01/06/2025
Há 160 anos…A Companhia União Fabril (CUF) foi criada a 1 de junho de 1865, em Lisboa, pelo Visconde da Junqueira, com fábricas de sabões, velas de estearina e óleos vegetais instaladas em Fontainhas e Alcântara. Após a morte do fundador, a empresa enfrentou dificuldades financeiras até 1875, quando Henry Burnay assumiu a direção, estabilizando-a e expandindo-a no setor químico, com o apoio do Visconde de Gandarinha.
Em 1906, reconfirmando‑se como maior grupo químico português, a empresa escolheu o Barreiro para erguer um grande complexo industrial.
Nas décadas de 1950 e 1960, sob a direção de José Manuel de Mello (a partir de 1952), a CUF tornou‑se o maior conglomerado industrial de Portugal. Ampliou suas atividades para cimento, materiais de construção, transportes, minerais, papel e embalagens, investiu em fábricas modernas e parques integrados, e fortaleceu a vertente petroquímica, cooperando com multinacionais e beneficiando‑se do Plano de Fomento Económico do Estado Novo. Em 1958, inaugurou, no Barreiro, um Centro de Investigação Industrial pioneiro em síntese química nacional, e, em 1963, financiou a criação do Banco Comercial do Barreiro para apoiar fornecedores.
Criou creches, jardins‑escola e escolas técnicas ligadas às fábricas; estabeleceu bairros‑habitação para operários, com postos de saúde, clubes culturais e centros de lazer; e manteve serviços médicos internos.
Em 1954, institucionalizou as atividades desportivas dos funcionários ao fundar o Grupo Desportivo CUF (CUF Barreiro). A equipa de futebol estreou‑se no Campeonato de Portugal e, já em 1954–55, subiu à Primeira Divisão, rivalizando com clubes de Lisboa e Porto. O Estádio Alfredo da Silva, ergido pela própria CUF, acolhia até 15 000 espectadores. Nas temporadas 1956–57 e 1960–61, o CUF Barreiro alcançou o 5.º lugar nacional. Além do futebol, o clube possuía secções de atletismo, basquetebol, ciclismo e natação, com escolinhas comunitárias que nutriram talentos locais.
Fotografias de Eduardo Portugal e Biblioteca de Arte da FCG.
Fonte: Paulo Curto de Sousa