maio maio

maio maio editora independente /
independent press

Enquanto costuramos as últimas pontas da nossa próxima publicação, partilhamos uma nova entrada no blog da Maio Maio. Em...
08/02/2025

Enquanto costuramos as últimas pontas da nossa próxima publicação, partilhamos uma nova entrada no blog da Maio Maio.

Em “Contra a ‘capacidade’”, Hannah Proctor questiona a utilização da expressão “ter capacidade para” em contextos de organização política. Trata-se de uma avaliação quantitativa ou qualitativa? E de que forma podemos atender às “condições sociais mais amplas” que determinam ou não o nosso envolvimento político? Não serão “as próprias condições que diminuem de forma desigual a “capacidade” das pessoas” as coisas que exigem precisamente “organização política para serem transformadas?”

“Às vezes, quando as pessoas dizem que “não têm capacidade”, querem dizer “estou a trabalhar imenso agora” ou “tenho de tomar conta do meu filho doente” ou “estou a ser despejado e a tentar encontrar um novo lugar para viver”, mas outras vezes podem querer dizer “não me apetece” ou “estou aborrecida com todos” ou “preferia estar envolvida noutro projeto” ou “não me posso dar a esse trabalho”.”

Este texto foi originalmente publicado em inglês, em Unconsciousness raising, substack de Hannah Proctor, e a nossa tradução pode ser lida aqui: https://maiomaio.cargo.site/contra-a-capacidade

Apresentamos a nossa próxima edição: ‘Uma pequena história da fadiga’, de Tom Melick. Este ensaio, originalmente publica...
21/09/2024

Apresentamos a nossa próxima edição: ‘Uma pequena história da fadiga’, de Tom Melick.

Este ensaio, originalmente publicado em dezembro de 2020 pela Rosa Press, procura desdobrar uma face dupla da fadiga. Não deixando de ser uma consequência direta do trabalho alienado, a exaustão é, também, um obstáculo a ser superado pela produção capitalista, um limite imposto ao lucro.

Podem as trabalhadoras encontrar-se, umas às outras, nestes momentos de dissociação? E será possível, a partir deles, planear uma fuga mais permanente?

“Ao mesmo tempo, interessa-me a fadiga enquanto um “factor afectivo” porque é, apesar de tudo o que é feito para a remediar, um estado negativamente activo - um estado que não aumenta a produtividade. Ou seja, para dizer que é um pouco misteriosa e que nos abre frequentemente possibilidades de olharmos para o tecto ou para o céu, de sonharmos acordadas, de desacelerarmos, de nos recusarmos a participar.”

-

Tom Melick é um escritor e editor australiano. Edita, ao lado de Elisa Taber, a série Slug, e, em conjunto com Simryn Gill, fundou e coordena a Stolon Press.

A tradução é da braba Leonor Castro Nunes.

Novidades muito em breve!

PEDRA E SEMENTE // Mira Mattar Neste ensaio originalmente publicado pela Vittles Magazine, Mattar reflete sobre a destru...
02/09/2024

PEDRA E SEMENTE // Mira Mattar

Neste ensaio originalmente publicado pela Vittles Magazine, Mattar reflete sobre a destruição de infraestruturas alimentares enquanto ferramenta de genocídio do povo palestiniano.

“Mesmo antes do genocídio em curso, cerca de 80% dos 2 milhões de habitantes de Gaza dependiam desta ajuda [humanitária], que, já de si escassa, tem sido de tal forma controlada desde 7 de outubro de 2023 que nem frutas de caroço podem entrar – não apenas porque os caroços podem (supostamente) virar armas, mas também porque os caroços podem ser plantados de volta à existência. Na raiz, é a existência palestiniana que a entidade sionista precisa de negar constantemente para constantemente se criar a si própria. É extrativa, canibal. Devora. Gaza morre de fome.”

https://maiomaio-pedraesemente.cargo.site

Nesta pequena série dedicada a Paul Mattick, traduzimos dois textos do dossier “The Young Mattick: Early Writings (1924-...
14/07/2024

Nesta pequena série dedicada a Paul Mattick, traduzimos dois textos do dossier “The Young Mattick: Early Writings (1924-1934)”, recolhido e organizado pela Endnotes.

