10/10/2025
"Amei-te"
É com estas palavras do livro do Apocalipse, dirigidas à “Igreja de Filadélfia” (hoje Alaşehir, situada na Turquia), que o Papa Leão XIV inicia a sua primeira Exortação Apostólica. Filadélfia era uma pequena e pobre comunidade cristã, perseguida. Deus mostra aos cristãos desta comunidade que a sua grande riqueza é o amor com que o Senhor ama cada um e todos os seus membros.
O amor dos pobres — intimamente ligado com o amor de Deus que, em Jesus de Nazaré se fez pobre por nosso amor — é uma das marcas do cristianismo, desde desde o início até aos dias de hoje.
No seu documento, para além da predileção pelos pobres que Deus sempre manifesta no Antigo e no Novo Testamento, o Papa Leão XIV mostra como o cuidado de todas as pobrezas (material, de saúde, de educação, dos que eram feitos prisioneiros) sempre esteve no coração dos cristãos de todos os tempos e lugares.
E o Santo Padre conclui: “O amor cristão supera todas as barreiras, aproxima os que estão distantes, une os estranhos, torna familiares os inimigos, atravessa abismos humanamente insuperáveis, entra nos meandros mais recônditos da sociedade. Por sua natureza, o amor cristão é profético, realiza milagres, não tem limites: é para o impossível. O amor é sobretudo uma forma de conceber a vida, um modo de a viver. Assim, uma Igreja que não coloca limites ao amor, que não conhece inimigos a combater, mas apenas homens e mulheres a amar, é a Igreja de que o mundo hoje precisa” (Dilexi te, 120).
D. Nuno Brás