04/12/2025
Dizem que a repetição é a mãe das competências.
Mas esquecem-se de dizer quem é o pai: a consistência.
E eu ainda acrescento um terceiro elemento, essencial, mas muitas vezes ignorado: a estratégia.
Repetir, por si só, não constrói nada.
Pode, na verdade, manter-te presa num ciclo improdutivo, em nome de uma suposta disciplina que, no fundo, é só hábito mal orientado.
Porque:
• Repetição sem intenção é teimosia.
Tu ages… mas nem sabes porquê.
Repetes sem perceber se está a funcionar. Fazes por inércia, não por consciência.
• Repetição sem consistência é ilusão.
Tu começas, mas não sustentas.
Tens picos de esforço, mas falta continuidade e os resultados não duram.
• Repetição sem estratégia é desperdício.
Tu insistes, mas não avanças.
Ficas a fazer sempre o mesmo, à espera de um resultado diferente. E não percebes que o que falta… é mudar a forma.
É fácil confundir movimento com progresso.
Mas a verdade é esta: não basta fazer muito, é preciso fazer com clareza.
A repetição é poderosa, sim.
Mas quando está a serviço de um objetivo.
Quando permite afinar o processo, corrigir a rota, adaptar o que for preciso para evoluir.
Repetes para melhorar, não para manter-te igual.
Repetes para crescer, não para te afundares no automatismo.
Portanto, antes de repetires pela centésima vez o que sempre fizeste… pergunta-te:
Isto está alinhado com o que eu quero alcançar?
Isto tem sustentação, propósito e método, ou é só um esforço solto a mascarar falta de direção?
No fim, o que constrói uma competência não é a quantidade de vezes que tu ages.
É a forma como tu ages, de forma consciente, constante e estratégica.
Partilha com alguém que está preso na repetição automática.
E tu, tens repetido com propósito ou só porque já estavas habituada?