
07/26/2025
Uma comissão de senadores brasileiros embarca nesta sexta-feira (25) para os Estados Unidos com o objetivo de tentar barrar o tarifaço de 50% que o presidente Donald Trump pode aplicar ao Brasil a partir de 1º de agosto. A iniciativa, no entanto, já nasce com clima de derrota antecipada, segundo interlocutores do próprio governo Lula. A missão diplomática é vista como apressada, desarticulada e com poucas chances de sucesso.
Informações vindas diretamente de Nova York dão conta de que Trump não autorizou sua equipe a abrir diálogo com o governo brasileiro. Até agora, toda tentativa de contato — incluindo conversas com o secretário de Comércio, Howard Lutnick — esbarrou em uma mesma resposta: tudo está centralizado na Casa Branca, e não há negociação fora do gabinete presidencial. Lula, inclusive, já admitiu publicamente que Trump se recusa a negociar.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro e o comentarista político Paulo Figueiredo estariam trabalhando nos bastidores para impedir o sucesso da comitiva. Segundo relatos, eles atuam para atrapalhar reuniões oficiais dos senadores com parlamentares e empresários americanos. A movimentação visa, principalmente, impedir que a comitiva passe a impressão de representar de fato o povo brasileiro diante da Casa Branca e do governo Trump.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, afirmou que o objetivo é tentar adiar a vigência das tarifas para buscar tempo e reabrir negociações. Trad admite, porém, que o Brasil está no escuro: não sabe se o problema é o apoio a Bolsonaro, a moeda dos Brics ou a recente aproximação com regimes autoritários como o do Irã. “Não se sabe nem os limites que Trump impôs à diplomacia”, afirmou.
Nos bastidores, o presidente do TCU, Vital do Rêgo, revelou que há medo nos EUA de contrariar Trump. Durante reuniões que teve no país, ouviu que ninguém ousa romper a linha imposta pelo presidente americano, o que demonstra a firmeza de Trump diante de governos que se alinham ao autoritarismo. A comissão brasileira, dividida e com pouca credibilidade, começa os trabalhos no domingo (27) e será recebida oficialmente na embaixada brasileira na segunda (28)