No dossier original, “Uma reflexão pessoal”, assinado por Marie, serve de prefácio à série próxima da ficção documental, registo que no percurso de Mattick se tem mantido na sombra do trabalho teórico. Assente numa experiência partilhada, o testemunho de Marie é uma carta aberta sobre uma classe trabalhadora que procura estilhaçar a sua própria existência: “Nas palavras de Marx, “eu não sou nada e eu devo ser tudo”.”

“Dínamo”, pequeno conto escrito por Mattick em 1934, explora a interseção entre a especulação imobiliária e a violência policial ra***ta em Chicago. Partindo do despejo da família Washington, Mattick estabelece uma comparação entre o potencial energético dos levantes políticos e as investidas mais desenfreadas da investigação em torno da energia nuclear: “Mas faltaria muito para que estas faíscas irregulares fluíssem numa onda poderosa e amplamente consciente que atravessasse toda a terra e iluminasse as estrelas?”

Justiça para Cláudia Simões. Violência policial ra***ta mata.

https://maiomaio-mattick-dinamo.cargo.site

O percurso de Fausto não é unidimensional. Se a nível político se posicionou tantas vezes longe de uma tradição em que r...
09/07/2024

O percurso de Fausto não é unidimensional. Se a nível político se posicionou tantas vezes longe de uma tradição em que reconhecemos figuras como Teixeira de Pascoaes, Agostinho da Silva ou o próprio Eduardo Lourenço, em busca de um qualquer quinto império, é inegável que a sua discografia é atravessada por uma ideia central de portugalidade com que nunca deixou de nos encarar. Cantar a pátria era também invocar problemas e legados que à sua volta permaneciam engavetados. Neles remexendo, não raras vezes nos deixou ainda mais confusos. Pelo caminho, produziu uma das discografias mais ricas da língua portuguesa, nunca deixando de nela se refletir a sua e a nossa presença em lugares de exploração, a sua e a nossa dificuldade em articular a “lusitana viagem medonha”.”

Nesta leitura analítica da carreira de Fausto Bordalo Dias, Emanuel Graça guia-nos por uma experiência de diáspora, por uma nostalgia demasiado larga para se saciar numa única bandeira, numa única pátria imaginada. Na hora da sua morte, Fausto é, aos olhos da opinião pública, mais um cantautor consensual, de quem nos despedimos lançando rosas. Distanciamo-nos do tom elegíaco e raso com que temos enterrado os mortos e tentamos respeitar a canção: “Morrer, ficar quieto, não”.

Ler artigo: https://maiomaio-fausto.cargo.site

Abrimos a nossa última publicação e partilhamos alguns excertos. “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL* - Manuel Fe...
12/06/2024

Abrimos a nossa última publicação e partilhamos alguns excertos.

“Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL* - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes.

*Sociedade Metalúrgica Ovarense, LDª.

“O Martírio da Palestina Inverte o Mundo da Lei”, ensaio de Bassem Saad originalmente publicado na Protean Magazine, exp...
05/06/2024

“O Martírio da Palestina Inverte o Mundo da Lei”, ensaio de Bassem Saad originalmente publicado na Protean Magazine, expõe a incompatibilidade entre o martírio e a noção de direitos humanos na Palestina.

Partindo de referências como Ghassan Kanafani, Hannah Arendt ou Robert Meister, Saad aponta para a incapacidade de várias “esquerdas ocidentais” reconhecerem os termos da luta contra o genocídio definidos pelo próprio povo palestiniano.

