30/11/2025
FALECEU O EMPRESARIO ANTÓNIO VASCONCELOS DA MOTA
O empresário António Manuel Queirós Vasconcelos da Mota, que liderou o Grupo Mota-Engil durante quase 30 anos, morreu este domingo, aos 71 anos.
Nasceu em 1954 em Amarante, onde viveu até aos 15 anos e era filho de Manuel António da Mota e de Maria Amália Guedes Queirós de Vasconcelos.
Licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e iniciou a sua carreira em 1976 como estagiário na Mota & Companhia.
Empresa na qual passou por diversas direções operacionais, até suceder ao pai na liderança em 1995.
Em 1981 assumiu a direção geral da Mota & Companhia, tendo depois, entre 1987 e 1995, assumido o cargo de vice-presidente executivo, até suceder ao pai, em 1995 aquando da sua morte. Este, foi claro no seu testamento, privilegiando António na distribuição das ações: 33% para António e 22% para cada uma das irmãs.
Foi responsável pela transformação da Mota & Companhia S.A. e da Engil - Engenharia S.A. na Mota-Engil S.A., da qual assumiu a presidência executiva em 1995 e até 2023.
Foi Co-fundador da F.M. Sociedade de Controlo em 1995 através de qual detinha, juntamente com os filhos e irmãs, parte do capital da Mota-Engil
Em 2008, António Mota decide fazer uma alteração importante na maior construtora portuguesa, criando o cargo de CEO, distinguindo a presidência executiva e não executiva. Com ap***s 53 anos, chamou Jorge Coelho, então antigo ministro das Obras Públicas, para o suceder na liderança executiva, por entender que era necessário fazer uma remodelação, corrigir erros, e criar as condições para uma nova fase do grupo.
Ficar afastado da gestão não foi fácil, segundo o próprio. “Desde há dois anos, que passei a administração executiva para o meu filho e para o meu sobrinho, tentando não me meter. O que não é fácil. A gente não se meter ao barulho ao fim de tantos anos é difícil. Mas tento fazer isso”, disse na cerimónia da entrega do Lifetime Achievement Award do ECO
Há pouco mais de dois meses, António Mota decidiu transferir para os quatro filhos 28% do capital da Mota Gestão e Participações, SGPS (MGP), a dona da construtora fundada pela família Mota. Em setembro, cedeu ainda o seu lugar na administração da sociedade familiar ao filho Manuel Mota, que já tinha ocupado o lugar do pai no board da construtora.
Com 41 anos, António viu-se à frente de um grupo enorme, que se tornou ainda maior em 2003 depois da fusão com a Engil. A sua principal prioridade foi manter a empresa como uma estrutura familiar. Envolveu as irmãs Maria Manuela, Maria Teresa e Maria Paula na gestão. “Às vezes não é fácil. Discutem mas acabam sempre por se entender”, conta um colaborador da empresa.
Foi também responsável pela entrada da Chinesa “China Communications Construction“ no capital da Mota-Engil, detendo, estes, atualmente, cerca de 33% do seu capital.
Deixa 4 filhos.
As cerimónias fúnebres terão lugar amanhã, dia 1 de dezembro, com o velório a realizar-se pelas 10h30 na Igreja de São Gonçalo, em Amarante, seguido de missa pelas 15h00 no mesmo local, de onde seguirá o corpo para o jazigo da família, no cemitério de Amarante.