17/11/2025
CARTA ABERTA À IMPRENSA, AO PARLAMENTO E ÀS AUTORIDADES LOCAIS DA BEIRA BAIXA
Assunto: Porque é que nenhuma autoridade partilhou o link da Consulta Pública do Projeto Sophia?
À imprensa nacional e regional, aos/às Deputados/as da Assembleia da República, às Câmaras Municipais da Beira Baixa e a todas as Juntas de Freguesia da nossa região:
Escrevemos hoje com uma pergunta simples, mas urgente:
Porque é que nenhum de vós partilhou o link oficial da consulta pública do Projeto Sophia — um dos maiores e mais impactantes projetos solares industriais alguma vez propostos na Beira Baixa?
Com excepção de dois jornais — o Jornal de Fundão e Notícias da Covilhã online e — nenhum outro meio de comunicação, câmara municipal ou junta de freguesia publicou o link.
Isto apesar de:
• Muitos jornais e rádios terem noticiado o projeto
• Algumas Câmaras terem manifestado preocupação
• Algumas Juntas terem declarado ser “contra” o projeto
• Moradores e grupos comunitários terem pedido repetidamente informação
E ainda assim, apenas o Jornal de Fundão e o Notícias da Covilhã publicou o link.
Todos os outros falaram do projeto mas omitiram a única informação que o público realmente precisava: como participar.
⏳ E agora faltam apenas 2 dias para o público apresentar comentários.
🔗 LINK OFICIAL DA CONSULTA PÚBLICA:
https://www.participa.pt/pt/consulta/a-csf-de-sophia-e-as-lmat-associadas
**A APA diz que notificou a imprensa e as Câmaras.
As Câmaras dizem que é responsabilidade da APA.
A imprensa publicou notícias — mas sem o link.
As Juntas dizem que não é da sua competência.**
No entanto, a APA enviou-me um email, afirmando claramente que instou a imprensa e as Câmaras Municipais a divulgarem esta informação aos residentes.
Eu próprio reencaminhei esse email, com o link e instruções, para a imprensa, Câmaras e Juntas — ainda assim, nenhum de vós publicou o link.
Então, afinal, quem deve informar o público?
Porque é que agricultores, proprietários e famílias têm de descobrir uma consulta pública tão importante através de vizinhos e grupos de WhatsApp — e não pelas instituições que os representam?
🗺️ O público também precisa de um mapa claro e legível.
O mapa oficial da consulta não é legível para a maioria das pessoas.
Os residentes não conseguem perceber:
• Que terrenos estão incluídos
• Que casas ficam próximas das LMAT
• Que caminhos serão fechados
• Que olivais, pastagens e culturas serão removidos
Por isso, as autoridades têm a responsabilidade de partilhar um mapa claro e acessível.
Aqui está um mapa público e legível criado por Kirsty Henderson, que mostra exatamente quem será afetado:
🗺️ MAPA DE IMPACTO CLARO:
https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1qmJTqUmRlHibCHNzqQuo7RoEHX0Dxag&ll=40.14770767826017%2C-7.414235040747114&z=14
❗ Isto não é um simples lapso — é uma falha democrática.
O Projeto Sophia prevê:
• Zonas industriais solares enormes junto a aldeias
• Postes e cabos em terrenos privados contra a vontade dos proprietários
• Fecho de caminhos rurais
• Remoção de olivais, pastagens e terras agrícolas produtivas
• Linhas de Muita Alta Tensão perto de habitações
E, no entanto, aqueles que serão mais afetados foram privados da informação essencial para participar no único processo que lhes dá voz.
Entre estes residentes estão muitos que:
• Não sabem ler
• Não têm internet
• São idosos
• Ou ainda nem sabem que estão a planear passar linhas de alta tensão sobre as suas casas e terrenos
É por eles, também, que escrevemos esta carta.
**Não é preciso ser a favor, contra ou neutro.
É apenas preciso ser transparente com o povo da Beira Baixa e partilhar o link — e um mapa legível.**
O público foi impedido de exercer o seu direito à informação.
E agora faltam apenas dois dias.
Apelamos urgentemente a:
• Todos os jornais e rádios
• Todas as Câmaras e Juntas de Freguesia
• Todos os representantes eleitos
👉 Que publiquem e divulguem imediatamente o link da consulta pública e um mapa legível.
O povo da Beira Baixa merece transparência — não silêncio.
Com os melhores cumprimentos,
Laurence Manchee
Em nome dos residentes que não sabem ler, não têm internet e ainda não foram informados de que linhas de alta tensão estão a ser planeadas sobre as suas casas e terrenos