09/03/2025
Uma denúncia explosiva movimentou os bastidores de Brasília nesta terça-feira (2). Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o gabinete do magistrado teria fraudado relatórios para justificar uma operação da Polícia Federal contra empresários ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Tagliaferro fez a revelação durante participação remota na Comissão de Segurança Pública do Senado, em sessão realizada no mesmo dia em que se iniciava a fase final do julgamento de Bolsonaro no STF por suposta tentativa de golpe de Estado. O colegiado é presidido por Flávio Bolsonaro (PL) e composto majoritariamente por aliados do ex-presidente.
O ex-assessor ocupou cargo de chefia na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a gestão de Moraes. Agora, acusa o ministro de ter se apoiado em reportagens jornalísticas para autorizar a operação contra empresários bolsonaristas, sem respaldo em provas concretas.
Em agosto de 2022, o portal Metrópoles revelou trocas de mensagens em grupos de WhatsApp entre empresários que defendiam abertamente a ruptura institucional para manter Bolsonaro no poder. Dias depois, Moraes determinou uma operação da PF contra alguns dos envolvidos. Entre os alvos, estavam nomes de peso, como Luciano Hang (Havan), José Koury (Barra World Shopping) e Ivan Wrobel (W3 Engenharia).
Segundo Tagliaferro, a ação teria sido fundamentada unicamente nas reportagens, o que, na avaliação dele, representaria um uso político da máquina judicial. A acusação chega em um momento delicado: enquanto o STF julga Bolsonaro, a revelação pressiona ainda mais as instituições e reacende o debate sobre a imparcialidade das decisões judiciais em um dos períodos mais turbulentos da história recente do país.
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