os filhos à escola, para ir ao hospital, para viver o dia a dia.
E o mais curioso é que nem sempre foi assim. Antigamente, as greves nos transportes faziam-se de outra maneira. Os trabalhadores cruzavam os braços? Não. Eles continuavam a trabalhar — mas não cobravam bilhetes. Os comboios circulavam, os autocarros passavam, as pessoas seguiam a sua vida normalmente. A diferença é que ninguém pagava. E quem saía prejudicado? O patrão. Porque havia serviço, mas não havia receita.
Era uma forma de protesto que punha o povo do lado dos trabalhadores, e não contra eles. Porque mostrava consciência social, inteligência e solidariedade. Mostrava que era possível lutar pelos próprios direitos sem virar as costas a quem depende de ti todos os dias.
Hoje, quando há greve, o povo é que sofre. Mas talvez fosse altura de recuperar essa ideia antiga: fazer greve trabalhando, mas sem cobrar. Prejudicar quem de facto tem poder de decisão — e não quem só quer chegar a horas. ́_viver