15/09/2025
A sobriedade dos interiores continua a ser um dos pilares da imagem de marca, mesmo quando o exterior revela sinais de modernidade. Num modelo que concede a maior amplitude de escolhas entre agregados mecânicos, equipamentos e acessórios, a tradição é garantida mediante transmissão manual de seis relações.
As escolhas na motricidade entre a dianteira ou integral, níveis de equipamento, cores e opcionais, tornam o CX-30 num dos modelos cuja panóplia de configurações é das mais amplas na gama Mazda. Quase a chegar aos quatro metros e meio de comprimento (4.395 mm) o CX-30 passa um pouco os dois metros de largura (2.040 mm) quando medido entre retrovisores. Sem contar com os espelhos, a largura (1.795 mm) supera a altura, que pouco passa do metro e meio (1.540 mm). Na bagageira, a volumetria está nos 430 litros (422 com áudio Bose) sendo modulável até aos 1.406 litros mediante rebatimento dos assentos traseiros (1.398 com áudio Bose). Em termos de manobrabilidade, os diâmetros de viragem são de 10,6 entre-passeios ou Ø 11,37 metros entre-muros. A carga máxima no tejadilho são 75 kg e, nos pesos rebocáveis, temos 600 kg sem travões e 1.300 kg com travões.
Nos números mais importantes e a começar num preço base de 26.913,11 €, é preciso contar com 5.074,76 € de ISV; 4,56 € de SGPU; e 7.358,21 € de IVA. Sem contar com as despesas de legalização, transporte, preparação e pintura metalizada, o pvp desta versão é de 39.350,44 €.
No que diz respeito aos acessos, estes são satisfatórios aos lugares dianteiros devido à inclinação do pilar ‘A’, e condicionados aos lugares traseiros, devido ao posicionamento dos assentos dianteiros e ângulos de acesso. Quando acertados para um condutor de 1,80 metros, os assentos dianteiros condicionam o espaço para as pernas nos lugares traseiros. No entanto, é possível alojar quatro adultos com um bom nível de habitabilidade, neste automóvel cuja relação exterior/interior beneficia mais a primeira, em especial na estética.
Bem equipada, esta versão “Homura” acentua a tónica na segurança, incluindo a segurança dos dados e ameaças informáticas externas. Do lado da segurança activa, são quatro os sistemas: alertas para quem conduz; travagem autónoma associada ao acelerador automático adaptativo; assistência à condução e velocidade; leitura do tráfego e sinaléctica. Um novo visor central de 10,25”, actualizações no Apple Carplay e Android Auto, visualização da velocidade e navegação no pára-brisas, e portas USB-C, fazem parte dos itens à disposição dos utilizadores do renovado CX-30.
Dotado da tecnologia “Spark Controlled Compression Ignition” (SPCCI), inovação desenvolvida na Mazda, o inédito bloco e-Skyactiv X representa o próximo passo na busca do motor de combustão interna ideal, por parte do fabricante de automóveis que desafia as convenções.
O motor e-Skyactiv X combina as vantagens dos motores Diesel de ignição por compressão, tais como uma melhor resposta inicial e eficiência nos consumos de combustível, com as dos motores a gasolina de ignição por faísca, como a capacidade de resposta a altas rotações e emissões menos poluentes. O SPCCI proporciona o melhor dos dois mundos, melhorando o desempenho e o consumo de combustível em condições reais.
O sistema injecta uma mistura ar-combustível pobre (com excesso de ar como nos Diesel) na câmara de combustão durante o curso de admissão, sendo optimizada a combustão ou tempo-motor, graças à elevada taxa de compressão de 15,0:1. Para inflamar a mistura no momento exacto, forma-se em volta da vela de ignição, uma mistura ar+combustível mais rica. A vela dispara e detona esta zona localizada, aumentando a pressão e a temperatura até ao ponto em que a mistura pobre inicialmente injectada, entra rápidamente em combustão por toda a câmara. O modo SPCCI economizador de combustível funciona na maioria das condições de operação, excepto durante os arranques a frio, na fase inicial de aquecimento e com cargas muito elevadas mo pedal do acelerador. Nestes casos, o motor alterna, sem problemas, para um funcionamento tradicional, com velas de ignição com uma mistura estequiométrica convencional de ar-combustível de 14,7:1.
Ao volante e em termos práticos, este motor prima pela suavidade de funcionamento, traduzida em silêncio de rolamento e escassas vibrações transmitidas ao habitáculo. O conforto de rolamento sai beneficiado, graças ao bom desempenho dinâmico das suspensões e travões, apesar da firmeza da taragem mola+amortecedor, ser algo sensível ao mau piso ou alterações de perfil no asfalto, como acontece nas bandas sonoras. Outro dos compromissos neste bloco de 186 cv, tem a ver com os consumos moderados, em parte resultantes das relações de transmissão. Por outras palavras, a escassa vivacidade nas relações mais altas (5ª e 6ª) afecta as acelerações e reprises, que permitem ganhos nos consumos de combustível e conforto de rolamento.
Com bons ângulos de visibilidade para a frente e laterais, é necessário recorrer à visualização nas manobras de marcha-atrás, contando para isso com o visor central (que não é táctil) comandado num botão na consola central. A partir deste é possível aceder aos comandos de áudio, navegação e algumas (poucas) informações relativas ao veículo e viagem. Neste capítulo e em nossa opinião, este é mais um dos sinais de tradição e sobriedade, uma vez que o posto de condução, está mais orientado para isso mesmo - mais para condução e não tanto para a gestão da viagem ou utilização de sistemas acessórios como a conectividade.
Num breve contacto ao volante e em percurso misto (AE+EN+Urbano com utilização parcial do AC) registámos um consumo médio de 6,1 litros/100 km.