16/12/2025
Nem tudo o que abranda está parado.
Há tempos em que a semente f**a debaixo da terra
e ninguém a vê crescer.
O caminho nem sempre se fecha —
às vezes estreita.
E o passo abranda porque a alma precisa de aprender
onde pousar o pé.
Há quem confunda silêncio com ausência
e pausa com fracasso.
Mas o deserto também prepara,
e a noite também guarda.
Quando o ritmo abranda,
não é castigo.
É cuidado.
A criança interior sabe disso.
Ela reconhece quando já não é tempo de correr,
mas de ser conduzida pela mão.
Há caminhadas que não se fazem para chegar depressa,
fazem-se para não se perder.
Nem tudo o que abranda está parado.
Algumas coisas estão a ser recolocadas no lugar certo.
Outras estão a criar raiz.
E isso também é caminho.