23/10/2025
Por: Nelson Bento – Colaborador de O Sesimbrense
Quinta do Conde, Celestino Gaio do Chega é o novo presidente
A grande surpresa da noite, foi a vitória do Chega na Quinta do Conde. O cenário não faria
prever este desfecho, por um lado, Carlos Pólvora era recandidato pelo Partido Socialista (PS).
Por outro, a Coligação Democrática Unitária (CDU), era de longe a principal força da oposição,
tendo esta coligação, liderado a Junta de Freguesia da Quinta do Conde em doze dos últimos
dezasseis anos, portanto com uma forte implementação na freguesia. O Chega era a terceira
força política, contudo num cenário em que não possuía nenhum membro na Assembleia de
Freguesia da Quinta do Conde, visto que Bruno Máximo e os restantes eleitos do Chega,
passaram a independentes. O próprio Celestino Gaio, não teria a notoriedade de candidatos
como Carlos Costa da Coligação PPD/PSD.CDS-PP ou Fernando Patrício da CDU. Todavia na
Quinta do Conde, a influência das tendências nacionais é muito presente, tendo em conta que
grande parte da população utiliza a freguesia apenas como um dormitório. Esta particularidade,
foi capitalizada pela arruada em que esteve presente André Ventura, contudo não foi o único
líder partidário a visitar a freguesia, a exemplo de José Luís Carneiro. O Chega teve um
crescimento enorme na Assembleia de Freguesia, mais que duplicando os membros eleitos,
passando de três para sete e tendo mais 2.770 votos que em 2021, um número próximo do
aumento do número de eleitores que votaram, num total de 3.002 votos a mais. Contudo,
Celestino Gaio terá de gerir os destinos da freguesia em minoria, os sete membros eleitos pelo
Chega, não chegam para a maioria de dez votos. O Chega, poderá tentar negociar com
qualquer um dos partidos com presença na Assembleia de Freguesia, PS, CDU ou a Coligação
PPD/PSD.CDS-PP. A derrota do PS, não se expressou na diminuição da votação no partido,
tendo este mais 268 votos, mas sim no grande crescimento do Chega, aliado à formação da
Coligação PPD/PSD.CDS-PP em torno da figura de Carlos Costa, o que poderá ter divido o eleitorado ao centro. A este cenário, é necessário somar as perdas da CDU e do Bloco de Esquerda, assim como o fim do Movimento Sesimbra Unida. Perante esta configuração e numa primeira experiência do Chega na liderança de freguesias, tanto no Concelho de Sesimbra, como no resto do país, a forma como o Chega conseguirá maiorias, será algo que teremos de aguardar para ver.