12/08/2025
RCI12AGO25
Intendente e de entrada livre, percebo essa busca pelo idioma comum que se ouve, esta semana, em Lamego, onde decorre a 1ª Semana da Juventude, um evento que promete proporcionar momentos lúdicos, recreativos e pedagógicos, especialmente dirigidos ao público jovem. Entretenimento, tecnologia, atividades radicais e sunset. Tudo isto no Dia Internacional da Juventude, instante que se torna ainda mais signif**ativo no contexto de um país de velhos, sem ferramentas para tecer caminhos entre mundos distintos.
Extrapolando definições de origem, sem se fixar em fórmulas ou classif**ações, os dias tornam-se errantes, resta apenas a cumplicidade de quem estuda cenários.
Em Mangualde a Associação Jovens do Castelo fez um inquérito e chegou à conclusão que cerca de 25 por cento dos jovens do concelho, dizem não querer viver no concelho de Mangualde.
Para além dos cerca de 25 por cento dos jovens do concelho de Mangualde, que não pretendem f**ar, quarenta e dois por cento responderam que ainda não decidiram e 32,7 por cento admitiram escolher viver no concelho.
A empregabilidade e a habitação foram os dois fatores que mais influenciaram as respostas dos jovens.
Em ano de eleições autárquicas, a Associação Jovens do Castelo apresentou o estudo aos diversos candidatos à Câmara Municipal de Mangualde. Tomás Albuquerque considera que a opinião dos jovens deve ser levada em conta pelo poder local.
Assim ele o queira estudar, neste espírito ancestral de um Portugal ardido, atamancado e mesquinho no mando. A existência de opostos, tradição e inovação, ancestralidade e futuro.
Para esse futuro falta-nos o Ordenamento do Território, burocracia que precisa de soluções. Os fogos mostram bem como vai a administração do país. Há um denominador comum: a falta de água, associada à gestão humana insustentável do território, marcada por abuso dos recursos hídricos, abandono agrícola, abandono das casas de segunda habitação, florestas densas e contínuas, e a ocupação desordenada da interface urbanorural.
Esta combinação cria paisagens inflamáveis, onde a água deixou de cumprir o seu papel de barreira natural ao fogo, e onde qualquer faísca, seja por acidente, por negligência ou por acção criminosa, encontra as condições ideais para gerar estes megaincêndios.
Em resumo: falta água. Para além de faltar juízo, falta água. Lagos artificiais, praias fluviais, rios com caudal que o valha. Água. Muita água. Mas isso, ocupa pensamento e não temos, no leme, dessa gesta.
Uma história de amor e ódio, entretanto, o país arde. Arde três vezes mais que no mesmo período do ano passado. O cenário é negro. Cenários, promessas, declarações pomposas e palavras soltas ao vento, de concreto e para resolver o problema em mãos, zero, não fossem os muçulmanos virem em nosso socorro e nem aviões tínhamos.
Os únicos que parecem preocupados são a população e os bombeiros. O resto assiste ao espetáculo.
Uma celebração feroz e devocional da displicência, que é sempre distinta, mas nunca inesperada.
(foto CM Lamego)