“O martírio palestiniano atravessa a fronteira entre o secular e o teológico, estreitando a lacuna deixada pela ausência do direito a ter direitos. Reconhece que a vida e a morte palestinianas não são governadas por um regime ou comunidade política da sua autoria, em que os seus direitos possam ser codificados e exercidos. É simultaneamente um modo de ação pragmática e um método de elogio fúnebre: até o colonizador deixar de governar a comunidade política, o martírio existe antes e depois de cada morte injusta.“

“Reconhecer e fazer ecoar os métodos elegíacos que os próprios palestinianos encontraram para os seus mortos é reconhecer que o luto comum é com frequência tornado impossível pelo colonizador. Pode ser também propositadamente adiado ou confinado à porta fechada. Somos lembrados da longa tradição de mães palestinianas regozijando-se e ululando nos funerais da sua prole mártir, recusando mostrar tristeza em público debaixo do olhar do colonizador. Uma afirmação do mártírio rejeita a falta de sentido da morte, insistindo que uma morte individual é parte de um movimento coletivo rumo à libertação.“

Tradução de Francisco Silva.

http://maiomaio.com

Eu traduzo o nome de rapazes mortos em Gaza, de Ghinwa Jawhari (Brooklyn Rail, 2021). Jawhari é uma escritora libanesa-a...
15/05/2024

Eu traduzo o nome de rapazes mortos em Gaza, de Ghinwa Jawhari (Brooklyn Rail, 2021).

Jawhari é uma escritora libanesa-americana. BINT (Radix Media, 2021) é o seu primeiro livro. Os seus ensaios, poemas e ficção estão disponíveis em plataformas como a Catapult, The Margins, Mizna ou Adroit Journal.

Tradução de Francisco Silva

Em terras do litoral nortenho, a madrugada de 30 de abril para 1 de maio coincide com o passeio das bruxas. De porta em ...
01/05/2024

Em terras do litoral nortenho, a madrugada de 30 de abril para 1 de maio coincide com o passeio das bruxas. De porta em porta, de janela em janela, a população vai deixando ramos de maios ou maias, mezinha que conferia proteção durante a noite da grande volta.

De manhã, mais do que o rasto de uma perseguição cruel, a fila de pontos amarelos torna-se uma lembrança, uma presença espectral. Elas andaram por aí, elas vão andar sempre.

A maio maio nasceu nesta encruzilhada de maios, e há precisamente 3 anos. São dores de crescimento, é aprender a paginar e a imaginar livros por nossa conta, com o que temos e sabemos. É conhecer pessoas maravilhosas, é explorar furadouros com companheiras. É contornar a solidão e a falta de jeito, a nossa e a de uma cidade pequena. É tentar dar um sentido a tantos dias que nunca o têm. Também é nos fartarmos dos livros e da gente que lê, das curadorias, da dificuldade de obter apoios e da esquerda cirandeira.

Mas ainda faz sentido. Enquanto assim for, colhemos os maios, erguemos a bandeira e lutamos.

Feliz Primeiro de Maio ✊🏻✨

Já aqui está! Reforçamos o convite: dia 30 de abril, às 19h, juntamo-nos na Escola José Macedo Fragateiro, em Ovar, para...
28/04/2024

Já aqui está!

Reforçamos o convite: dia 30 de abril, às 19h, juntamo-nos na Escola José Macedo Fragateiro, em Ovar, para o lançamento do livro “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1941-2017)”, de José Lopes.

Venham ✨

Muito felizes por partilhar que, no dia 30 de abril (terça-feira), às 19h, nos juntamos em Ovar, na Escola José Macedo F...
19/04/2024

Muito felizes por partilhar que, no dia 30 de abril (terça-feira), às 19h, nos juntamos em Ovar, na Escola José Macedo Fragateiro, para o lançamento do livro “Memórias que guardo do meu Mestre na SMOL - Manuel Fernando Oliveira Fonseca (1931-2017)”, de José Lopes.

Na véspera do 1º de maio, conversamos com o autor e escavamos um futuro por entre o ar empoeirado, cinzento - e irremediavelmente solidário -, da Sociedade Metalúrgica Ovarense.

Venham!

Endereço

Ovar

Notificações

Seja o primeiro a receber as novidades e deixe-nos enviar-lhe um email quando maio maio publica notícias e promoções. O seu endereço de email não será utilizado para qualquer outro propósito, e pode cancelar a subscrição a qualquer momento.

Entre Em Contato Com O Negócio

Envie uma mensagem para maio maio:

Compartilhar

Categoria