27/11/2025
A Inquieta deslocou-se a Paris para reencontrar uma comunidade vimaranense que, mesmo longe de casa, continua a pulsar ao ritmo das suas raízes. Entre ruas movimentadas, cafés cheios de sotaques misturados e histórias de quem partiu mas nunca esqueceu de onde veio, o encontro com a Associação Desportiva Vimaranense em Paris revelou-se um dos momentos mais marcantes desta visita.
Fundada em 1977 por um pequeno grupo de portugueses que procurava em Paris uma vida melhor, a associação nasceu da saudade e da vontade de guardar um pedaço de Portugal no estrangeiro. Hoje, quase meio século depois, este lugar tornou-se um refúgio emocional, uma segunda casa para todos os que ali encontram identidade, amizade e um sentido profundo de pertença.
Rui Pedro, presidente da associação, falou-nos com uma emoção difícil de esconder. Falou da força de quem nunca quis perder o fio que os liga ao país que deixaram. “O desporto é o que nos une, o que nos puxa a continuar. Damos do nosso tempo para que este projeto continue vivo, para que chegue aos 50 anos e muito mais além”, partilhou, com orgulho.
Para esta comunidade, cada treino e cada jogo são mais do que momentos desportivos, são celebrações, reencontros, maneiras de passar aos mais novos tradições que, sem este esforço coletivo, talvez se perdessem. “Queremos que esta malta nova, que já sabe pouco de como é viver em Portugal, sinta ainda assim o que é ser português, ser vimaranense e ser vitoriano”, disse Rui Pedro.
E entre vitórias, títulos e alegrias partilhadas, permanece aquilo que realmente sustenta esta história: o convívio, o abraço depois do apito final, a mesa cheia ao domingo. “É isto que é mais importante para nós aqui: estarmos juntos e encontrarmo-nos sempre que possível”, concluiu.
Em Paris, a Inquieta encontrou muito mais do que uma associação. Encontrou uma comunidade inteira que transformou a distância em união e que continua, com o coração cheio, a levar Guimarães no peito.