27/07/2025
PEDRÓGÃO GRANDE E O CORTEJO DE OFERENDAS DE 1948
No Centro de Interpretação Turística de Pedrógão Grande foi lançado, na tarde do dia 26 de Julho de 2025, o livro-álbum “Cortejos e procissões d’um povo que pede esmola – Ao tempo do Cortejo de Oferendas para o Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande – 1948”, da autoria do Dr. Aires Barata Henriques, com fotos encomendadas naquela época pela Casa de Pedrógão Grande em Lisboa e prefácio do Prof. Vítor Serrão. Edição, profusamente ilustrada, do Município de Pedrógão Grande, com 174 páginas, é uma produção da Hora de ler.
Estiveram presentes, para além do autor e do editor, o Presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, António José Ferreira Lopes, o Vice-presidente, Luís Filipe Jesus Correia, e a Vereadora da Educação e Cultura, Dora Cristina Rodrigues. Foi esta última que deu as boas-vindas às muitas pessoas presentes e, no final, anunciou que as receitas da venda do livro se destinavam à Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande. O provedor desta, António David, que também esteve presente, elogiou o trabalho editado e agradeceu a oferta da receita.
O editor, Carlos Fernandes, enalteceu a Câmara pela edição de uma trabalho tão importante como este livro, em especial pela memória evocada de um marcante evento com 77 anos, mas sobretudo pelo carácter identitário que representa reconhecer pessoas, gestos, vestuários, meios, locais e ofertas várias – de mato e madeira a animais, géneros alimentícios e dinheiro – patentes na meia centena de fotografias agora editadas.
Por sua vez, o autor, Aires Barata Henriques, destacou a importância de conhecer bem o território e as suas gentes para poder dissertar sobre eles com a profundidade atingida no estudo que antecede o álbum. Como escreve Vítor Serrão no Prefácio, «ancorado em fontes primárias, em pesquisas na imprensa, em fontes orais e iconográficas e em outros materiais elucidativos, o autor mostra como a propaganda do Estado Novo teve impacto nos pulmões periféricos da Nação durante os ‘anos de fome’ de 1940 e, ainda com mais força, logo a seguir à derrota do eixo nazi-fascista, estimulando os peditórios públicos coordenados pelas Misericórdias.» O historiador considera igualmente que o acervo de fotografias agora publicado constitui «um documento precioso sobre o modo como as populações desse concelho seguiram, por vezes a contragosto, as directrizes do governo de Salazar».
Aires Henriques, por sua vez, projectou parte das fotografias e foi explicando ao público algumas das suas particularidades, no que foi acompanhado pelo público com visível emoção.
(Fotos C. B. M.)