27/12/2024
Vivemos tempos que pedem uma nova visão sobre o papel que as empresas têm no mundo.
Não basta gerar lucro, isso é o mínimo esperado!
O verdadeiro desafio está na forma como as organizações contribuem para o tecido social e ambiental do qual fazem parte.
Tenho refletido sobre como as empresas afetam o mundo ao seu redor, consciente ou inconscientemente. Cada decisão, por mais pequena que seja, deixa sempre a sua marca. No entanto, há uma linha ténue entre fazer o bem como estratégia de marketing e, fazê-lo como uma escolha genuína, carregada de propósito.
O segundo caminho é mais desafiador, sem dúvida, mas considero ser mais recompensador.
A Responsabilidade Social Corporativa desafia-nos a olhar para além dos números. Obriga-nos a encarar o impacto das nossas ações.
Questiono: Será que as nossas escolhas respeitam as pessoas que trabalham connosco? Será que os nossos produtos ou serviços têm um impacto positivo na sociedade? E o planeta, será que o tratamos com o respeito e a reverência que merece?
Penso nas empresas que ousam assumir um propósito maior. Vejo exemplos como o da Patagonia que, além de vender roupa, educa os seus clientes acerca da necessidade de cuidarmos do meio ambiente. Não se tratam de simples ações de caridade, é toda uma filosofia de negócio enraizada na transformação positiva. E pergunto-me: por que não todas as empresas?
Sei bem que a mudança não é fácil.
Muitos negócios ainda estão presos à velha ideia de que o sucesso e a responsabilidade social não podem coexistir. Pior, veem-na como um custo, um peso.
Eu vejo o oposto. Para mim, a RSC é uma escolha estratégica, sim, mas também um ato de grande coragem. É uma declaração de que existimos para fazer mais do que simplesmente “vender”. Estamos cá para liderar, para inspirar e para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos.
Ainda assim, há uma verdade que me inquieta. A responsabilidade social começa dentro de portas.
Morre lentamente a organização que não respeita as suas próprias pessoas, que negligencia o bem-estar e o crescimento dos seus colaboradores.
A cultura empresarial é refletida para o exterior. É impossível construir uma marca que inspire confiança se, no interior, o ambiente é tóxico ou, indiferente.
E há outro ponto que merece atenção. A RSC não é uma lista de iniciativas isoladas, é uma filosofia que deve permear todas as decisões tomadas nas empresas. Desde o design de um produto até à forma em como tratamos os nossos parceiros e os nossos clientes. É muito mais do que plantar árvores ou organizar eventos de beneficência, é acerca de criar um impacto real, um que perdure no tempo.
Como seria o mundo se todas as empresas adotassem este princípio? Se todas as organizações se comprometessem não só a gerar lucro, mas a cuidar? A cuidar das pessoas, das comunidades, do nosso planeta.
Não seria algo perfeito, porque o mundo nunca será perfeito, mas seria melhor. Muito melhor!
Enquanto penso nisto, necessito regressar ao essencial. A RSC não é uma oportunidade para as empresas se destacarem no mercado, é uma oportunidade para fazerem a coisa certa. E talvez, só talvez, o verdadeiro diferencial competitivo não esteja em conseguir “vender mais”, mas em inspirar mais.
No fim não vão ser apenas os números nos relatórios anuais que vão importar, mas sim o impacto que tivemos na vida das pessoas e no mundo à nossa volta.
Quando penso na MindsetSucesso, sei que o nosso compromisso vai para além dos serviços que oferecemos. Queremos verdadeiramente ajudar as empresas a encontrarem o seu propósito, a desafiarem-se a si próprias e a fazerem a diferença.
Hoje, esta é a reflexão que partilho convosco: que tipo de impacto queremos deixar? Que mundo estamos a ajudar a construir?
Talvez a resposta esteja na coragem de ver o sucesso de uma forma mais humana.
(imagem criada por IA)
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